Fluoretação de águas de abastecimento público: iniquidades e impacto sobre a cárie dentária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schmitt, Ernesto Josué
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2190
Resumo: A fluoretação de águas de abastecimento público tem sido considerada importante medida para minimizar as iniquidades em saúde bucal. Na presente Tese foram investigadas possíveis associações entre macrorregiões do Brasil, porte populacional, Índice de Desenvolvimento Humano em nível Municipal (IDH-M) e acesso à agua encanada, com os desfechos de fluoretação e de cárie dentária aos 12 anos de idade. Foi elaborado um artigo com desenho ecológico, com uso de bases públicas de dados secundários: levantamentos epidemiológicos nacionais realizados em 2003 e em 2010, e Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, para os anos 2000 e 2010. Foram incluídos os 50 municípios que participaram dos dois estudos epidemiológicos que após ajustes, gerou um total de 57.388 habitantes. A primeira análise, com recorte de dados do SB Brasil 2003 teve como variável dependente a fluoretação categorizada em: antes de 1990, após 1990 ou ausente; as independentes foram macrorregião do país - Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul); porte populacional para o ano 2000, categorizado segundo número de habitantes de 2000 em: até 20.000, de 20.001 a 50.000, 50.001 a 150.000, e ≥ 150.000; IDH-M para o ano 2000, categorizado em baixo (< 0,600), médio (0,600 - 0,699) e alto (> 0,699); e acesso à água encanada dicotomizado em “com” ou “sem” em 2000. Para os dados do SB Brasil 2010, o ano de corte da fluoretação foi 2004; porte populacional, IDH-M e água encanada foram alterados para 2010. Com o desfecho de cárie dentária, o mesmo foi seguido com as variáveis independentes. Foi aplicado o teste de Qui-Quadrado ajustado pelo método de Bonferroni, para determinar a associação entre as variáveis explicativas e a sua capacidade de predizer os desfechos de interesse. Como resultados, houve diferença estatisticamente significativa entre as macrorregiões do país e a presença ou não de fluoretação (p < 0,001), com marcante desigualdade, onde no Nordeste a inexistência da medida ultrapassou os 80,0% e não teve qualquer melhoria de 2003 para 2010; opostamente, Sul e Sudeste tem cobertura de 100,0%. Para os anos 2003 e 2010, a variável fluoretação esteve associada de modo estatisticamente significativo a todas as variáveis explicativas, com valor de p < 0,001. Norte e a Nordeste, em ambos os anos, comportaram mais pessoas que não tem acesso à medida. Quanto ao porte populacional, a categoria “≥ 150.001 habitantes” coincidiu com acesso precoce à fluoretação de águas, seja “até 1990” ou “até 2004”. Para o IDH-M, com dados de 2003, constatou-se que na categoria “baixo” prevaleceu a associação com a ausência de fluoretação. Para 2010, também se destacou que o melhor desenvolvimento esteve associado à implementação da medida. Ainda, para 2003 e 2010 ficou a clara a redução do percentual de pessoas que residem em regiões sem fluoretação, mesmo mediante o incentivo da política de saúde de 2004, e isso ocorre independentemente do extrato de IDH-M. Quanto ao acesso à água encanada, o mesmo comportamento foi identificado, ou seja, aqueles que não recebem água encanada, não tem fluoretação. Com referência ao desfecho de cárie dentária, em geral, o CPO-D ≥ 1 sofreu um aumento em todas as regiões na presente amostra. Já em 2003 e em 2010, essa experiência foi maior na população das regiões Norte e Nordeste. O CPO-D ≥ 1, em ambos os anos, esteve associado ao porte populacional, exceto para “≥ 150.001 habitantes”, em que o CPO-D = 0 foi superior. Em 2010, dentro de cada faixa de porte populacional, quando comparada a experiência de cárie, aqueles na categoria “com” tiveram valores superiores ao dobro quando comparados aos da categoria “sem”, em todos os extratos. Quanto ao IDH-M, em 2010, a associação com a experiência de cárie não foi estatisticamente significativa (p = 0,066). Entretanto, para os menos desenvolvidos (IDH-M < 0,600), houve mais experiência de cárie (CPO-D ≥ 1), nos anos 2003 e 2010. O fato de ter ou não acesso à água encanada não esteve associado à experiência de cárie no ano 2003 (p = 0,061), e em 2010 uma maior prevalência de indivíduos que tem acesso à água encanada se classificou na categoria CPO-D = 0. Por fim, na associação entre cárie dentária e fluoretação de águas, ficou claro o impacto que a medida tem sobre a doença, com associação significativa para ambos os anos (p < 0,001). Em 2003, a fluoretação mais precoce (antes de 1990) apontou para um acréscimo no número de indivíduos com CPO-D = 0. Em se tratando do recorte temporal da fluoretação de 2004, também foi observada maior frequência da doença quando da ausência de fluoretação. Pode-se concluir que tanto a fluoretação de águas como a cárie dentária guardam uma relação com outros fatores analisados na presente amostra, como macrorregião do país, porte populacional, IDH-M e acesso à água encanada. Deve-se considerar, ainda, que a fluoretação é uma medida importante para a redução da prevalência e severidade da doença cárie, com capacidade de reduzir iniquidades em saúde bucal.
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spelling 2021-05-18T13:12:44Z20202021-05-18T13:12:44Z2020https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2190A fluoretação de águas de abastecimento público tem sido considerada importante medida para minimizar as iniquidades em saúde bucal. Na presente Tese foram investigadas possíveis associações entre macrorregiões do Brasil, porte populacional, Índice de Desenvolvimento Humano em nível Municipal (IDH-M) e acesso à agua encanada, com os desfechos de fluoretação e de cárie dentária aos 12 anos de idade. Foi elaborado um artigo com desenho ecológico, com uso de bases públicas de dados secundários: levantamentos epidemiológicos nacionais realizados em 2003 e em 2010, e Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, para os anos 2000 e 2010. Foram incluídos os 50 municípios que participaram dos dois estudos epidemiológicos que após ajustes, gerou um total de 57.388 habitantes. A primeira análise, com recorte de dados do SB Brasil 2003 teve como variável dependente a fluoretação categorizada em: antes de 1990, após 1990 ou ausente; as independentes foram macrorregião do país - Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul); porte populacional para o ano 2000, categorizado segundo número de habitantes de 2000 em: até 20.000, de 20.001 a 50.000, 50.001 a 150.000, e ≥ 150.000; IDH-M para o ano 2000, categorizado em baixo (< 0,600), médio (0,600 - 0,699) e alto (> 0,699); e acesso à água encanada dicotomizado em “com” ou “sem” em 2000. Para os dados do SB Brasil 2010, o ano de corte da fluoretação foi 2004; porte populacional, IDH-M e água encanada foram alterados para 2010. Com o desfecho de cárie dentária, o mesmo foi seguido com as variáveis independentes. Foi aplicado o teste de Qui-Quadrado ajustado pelo método de Bonferroni, para determinar a associação entre as variáveis explicativas e a sua capacidade de predizer os desfechos de interesse. Como resultados, houve diferença estatisticamente significativa entre as macrorregiões do país e a presença ou não de fluoretação (p < 0,001), com marcante desigualdade, onde no Nordeste a inexistência da medida ultrapassou os 80,0% e não teve qualquer melhoria de 2003 para 2010; opostamente, Sul e Sudeste tem cobertura de 100,0%. Para os anos 2003 e 2010, a variável fluoretação esteve associada de modo estatisticamente significativo a todas as variáveis explicativas, com valor de p < 0,001. Norte e a Nordeste, em ambos os anos, comportaram mais pessoas que não tem acesso à medida. Quanto ao porte populacional, a categoria “≥ 150.001 habitantes” coincidiu com acesso precoce à fluoretação de águas, seja “até 1990” ou “até 2004”. Para o IDH-M, com dados de 2003, constatou-se que na categoria “baixo” prevaleceu a associação com a ausência de fluoretação. Para 2010, também se destacou que o melhor desenvolvimento esteve associado à implementação da medida. Ainda, para 2003 e 2010 ficou a clara a redução do percentual de pessoas que residem em regiões sem fluoretação, mesmo mediante o incentivo da política de saúde de 2004, e isso ocorre independentemente do extrato de IDH-M. Quanto ao acesso à água encanada, o mesmo comportamento foi identificado, ou seja, aqueles que não recebem água encanada, não tem fluoretação. Com referência ao desfecho de cárie dentária, em geral, o CPO-D ≥ 1 sofreu um aumento em todas as regiões na presente amostra. Já em 2003 e em 2010, essa experiência foi maior na população das regiões Norte e Nordeste. O CPO-D ≥ 1, em ambos os anos, esteve associado ao porte populacional, exceto para “≥ 150.001 habitantes”, em que o CPO-D = 0 foi superior. Em 2010, dentro de cada faixa de porte populacional, quando comparada a experiência de cárie, aqueles na categoria “com” tiveram valores superiores ao dobro quando comparados aos da categoria “sem”, em todos os extratos. Quanto ao IDH-M, em 2010, a associação com a experiência de cárie não foi estatisticamente significativa (p = 0,066). Entretanto, para os menos desenvolvidos (IDH-M < 0,600), houve mais experiência de cárie (CPO-D ≥ 1), nos anos 2003 e 2010. O fato de ter ou não acesso à água encanada não esteve associado à experiência de cárie no ano 2003 (p = 0,061), e em 2010 uma maior prevalência de indivíduos que tem acesso à água encanada se classificou na categoria CPO-D = 0. Por fim, na associação entre cárie dentária e fluoretação de águas, ficou claro o impacto que a medida tem sobre a doença, com associação significativa para ambos os anos (p < 0,001). Em 2003, a fluoretação mais precoce (antes de 1990) apontou para um acréscimo no número de indivíduos com CPO-D = 0. Em se tratando do recorte temporal da fluoretação de 2004, também foi observada maior frequência da doença quando da ausência de fluoretação. Pode-se concluir que tanto a fluoretação de águas como a cárie dentária guardam uma relação com outros fatores analisados na presente amostra, como macrorregião do país, porte populacional, IDH-M e acesso à água encanada. Deve-se considerar, ainda, que a fluoretação é uma medida importante para a redução da prevalência e severidade da doença cárie, com capacidade de reduzir iniquidades em saúde bucal.Fluoridation of public water supplies has been considered an important measure to minimize inequities in oral health. In this Thesis, possible associations between Brazilian macro-regions, population size, Human Development Index at Municipal level (HDI-M) and access to piped water, with fluoridation and dental caries at 12 years-old outcomes were investigated. An article with an ecological design was prepared, using public secondary data bases: national epidemiological surveys carried out in 2003 and in 2010, and Atlas of Human Development in Brazil, for the years 2000 and 2010. The 50 municipalities that participated in the two epidemiological studies that, after adjustments, generated a total of 57,388 inhabitants. The first analysis, using data from SB Brasil 2003, had fluoridation as a dependent variable, categorized as: before 1990, after 1990 or absent; the independent ones were the country's macro-region - North, Northeast, Midwest, Southeast and South); population size for the year 2000, categorized according to the number of inhabitants in 2000: up to 20,000, from 20,001 to 50,000, 50,001 to 150,000, and ≥ 150,000; HDI-M for the year 2000, categorized as low (<0.600), medium (0.600 - 0.699) and high (> 0.699); and access to piped water dichotomized as “with” or “without” in 2000. For the SB Brasil 2010 data, the fluoridation cutoff year was 2004; population size, HDI-M and piped water were changed for 2010. With the outcome of dental caries, the same was followed with the independent variables. The Chi-Square test adjusted by the Bonferroni method was applied to determine the association between the explanatory variables and their ability to predict the outcomes of interest. As a result, there was a statistically significant difference between the country's macro-regions and the presence or absence of fluoridation (p <0.001), with marked inequality, where in the Northeast the nonexistence of the measure exceeded 80.0% and had no improvement from 2003 to 2010; conversely, South and Southeast has coverage of 100.0%. For the years 2003 and 2010, the fluoridation variable was statistically significantly associated with all explanatory variables, with a value of p <0.001. North and Northeast, in both years, comprised more people who do not have access to the measure. As for population size, the category “≥ 150,001 inhabitants” coincided with early access to water fluoridation, either “until 1990” or “until 2004”. For the HDI-M, with data from 2003, it was found that in the “low” category, the association with the absence of fluoridation prevailed. For 2010, it was also highlighted that the best development was associated with the implementation of the measure. Still, for 2003 and 2010 it was clear to reduce the percentage of people living in regions without fluoridation, even through the encouragement of the health policy of 2004, and this occurs regardless of the HDI-M extract. As for access to piped water, the same behavior was identified, that is, those who do not receive piped water, do not have fluoridation. Regarding the outcome of dental caries, in general, DMFT ≥ 1 increased in all regions in the present sample. In 2003 and 2010, this experience was greater in the population of the North and Northeast regions. DMFT ≥ 1, in both years, was associated with population size, except for “≥ 150,001 inhabitants”, in which DMFT = 0 was higher. In 2010, within each population size range, when comparing caries experience, those in the “with” category had values more than double when compared to the “without” category, in all extracts. As for the HDI-M, in 2010, the association with caries experience was not statistically significant (p = 0.066). However, for the least developed (HDI-M <0.600), there was more experience of caries (DMFT ≥ 1), in the years 2003 and 2010. The fact of having access to piped water or not was not associated with the experience of caries in 2003 (p = 0.061), and in 2010 a higher prevalence of individuals who have access to piped water was classified in the DMFT = 0 category. Finally, in the association between dental caries and water fluoridation, the impact was clear that the measure has on the disease, with a significant association for both years (p <0.001). In 2003, the earliest fluoridation (before 1990) pointed to an increase in the number of individuals with DMFT = 0. In terms of the time frame of 2004 fluoridation, a higher frequency of the disease was also observed when there was no fluoridation. It can be concluded that both water fluoridation and dental caries are related to other factors analyzed in the present sample, such as the country's macroregion, population size, HDI-M and access to piped water. It should also be considered that fluoridation is an important measure for reducing the prevalence and severity of caries disease, with the ability to reduce inequities in oral health.porUniversidade PositivoPrograma de Pós-Graduação em Odontologia ClínicaUPBrasilPós-GraduaçãoCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIAOdontologiaFatores socioeconômicosCárie dentáriaFluoretaçãoEpidemiologiaFluoretação de águas de abastecimento público: iniquidades e impacto sobre a cárie dentáriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisGabardo, Marilisa Carneiro Leãohttp://lattes.cnpq.br/7466005651619817Rocha, Juliana Schaiahttp://lattes.cnpq.br/4311211832049216http://lattes.cnpq.br/3634699434532038Schmitt, Ernesto Josuéinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sulinstname:Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)instacron:UNICSULORIGINALErnesto Josue Schmitt.pdfErnesto Josue Schmitt.pdfTeseapplication/pdf816648http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2190/1/Ernesto%20Josue%20Schmitt.pdf0e2031bb2f665cbd267e66461871bbbeMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://dev.siteworks.com.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2190/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/21902021-06-24 09:08:26.427oai:repositorio.cruzeirodosul.edu.br:123456789/2190Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/oai/requestmary.pela@unicid.edu.bropendoar:2021-06-24T12:08:26Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul - Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)false
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A primeira análise, com recorte de dados do SB Brasil 2003 teve como variável dependente a fluoretação categorizada em: antes de 1990, após 1990 ou ausente; as independentes foram macrorregião do país - Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul); porte populacional para o ano 2000, categorizado segundo número de habitantes de 2000 em: até 20.000, de 20.001 a 50.000, 50.001 a 150.000, e ≥ 150.000; IDH-M para o ano 2000, categorizado em baixo (< 0,600), médio (0,600 - 0,699) e alto (> 0,699); e acesso à água encanada dicotomizado em “com” ou “sem” em 2000. Para os dados do SB Brasil 2010, o ano de corte da fluoretação foi 2004; porte populacional, IDH-M e água encanada foram alterados para 2010. Com o desfecho de cárie dentária, o mesmo foi seguido com as variáveis independentes. Foi aplicado o teste de Qui-Quadrado ajustado pelo método de Bonferroni, para determinar a associação entre as variáveis explicativas e a sua capacidade de predizer os desfechos de interesse. Como resultados, houve diferença estatisticamente significativa entre as macrorregiões do país e a presença ou não de fluoretação (p < 0,001), com marcante desigualdade, onde no Nordeste a inexistência da medida ultrapassou os 80,0% e não teve qualquer melhoria de 2003 para 2010; opostamente, Sul e Sudeste tem cobertura de 100,0%. Para os anos 2003 e 2010, a variável fluoretação esteve associada de modo estatisticamente significativo a todas as variáveis explicativas, com valor de p < 0,001. Norte e a Nordeste, em ambos os anos, comportaram mais pessoas que não tem acesso à medida. Quanto ao porte populacional, a categoria “≥ 150.001 habitantes” coincidiu com acesso precoce à fluoretação de águas, seja “até 1990” ou “até 2004”. Para o IDH-M, com dados de 2003, constatou-se que na categoria “baixo” prevaleceu a associação com a ausência de fluoretação. Para 2010, também se destacou que o melhor desenvolvimento esteve associado à implementação da medida. Ainda, para 2003 e 2010 ficou a clara a redução do percentual de pessoas que residem em regiões sem fluoretação, mesmo mediante o incentivo da política de saúde de 2004, e isso ocorre independentemente do extrato de IDH-M. Quanto ao acesso à água encanada, o mesmo comportamento foi identificado, ou seja, aqueles que não recebem água encanada, não tem fluoretação. Com referência ao desfecho de cárie dentária, em geral, o CPO-D ≥ 1 sofreu um aumento em todas as regiões na presente amostra. Já em 2003 e em 2010, essa experiência foi maior na população das regiões Norte e Nordeste. O CPO-D ≥ 1, em ambos os anos, esteve associado ao porte populacional, exceto para “≥ 150.001 habitantes”, em que o CPO-D = 0 foi superior. Em 2010, dentro de cada faixa de porte populacional, quando comparada a experiência de cárie, aqueles na categoria “com” tiveram valores superiores ao dobro quando comparados aos da categoria “sem”, em todos os extratos. Quanto ao IDH-M, em 2010, a associação com a experiência de cárie não foi estatisticamente significativa (p = 0,066). Entretanto, para os menos desenvolvidos (IDH-M < 0,600), houve mais experiência de cárie (CPO-D ≥ 1), nos anos 2003 e 2010. O fato de ter ou não acesso à água encanada não esteve associado à experiência de cárie no ano 2003 (p = 0,061), e em 2010 uma maior prevalência de indivíduos que tem acesso à água encanada se classificou na categoria CPO-D = 0. Por fim, na associação entre cárie dentária e fluoretação de águas, ficou claro o impacto que a medida tem sobre a doença, com associação significativa para ambos os anos (p < 0,001). Em 2003, a fluoretação mais precoce (antes de 1990) apontou para um acréscimo no número de indivíduos com CPO-D = 0. Em se tratando do recorte temporal da fluoretação de 2004, também foi observada maior frequência da doença quando da ausência de fluoretação. Pode-se concluir que tanto a fluoretação de águas como a cárie dentária guardam uma relação com outros fatores analisados na presente amostra, como macrorregião do país, porte populacional, IDH-M e acesso à água encanada. Deve-se considerar, ainda, que a fluoretação é uma medida importante para a redução da prevalência e severidade da doença cárie, com capacidade de reduzir iniquidades em saúde bucal.
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