Mapeamento de ações intersetoriais em atenção à mulher vítima de violência em um município do interior do Estado de São Paulo

• Autor(a) principal: Oliveira, Letícia Natália de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/4069
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA; Promoção de saúde - Violência - Mulheres; Rede intersetorial; Violência contra a mulher

Desde a Carta de Adelaide de 1988 a busca pela igualdade gênero e empoderamento da mulher, têm acrescido em todo o mundo. Dado a isso, os objetivos do desenvolvimento sustentável, proposto pela ONU, estabelece metas que visam o debate, ações e política públicas para fortalecer a mulher, nos diferentes cenários que ela ocupa na sociedade. Por consequência, a violência doméstica é um fenômeno resultante dos valores de dominação e submissão da mulher, impostos por uma sociedade conservadora e patriarcal, que perdura há anos, com singularidades na realidade brasileira, e alguns avanços normativos para seu enfrentamento. O objeto deste trabalho é o mapeamento de ações intersetoriais em atenção à mulher vítima de violência em um município do Interior do Estado de São Paulo. O estudo caracterizou-se pela perspectiva materialista histórica dialética, de natureza qualiquantitativa, descritiva, transversal, utilizando-se a pesquisa documental, bibliográfica e entrevistas semiestruturadas com quatorze participantes. Foram entrevistados técnicos e gestores responsáveis pelos serviços da rede intersetorial. A despeito dos movimentos sociais, e pressões dos grupos feministas e algumas conquistas, observou-se as inúmeras fragilidades que o sistema público brasileiro possui, que rebatem na dinâmica da rede de atendimento. Por meio da coleta e análise dos dados, houve uma aproximação da realidade, apreendendo-se as contradições, entre o enfrentamento e a desproteção da mulher, como ausência de diálogo e articulação entre os atores e serviços da rede, insuficiência de ações e programas de apoio. Dentre as fragilidades, destacam-se as formas provisórias e pontuais de acolhimento, de suporte e apoio às vítimas. As respostas segmentadas não correspondem às reais necessidades da mulher, que não é atendida de forma integral e efetiva, para que possa romper com o ciclo de violências, com dignidade. A falta de atenção necessária à vítima, a torna ainda mais vulnerável, fragilizada e desassistida, recolocando-a no espaço de violação de direitos, pela ausência de autonomia e de oportunidades. Ficou evidenciado a necessidade de protocolos de atendimento, da otimização dos serviços e esforços, aproximação dos atores da rede intersetorial. A violência é um fenômeno complexo, multidimensional, e precisa ser entendida na dimensão dos determinantes sociais, que agravam as condições de vida e as violências vividas. É necessário um compromisso ético e político governamental e da sociedade em geral, para romper com o pragmatismo e o individualismo dos diferentes atores e serviços da rede, promovendo a equidade, com serviços efetivos e integrados de prevenção e promoção da saúde, que respondam às demandas das vítimas da violência. Palavras-chave: Promoção da Saúde. Rede Intersetorial. Violência Contra a Mulher.