Quando Novos Proletários entram em cena: O breque (greve) dos entregadores de apps no Brasil em julho de 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santiago, Joao Carlos da Silva
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Research, Society and Development
Texto Completo: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44896
Resumo: O objetivo do presente artigo é analisar quais os motivos de fundo que ocasionaram a primeira greve(breque) dos entregadores de apps ocorrida no Brasil em julho de 2020 em plena pandemia da COVID-19 que possibilitou a emergência de novos proletários na cena política brasileira, tendo como marcos gerais as lutas internacionais de trabalhadores e trabalhadoras contra as grandes plataformas de delivery, que surgiram da quarta revolução industrial e se expandiram a partir da crise do capitalismo nos anos de 2007-2008, na chamada onda da “uberização”. A pesquisa teve dois momentos: uma revisão da bibliografia sobre o capitalismo de plataformas e a “quarta revolução industrial”, além dos movimentos grevistas em outros países e, no segundo momento, a aplicação de um formulário google com 286 participantes sobre condições de trabalho e participação no breque de 2020, utilizando o método da “bola de neve”, além de duas entrevistas com dois principais dirigentes do movimento que irrompeu no Brasil naquele ano. A conclusão que chegamos é que se trata de um movimento de trabalhadores altamente precarizado, de superexploração, com longas jornadas de trabalho e pouco rendimento que se choca objetivamente contra as grandes empresas do capitalismo de plataformas, passando do estágio de “classe em si” para “classe para si”, além de ter um caráter completamente horizontalista, passando ao largo das velhas estruturas sindicais brasileiras e tendo nas redes sociais seu grande ponto de apoio e seus dirigentes. Mas trata-se de um movimento em transição para a regulamentação previdenciária e trabalhista.
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spelling Quando Novos Proletários entram em cena: O breque (greve) dos entregadores de apps no Brasil em julho de 2020When New Proletarians enter the scene: The brake (strike) of app delivery people in Brazil in July 2020Cuando los Nuevos Proletarios entran en escena: La breque (huelga) de repartidores de aplicaciones en Brasil en julio de 2020Breque dos appsCapitalismo de plataformasQuarta revolução industrialNovos proletáriosUberizaçãoPandemia COVID-19Sindicalismo horizontalistaRedes sociais.Brake of appsFourth industrial revolutionUberizationApp delivery peopleCOVID-19 pandemicHorizontalist unionismSocial networks.La breque dos appsCapitalismo de plataformaCuarta revolución industrialUberizaciónNuevos proletáriosPandemia de COVID-19Sindicalismo horizontalistaRedes sociales.O objetivo do presente artigo é analisar quais os motivos de fundo que ocasionaram a primeira greve(breque) dos entregadores de apps ocorrida no Brasil em julho de 2020 em plena pandemia da COVID-19 que possibilitou a emergência de novos proletários na cena política brasileira, tendo como marcos gerais as lutas internacionais de trabalhadores e trabalhadoras contra as grandes plataformas de delivery, que surgiram da quarta revolução industrial e se expandiram a partir da crise do capitalismo nos anos de 2007-2008, na chamada onda da “uberização”. A pesquisa teve dois momentos: uma revisão da bibliografia sobre o capitalismo de plataformas e a “quarta revolução industrial”, além dos movimentos grevistas em outros países e, no segundo momento, a aplicação de um formulário google com 286 participantes sobre condições de trabalho e participação no breque de 2020, utilizando o método da “bola de neve”, além de duas entrevistas com dois principais dirigentes do movimento que irrompeu no Brasil naquele ano. A conclusão que chegamos é que se trata de um movimento de trabalhadores altamente precarizado, de superexploração, com longas jornadas de trabalho e pouco rendimento que se choca objetivamente contra as grandes empresas do capitalismo de plataformas, passando do estágio de “classe em si” para “classe para si”, além de ter um caráter completamente horizontalista, passando ao largo das velhas estruturas sindicais brasileiras e tendo nas redes sociais seu grande ponto de apoio e seus dirigentes. Mas trata-se de um movimento em transição para a regulamentação previdenciária e trabalhista.El objetivo de este artículo es analizar las razones de fondo que provocaron la primera huelga de repartidores de aplicaciones que tuvo lugar en Brasil en julio de 2020, en medio de la pandemia de COVID-19, que permitió el surgimiento de nuevos proletarios en la escena política brasileña, teniendo como marcos generales las luchas internacionales de los trabajadores contra las grandes plataformas de reparto, que surgieron de la cuarta revolución industrial y se expandieron a partir de la crisis del capitalismo en los años 2007-2008, en la llamada ola de “uberización”. La investigación tuvo dos momentos: una revisión de la bibliografía sobre el capitalismo de plataforma y la “cuarta revolución industrial”, además de movimientos huelguísticos en otros países y, en el segundo momento, la aplicación de un formulario de Google con 286 participantes sobre condiciones laborales y participación en el receso de 2020, mediante el método “bola de nieve”, además de dos entrevistas con dos principales líderes del movimiento que estalló en Brasil ese año. La conclusión a la que llegamos es que se trata de un movimiento de trabajadores altamente precarizado, superexplotación, con largas jornadas laborales y pocos ingresos que choca objetivamente con las grandes empresas del capitalismo de plataforma, pasando de la etapa de “clase en sí” a la de “clase para sí”. mismo”, además de tener un carácter completamente horizontalista, obviando las viejas estructuras sindicales brasileñas y teniendo como principal punto de apoyo y a sus dirigentes las redes sociales. Pero este es un movimiento en transición hacia la seguridad social y las regulaciones laborales.The objective of this article is to analyze the underlying reasons that caused the first strike(break) of app delivery drivers that took place in Brazil in July 2020, in the midst of the COVID-19 pandemic, which gave rise to new proletarians on the Brazilian political scene, having as general frameworks the international struggles of workers against large delivery platforms, which emerged from the fourth industrial revolution and expanded from the crisis of capitalism in the years 2007-2008, in the so-called “uberization” wave. The research had two moments: a review of the bibliography on platform capitalism and the “fourth industrial revolution”, in addition to strike movements in other countries and, in the second moment, the application of a Google form with 286 participants about working conditions and participation in the 2020 break, using the “snowball” method, in addition to two interviews with two main leaders of the movement that broke out in Brazil that year. The conclusion we reach is that this is a highly precarious, super-exploitation movement of workers, with long working hours and low income that objectively clashes with the large companies of platform capitalism, moving from the “class in itself” stage to “class for itself”, in addition to having a completely horizontalist character, bypassing the old Brazilian union structures and having social networks as its main support point and its leaders. But this is a movement in transition to social security and labor regulations.Research, Society and Development2024-01-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4489610.33448/rsd-v13i1.44896Research, Society and Development; Vol. 13 No. 1; e14913144896Research, Society and Development; Vol. 13 Núm. 1; e14913144896Research, Society and Development; v. 13 n. 1; e149131448962525-3409reponame:Research, Society and Developmentinstname:Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)instacron:UNIFEIporhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44896/35869Copyright (c) 2024 Joao Carlos da Silva Santiagohttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSantiago, Joao Carlos da Silva2024-02-01T09:48:39Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/44896Revistahttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/indexPUBhttps://rsdjournal.org/index.php/rsd/oairsd.articles@gmail.com2525-34092525-3409opendoar:2024-02-01T09:48:39Research, Society and Development - Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)false
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