O mito judaico-cristão da criação: uma leitura retórico-passional
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul |
Texto Completo: | https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2492 |
Resumo: | A perspectiva em que a retórica se enquadra é a dos discursos que visam a conquistar a adesão e desencadear uma ação, por parte do auditório. É dessa maneira que adentramos no pensamento de Aristóteles ao conceber a retórica como uma área que se volta para a investigação do que é adequado à persuasão. Dessa forma, ela é uma arte! A arte do bem dizer. Nessa perspectiva, todo fazer persuasivo se dá por meio do tripé retórico: um orador (detentor de um ethos) que enuncia seu discurso (elaborado por meio do logos) com vistas a angariar a adesão de seu auditório (receptáculo do pathos) por meio das paixões despertadas. Desta forma, o auditório é passionalmente instigado e racionalmente impelido a aderir a uma tese proposta pelo orador acerca de determinado tema ou questão. Imersos nesse universo teórico, decidimos estudar o texto mitológico da criação (oriundo da crença judaico-cristã) sob a perspectiva das paixões aristotélicas. O texto escolhido influencia de forma contundente a maneira com que o ser humano lida com questões relacionadas à origem, à estrutura e à organização do cosmos, bem como interpreta a gênese e o propósito da humanidade. O objetivo desta pesquisa é, pois, delinear uma leitura do texto judaico-cristão da criação, contido na bíblia em seu primeiro livro chamado Gênesis, nos capítulos I e II, pelo viés da retórica das paixões proposta por Aristóteles. Pretendemos, com este estudo, verificar as possíveis paixões despertadas no auditório daquele tempo, cerca do ano 400 a.C. Ainda trazemos à baila a reflexão da possibilidade da leitura retórico-passional ser uma ferramenta eficaz para a leitura de textos diversos, principalmente quando seus contextos de produção e de recepção não são facilmente recuperáveis. Acreditamos que esse tipo de leitura pode fornecer ao leitor maior liberdade, uma vez que o livra de se ater a literalidade do texto e o conduz a uma nova incursão, proporcionada pela riqueza das perspectivas polissêmicas de um enunciado. Para responder aos propósitos teórico-metodológicos delineados neste trabalho, realizamos uma pesquisa bibliográfico-descritiva com fundamento nos pilares da arte retórica, com destaque para a instância argumentativa do pathos no que tange especificamente às emoções descritas por Aristóteles (2012) e retomadas por Figueiredo (2018, 2019) quando propõe sua “trajetória das paixões”. Para um maior detalhamento do texto por nós escolhido para análise, também se faz necessária uma reflexão acerca do gênero discursivo que o abarca. Após as inferências plausíveis, procedemos a uma análise qualitativa do corpus a fim de verificar a aplicabilidade de nossas conjecturas. PALAVRAS-CHAVE: Mito criacional; Retórica; Aristóteles; Paixões; Literalidade do texto. |
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2021-08-02T19:38:54Z2021-08-02T19:38:54Z2020-03-06DOMINGUES, Luan Marques. O mito judaico-cristão da criação: uma leitura retórico-passional. Franca, SP, 2020. 117 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade de Franca. 2020https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2492A perspectiva em que a retórica se enquadra é a dos discursos que visam a conquistar a adesão e desencadear uma ação, por parte do auditório. É dessa maneira que adentramos no pensamento de Aristóteles ao conceber a retórica como uma área que se volta para a investigação do que é adequado à persuasão. Dessa forma, ela é uma arte! A arte do bem dizer. Nessa perspectiva, todo fazer persuasivo se dá por meio do tripé retórico: um orador (detentor de um ethos) que enuncia seu discurso (elaborado por meio do logos) com vistas a angariar a adesão de seu auditório (receptáculo do pathos) por meio das paixões despertadas. Desta forma, o auditório é passionalmente instigado e racionalmente impelido a aderir a uma tese proposta pelo orador acerca de determinado tema ou questão. Imersos nesse universo teórico, decidimos estudar o texto mitológico da criação (oriundo da crença judaico-cristã) sob a perspectiva das paixões aristotélicas. O texto escolhido influencia de forma contundente a maneira com que o ser humano lida com questões relacionadas à origem, à estrutura e à organização do cosmos, bem como interpreta a gênese e o propósito da humanidade. O objetivo desta pesquisa é, pois, delinear uma leitura do texto judaico-cristão da criação, contido na bíblia em seu primeiro livro chamado Gênesis, nos capítulos I e II, pelo viés da retórica das paixões proposta por Aristóteles. Pretendemos, com este estudo, verificar as possíveis paixões despertadas no auditório daquele tempo, cerca do ano 400 a.C. Ainda trazemos à baila a reflexão da possibilidade da leitura retórico-passional ser uma ferramenta eficaz para a leitura de textos diversos, principalmente quando seus contextos de produção e de recepção não são facilmente recuperáveis. Acreditamos que esse tipo de leitura pode fornecer ao leitor maior liberdade, uma vez que o livra de se ater a literalidade do texto e o conduz a uma nova incursão, proporcionada pela riqueza das perspectivas polissêmicas de um enunciado. Para responder aos propósitos teórico-metodológicos delineados neste trabalho, realizamos uma pesquisa bibliográfico-descritiva com fundamento nos pilares da arte retórica, com destaque para a instância argumentativa do pathos no que tange especificamente às emoções descritas por Aristóteles (2012) e retomadas por Figueiredo (2018, 2019) quando propõe sua “trajetória das paixões”. Para um maior detalhamento do texto por nós escolhido para análise, também se faz necessária uma reflexão acerca do gênero discursivo que o abarca. Após as inferências plausíveis, procedemos a uma análise qualitativa do corpus a fim de verificar a aplicabilidade de nossas conjecturas. PALAVRAS-CHAVE: Mito criacional; Retórica; Aristóteles; Paixões; Literalidade do texto.The perspective in which the rhetoric fits is that of the speeches that aim to win the adhesion and trigger an action, on the part of the audience. It is in this way that we enter into Aristotle's thought when conceiving rhetoric as an area that turns to the investigation of what is suitable for persuasion. Thus, it is an art! The art of speaking well. In this perspective, all persuasive action takes place by means of a rhetorical tripod: a speaker (holder of an ethos) who enunciates his speech (elaborated through logos) aiming to attract his audience (pathos' receptacle) through the aroused passions. In this way, the audience is passionately encouraged and rationally driven to adhere to a thesis proposed by the speaker about a certain theme or issue. Immersed in this theoretical universe, we decided to study the mythological text of creation (derived from the Judeo-Christian belief) from the Aristotelian passions' perspective. The chosen text strongly influences the way in which people deal with issues related to the origin, structure and organization of the cosmos, as well as interpreting the genesis and purpose of humanity. The objective of this research is, therefore, to outline a reading of the Judeo-Christian text of creation, contained in the Bible in its first book called Genesis, in chapters I and II, through the bias of the rhetoric of the passions proposed by Aristotle. We intend, with this study, to verify the possible passions aroused in the audience of that time, around 400 BC. We still bring up the reflection of the possibility of rhetorical-passionate reading being an effective tool for reading diverse texts, especially when their contexts of production and reception are not easily recoverable. We believe that this type of reading can provide the reader with greater freedom, since it frees him from keeping the text literal and leads him to a new incursion provided by the richness of the polysemic perspectives of an utterance. In order to respond to the theoretical-methodological purposes outlined in this work, we carried out a bibliographic-descriptive research based on the pillars of rhetorical art, with emphasis on the pathos' argumentative instance regarding specifically to the emotions described by Aristotle (2012) and taken up by Figueiredo (2018, 2019) when she proposes her “Pathways of passion”. For a greater detailing of the text chosen by us for analysis, it is also necessary to reflect on the discursive genre that encompasses it. After plausible inferences, we proceeded to a qualitative analysis of the corpus in order to verify the applicability of our conjectures. KEYWORDS: Creation myth; Rhetoric; Aristotle; Passions; Literality of the text.porUniversidade de FrancaPrograma de Mestrado em LinguísticaUNIFRANBrasilPós-GraduaçãoCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICALinguística - RetóricaMito criacionalAristótelesPaixõesLiteralidade do textoO mito judaico-cristão da criação: uma leitura retórico-passionalThe Judeo-Christian myth of creation: a rhetorical-passionate readinginfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisFigueiredo, Maria FláviaFerraz, LuanaSilveira, Fernanda Mussalim Guimarães LemosDomingues, Luan Marquesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sulinstname:Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)instacron:UNICSULORIGINALLUAN MARQUES DOMINGUES.pdfLUAN MARQUES DOMINGUES.pdfapplication/pdf1518486http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2492/1/LUAN%20MARQUES%20DOMINGUES.pdf10678228956993c4c23cb095f203dbc3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2492/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/24922021-08-02 16:41:43.346oai:repositorio.cruzeirodosul.edu.br:123456789/2492Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/oai/requestmary.pela@unicid.edu.bropendoar:2021-08-02T19:41:43Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul - Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)false |
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