Formação em promoção de saúde: motivações, dificuldades e recompensas

• Autor(a) principal: Ferreira, Sara Regina
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/401
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Egressos; Pós-Graduação; Promoção de saúde

O Sistema Nacional da Pós-Graduação no Brasil teve um crescimento de 25% no número de programas entre 2013 e 2017, passando de 3.337 para 4.175. Com esse crescimento, ampliouse também o interesse em compreender essa formação de alto nível e qual o impacto na vida dos sujeitos que se dispõem a cursar programas de pós-graduação, que se caracteriza por uma trajetória longa, árdua, abdicadora e requer uma preparação prévia. O objetivo do presente estudo foi identificar as motivações, as dificuldades e as recompensas de egressos sobre a experiência de formação no mestrado e doutorado em Promoção de Saúde da Universidade de Franca. Tratou-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem quantitativa, utilizando como instrumentos de coleta de dados, dois questionários auto-aplicáveis, enviados por correio eletrônico por meio da plataforma Avalio, juntamente com o TCLE. O projeto foi aprovado pelo CEPE-UNIFRAN sob o nº CAAE: 69891517.7.0000.5495 e o relatório final foi aprovado sob parecer n° 2.452.619. Os questionários foram enviados a 103 egressos do Mestrado titulados entre junho de 2011 e maio de 2017, e a 23 egressos do Doutorado titulados entre 2014 e maio de 2017. Foi realizada uma análise descritiva dos dados e os resultados foram expressos em gráficos. Dos 103 questionários enviados aos mestres, 68 (66%) foram respondidos e dos 23 enviados aos doutores, 18 (78,3%) foram respondidos. O perfil do egresso do mestrado é composto por 64,7% mulheres e 35,3% homens, sendo 26,4% profissionais de Enfermagem, 22% Educação Física, 21% Fisioterapia, 8,8% Psicologia, 4,4% Biologia, 4,4% Medicina, 3% Farmácia, 3% Odontologia e 1,4% em outras profissões. O perfil do egresso do doutorado é composto por 72,2% mulheres e 22,2% homens, sendo 33% profissionais de Fisioterapia, 16,6% Enfermagem, 11% Educação Física, 11% Farmácia, 5,5% Nutrição, 5,5% Biologia, 5,5% Odontologia, 5,5% Psicologia. A média de idade ao ingressar no mestrado foi de 32,1 anos, e no doutorado de 37,6 anos. O tempo médio entre o término da graduação e início do mestrado foi de 8,5 anos e do término do mestrado e início do doutorado foi de 5,1 anos. Concluíram o mestrado, em média, em 26,7 meses, e o doutorado em 37 meses. O local de residência de 58,9% dos mestres e 50% doutores referido foi o interior de Minas Gerais, 41,1% dos mestres e 38,9% doutores do interior de SP, numa menor proporção, 11,1% Goiás e Mato Grosso do Sul. A distância média entre o local de residência e o município de Franca dos egressos do mestrado foi de 258km e dos egressos do doutorado, foi de 353 km. A escolha por um curso interdisciplinar ocorreu devido à abrangência da área de atuação e visão ampliada de saúde. Ao ingressar no curso 35,6% dos mestres trabalhava mais que 40 horas semanais, e 46,7% doutores trabalhava entre 30 e 40 horas semanais, na docência em Instituição de Ensino Superior (IES), predominantemente privadas. Grande parte dos egressos do mestrado (60,3%) e do doutorado ( 38,8%) referiu não atuar em pesquisa, antes de ingressar no curso mas em orientação de Trabalho de Conclusão de Curso. O idioma estrangeiro declarado com maior frequência de domínio foi inglês. Em relação aos critérios de seleção para ingresso no curso, os egressos concluíram que foram adequados, justos e eficientes. Referiram que a maior motivação para cursar mestrado foi a satisfação pessoal e a motivação para o doutorado foi realização pessoal e a ampliação de conhecimentos para atuação como docente e pesquisador. Os egressos do mestrado referiram como maior dificuldade a renúncia aos momentos familiares e os egressos do doutorado, com a conciliação com vida pessoal e profissional. A maior recompensa obtida com a finalização do curso foi o amadurecimento pessoal e profissional. Declararam atuar em Promoção de Saúde antes do curso e a titulação contribuiu com um percentual de aumento no ganho salarial menor que 30% para os doutores e na faixa entre 30 e 60% para os mestres. A escolha do tema da dissertação e da tese foi feita pelos próprios sujeitos. A maioria (60,3%) dos egressos do mestrado referiu não ter publicado a dissertação na forma de artigo completo em periódico. Os egressos do doutorado referiram ter publicado artigos referentes à tese em revistas com qualis B1 e B3. Em relação aos campos de ação da Promoção de Saúde, os temas de pesquisa mais frequentes foram relacionados a proposta “reorientação dos serviços de saúde”. Para mestres e doutores, as expectativas foram parcialmente e plenamente alcançadas ao término do curso, respectivamente, e o mesmo é muito importante no exercício da vida profissional atual dos mesmos, sendo na docência que utilizam o aprendizado adquirido no curso. A principal fonte de auxílio financeiro para realização do curso foi pela CAPES. Em relação a continuidade da formação 20% dos mestres deram sequência à formação em nível de doutorado, os outros 80% referiram não terem ingressado no doutorado devido à indisponibilidade de tempo. Os resultados deste estudo possibilitaram uma avaliação dos alunos sobre sua formação nos cursos de mestrado e doutorado da Universidade de Franca, com a sinalização de suas fragilidades e fortalezas, e permitiram ampliar o conhecimento das instâncias de gestão acadêmica sobre os processos de formação, estabelecendo uma “linha de base” para o acompanhamento da trajetória de seus egressos.