Análise dos parâmetros de harmonia facial e dentária em jovens mulheres brasileiras

• Autor(a) principal: Saab, Rafaella Caramori
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2161
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA; Odontologia; Odontologia - Aspectos estéticos; Mulheres - Cuidados dentários; Harmonia (Estética)

Os objetivos desta tese, apresentada no formato de manuscritos, foram: 1. Identificar parâmetros estéticos de harmonia facial e dentária (proporções faciais, proporções sorriso-face, proporções do sorriso e proporções dentárias) e identificar a associação destas proporções com os diferentes tipos de face, em uma população de jovens mulheres (Manuscrito 1); 2. Avaliar a percepção da estética facial e do sorriso de jovens mulheres por leigos e especialistas em diferentes áreas da Odontologia (Manuscrito 2). Para esta tese foi selecionada uma amostra de conveniência de 103 jovens mulheres brasileiras (com origem na região Sul do Brasil), estudantes de Odontologia, com idade de 18 a 31 anos. Para as análises dos parâmetros estéticos (proporções estéticas), foram realizadas 3 fotografias padronizadas: frontal de face sem sorrir, frontal de face sorrindo e uma foto aproximada do sorriso. As imagens foram analisadas no software Adobe PhotoShop CS4 e as medidas foram obtidas, por meio de pontos anatômicos e traçados lineares, e expressas em proporções (proporções faciais, proporções sorriso-face, proporções do sorriso e proporções dentárias). Para o manuscrito 1, de acordo com a proporção altura/largura facial encontrada, os indivíduos foram categorizados em face média, longa ou curta. Então, foram estabelecidas as associações entre as proporções avaliadas para os diferentes tipos de face por meio de regressão linear multivariada (α=0,05). A maioria da amostra foi classificada como face média, e apresentou normalidade nas proporções avaliadas. Pode-se observar que houve associação significativa entre as proporções faciais e dentárias e os diferentes tipos de face (p<0,05). Os indivíduos de face curta apresentaram diminuição do terço médio da face, diminuição do espaço entre os lábios no sorriso e diminuição da altura externa dos lábios no sorriso, comparado aos indivíduos de face média. Nos indivíduos de face longa houve uma diminuição do comprimento do lábio superior ou um aumento do comprimento do lábio inferior comparado aos indivíduos de face média. Com relação as proporções dentárias, indivíduos de face longa apresentaram altura do incisivo central significativamente maior do que os indivíduos de face média. Para o manuscrito 2, a partir das fotografias das 103 jovens mulheres, foram obtidas duas proporções faciais: altura/largura da face e proporção dos terços da face (terço superior+terço médio/terço inferior). Após, 30 imagens (10 fotografias sem sorrir, 10 sorrindo e 10 do sorriso) foram selecionadas de 5 voluntárias consideradas harmônicas (medidas das proporções altura/largura da face, mais próximas à proporção áurea 1,618) e 5 voluntárias consideradas não harmônicas (proporções avaliadas discrepantes em relação à proporção áurea). As imagens foram aleatoriamente organizadas (harmônicas ou não harmônicas) em um formulário da plataforma Google para posterior avaliação do grau de atratividade por leigos e especialistas em diferentes áreas de Odontologia. De forma individual, as imagens foram avaliadas, atribuindo conceitos de 0 nada agradável a 10 muito agradável. Em seguida, os avaliadores selecionaram duas imagens, 1 considerada como mais atrativa e 1 como menos atrativa. Os dados foram submetidos a análise estatística (testes de Mann-Whitney, Kruskall Wallis e Qui-quadrado, com nível de significância de 5%). No total 144 pessoas realizaram a avaliação das fotografias, sendo destes 97 (60,6%) do gênero feminino e 47 (29,4%) do gênero masculino. A idade dos respondentes variou de 21 a 62 anos (média de idade de 35,22 ± 9,04 anos). Trinta e dois (20%) indivíduos eram leigos (sem formação em Odontologia) e 112 (70%) formados em Odontologia, sendo: 21 (13,1%) possuíam especialidade na área de Dentística, 25 (15,6%) na área de Cirurgia, 35 (21,9%) da área de Ortodontia e 31 (19,4%) na área de Prótese. Pode-se observar diferença significativa entre as medianas das imagens consideradas harmônicas e desarmônicas nas fotos sem sorrir, sorrindo e do sorriso, independentemente do gênero, idade e formação. Observou-se maiores valores para as imagens consideradas harmônicas comparadas as desarmônicas. Não houve diferença na percepção estética entre os leigos e especialistas em Odontologia para as imagens harmônicas e desarmônicas nas fotos sem sorrir, sorrindo ou do sorriso. Com relação as diferentes especialidades avaliadas, houve diferença significativa apenas nas imagens desarmônicas das fotos sorrindo, onde maiores valores foram atribuídos pelos especialistas em Prótese, diferindo das especialidades de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial e Ortodontia. Pode-se observar que nas fotos sem sorrir, sorrindo ou do sorriso as imagens mais votadas como atrativas foram as consideradas harmônicas. E as imagens mais votadas como menos atrativas foram as consideradas desarmônicas. Com base nos resultados obtidos nesta tese, pode-se concluir que a população avaliada se mostrou em sua maioria dentro dos parâmetros considerados harmônicos para as proporções faciais, sorriso-face, sorriso e dentárias, e que houve associação significativa de proporções faciais e dentárias para os diferentes tipos de face. Ao avaliar a percepção estética dos parâmetros da população avaliada, de maneira geral não houve diferença significativa entre os avaliadores, independentemente do gênero, faixa etária, formação na área de Odontologia e especialidade. A maioria dos avaliadores selecionou as imagens consideradas harmônicas como mais atrativas comparada as desarmônicas.