O Movimento Sindical Rodoviário Carioca como um Movimento Social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jardim da Silveira, Carlos Takashi
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP
Texto Completo: https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/6272
Resumo: Esse artigo trata da dinâmica entre sindicato e movimento sindical em seus processos de mobilização política através do estudo de caso das ações coletivas promovidas pelos rodoviários cariocas entre 2009 e 2014. Mais especificamente, examina-se o processo de refundação sindical que criou o Sintraturb-Rio, um novo sindicato específico dos trabalhadores em empresas de ônibus do município do Rio de Janeiro, entre 2009 e 2012, e as grandes greves de ônibus realizadas nessa cidade em 2013 e 2014. Levanta-se como principal hipótese que esse processo de fundação do Sintraturb-Rio, somado às greves de 2013 e 2014, pode ser adequadamente analisado como constitutivo de um movimento social sindical rodoviário carioca. Além disso, lança-se como hipótese que a intensidade dessas greves pode ser explicada pela forma de movimento social que o movimento sindical rodoviário carioca assumiu nesse período e por performances políticas relativamente inovadoras. Para investigar essas hipóteses, discute-se a conceituação de movimento social e organização, elaborada por Mario Diani dentro do quadro mais amplo das formas de coordenação da ação coletiva, os conceitos de repertório de confronto e performances políticas de Charles Tilly e adota-se os seguintes métodos de pesquisa: realização de entrevistas semiestruturadas com líderes, participantes e diretores do sindicato entre 2009 e 2014; e a análise de dados qualitativos coletados em matérias de jornal do portal de notícias G1 sobre os eventos contenciosos envolvendo os rodoviários cariocas nesse período. Destacam-se como principais resultados de pesquisa: a constante tensão entre duas formas de coordenar a ação coletiva, a do movimento social, mais plural, participativa e informal, e a da organização, mais fechada e formal; e a combinação de performances políticas mais tradicionais com outras dotadas de elementos de novidade no meio sindical rodoviário carioca, como as reuniões públicas seguidas de passeatas com batuques ou rap.
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