Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: HONORATO, CEZAR TEIXERA
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Almanack (Guarulhos)
Texto Completo: https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357
Resumo: Ao longo de mais de duas décadas tenho me dedicado à reflexão da relação entre porto e cidade no Brasil. Inicialmente em minha tese de doutorado e, posteriormente nos vários grupos de pesquisa os quais participo, dentre eles o nosso “Grupo de Pesquisa Estudos do Atlântico e da Diáspora africana”.Para este Congresso, achei por bem trazer algumas das reflexões teórico-metodológicas que temos desenvolvido com minha equipe da UFF e um pouco da maneira como tenho com elas lidado. Mas ainda, pela percepção de que estes aspectos acabam sendo supostos e não debatidos como deveriam.Primeiramente, temos que definir mais claramente o período e a realidade a qual devemos dar atenção. Afinal, tanto o porto quando as cidades são realidades dinâmicas, em que constantes construções, reconstruções não só são devido às suas realidades intrínsecas, às exteriores e à própria dialética existente entre eles.Ressalve-se que estamos falando de portos e cidades portuárias, não apenas de cidades litorâneas, mas daquelas onde a atividade portuária interfere diretamente na configuração da cidade e na sua dinâmica urbana, econômica, social e cultural. Isto por si só, reduz a nossa problemática a algumas cidades brasileiras onde realmente o porto é intrínseco a sua própria existência.Para o historiador de ofício isto já é um grande problema: estamos lidando com uma realidade em constante processo de mudança e, dependendo do período, muito rápidas. É como se tivéssemos uma equação com várias incógnitas – variáveis – e que, como em toda equação, forma um sistema dialético onde dependendo do valor de cada uma delas, altera-se o resultado final.No caso de um porto capitalista tal realidade é ainda mais complexa por envolver diretamente interesses locais, nacionais e internacionais na sua operação, além, é claro, do surgimento de outros setores econômicos e sociais que dependem, direta ou indiretamente, da atividade portuária.Exatamente por tais aspectos que agora apenas apontamos, podemos perceber a necessidade do historiador definir com clareza qual o seu foco temático, o período cronológico, a metodologia a ser utilizada e as fontes de pesquisa a serem trabalhadas.Tentando avançar um pouco mais para podermos explorar uma questão com tantas variáveis - sem nos descolarmos de uma perspectiva de uma história global -temos que “congelar” um tempo, ou seja, definir uma cronologia que dê conta, ao mesmo tempo da especificidade do objeto e da própria conjuntura mais geral.
id UNIFESP-2_ba0427c0f86b15203a0c01316819446d
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1357
network_acronym_str UNIFESP-2
network_name_str Almanack (Guarulhos)
repository_id_str
spelling Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações HistoriográficasPortosCidades e Mundo AtlânticoAo longo de mais de duas décadas tenho me dedicado à reflexão da relação entre porto e cidade no Brasil. Inicialmente em minha tese de doutorado e, posteriormente nos vários grupos de pesquisa os quais participo, dentre eles o nosso “Grupo de Pesquisa Estudos do Atlântico e da Diáspora africana”.Para este Congresso, achei por bem trazer algumas das reflexões teórico-metodológicas que temos desenvolvido com minha equipe da UFF e um pouco da maneira como tenho com elas lidado. Mas ainda, pela percepção de que estes aspectos acabam sendo supostos e não debatidos como deveriam.Primeiramente, temos que definir mais claramente o período e a realidade a qual devemos dar atenção. Afinal, tanto o porto quando as cidades são realidades dinâmicas, em que constantes construções, reconstruções não só são devido às suas realidades intrínsecas, às exteriores e à própria dialética existente entre eles.Ressalve-se que estamos falando de portos e cidades portuárias, não apenas de cidades litorâneas, mas daquelas onde a atividade portuária interfere diretamente na configuração da cidade e na sua dinâmica urbana, econômica, social e cultural. Isto por si só, reduz a nossa problemática a algumas cidades brasileiras onde realmente o porto é intrínseco a sua própria existência.Para o historiador de ofício isto já é um grande problema: estamos lidando com uma realidade em constante processo de mudança e, dependendo do período, muito rápidas. É como se tivéssemos uma equação com várias incógnitas – variáveis – e que, como em toda equação, forma um sistema dialético onde dependendo do valor de cada uma delas, altera-se o resultado final.No caso de um porto capitalista tal realidade é ainda mais complexa por envolver diretamente interesses locais, nacionais e internacionais na sua operação, além, é claro, do surgimento de outros setores econômicos e sociais que dependem, direta ou indiretamente, da atividade portuária.Exatamente por tais aspectos que agora apenas apontamos, podemos perceber a necessidade do historiador definir com clareza qual o seu foco temático, o período cronológico, a metodologia a ser utilizada e as fontes de pesquisa a serem trabalhadas.Tentando avançar um pouco mais para podermos explorar uma questão com tantas variáveis - sem nos descolarmos de uma perspectiva de uma história global -temos que “congelar” um tempo, ou seja, definir uma cronologia que dê conta, ao mesmo tempo da especificidade do objeto e da própria conjuntura mais geral.Universidade Federal de São Paulo2019-05-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/135710.1590/2236-4633Almanack; No. 21 (2019); 63-97Almanack; Núm. 21 (2019); 63-97Almanack; n. 21 (2019); 63-972236-4633reponame:Almanack (Guarulhos)instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPporenghttps://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357/6901https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357/6915Copyright (c) 2019 CEZAR TEIXERA HONORATOinfo:eu-repo/semantics/openAccessHONORATO, CEZAR TEIXERA2021-09-10T01:54:47Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1357Revistahttps://periodicos.unifesp.br/index.php/almPUBhttps://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/oaialmanack@unifesp.br||andremachados@yahoo.com.br2236-46332236-4633opendoar:2021-09-10T01:54:47Almanack (Guarulhos) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
title Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
spellingShingle Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
HONORATO, CEZAR TEIXERA
Portos
Cidades e Mundo Atlântico
title_short Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
title_full Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
title_fullStr Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
title_full_unstemmed Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
title_sort Portos e Cidades Portuárias: Algumas Considerações Historiográficas
author HONORATO, CEZAR TEIXERA
author_facet HONORATO, CEZAR TEIXERA
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv HONORATO, CEZAR TEIXERA
dc.subject.por.fl_str_mv Portos
Cidades e Mundo Atlântico
topic Portos
Cidades e Mundo Atlântico
description Ao longo de mais de duas décadas tenho me dedicado à reflexão da relação entre porto e cidade no Brasil. Inicialmente em minha tese de doutorado e, posteriormente nos vários grupos de pesquisa os quais participo, dentre eles o nosso “Grupo de Pesquisa Estudos do Atlântico e da Diáspora africana”.Para este Congresso, achei por bem trazer algumas das reflexões teórico-metodológicas que temos desenvolvido com minha equipe da UFF e um pouco da maneira como tenho com elas lidado. Mas ainda, pela percepção de que estes aspectos acabam sendo supostos e não debatidos como deveriam.Primeiramente, temos que definir mais claramente o período e a realidade a qual devemos dar atenção. Afinal, tanto o porto quando as cidades são realidades dinâmicas, em que constantes construções, reconstruções não só são devido às suas realidades intrínsecas, às exteriores e à própria dialética existente entre eles.Ressalve-se que estamos falando de portos e cidades portuárias, não apenas de cidades litorâneas, mas daquelas onde a atividade portuária interfere diretamente na configuração da cidade e na sua dinâmica urbana, econômica, social e cultural. Isto por si só, reduz a nossa problemática a algumas cidades brasileiras onde realmente o porto é intrínseco a sua própria existência.Para o historiador de ofício isto já é um grande problema: estamos lidando com uma realidade em constante processo de mudança e, dependendo do período, muito rápidas. É como se tivéssemos uma equação com várias incógnitas – variáveis – e que, como em toda equação, forma um sistema dialético onde dependendo do valor de cada uma delas, altera-se o resultado final.No caso de um porto capitalista tal realidade é ainda mais complexa por envolver diretamente interesses locais, nacionais e internacionais na sua operação, além, é claro, do surgimento de outros setores econômicos e sociais que dependem, direta ou indiretamente, da atividade portuária.Exatamente por tais aspectos que agora apenas apontamos, podemos perceber a necessidade do historiador definir com clareza qual o seu foco temático, o período cronológico, a metodologia a ser utilizada e as fontes de pesquisa a serem trabalhadas.Tentando avançar um pouco mais para podermos explorar uma questão com tantas variáveis - sem nos descolarmos de uma perspectiva de uma história global -temos que “congelar” um tempo, ou seja, definir uma cronologia que dê conta, ao mesmo tempo da especificidade do objeto e da própria conjuntura mais geral.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-05-30
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357
10.1590/2236-4633
url https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357
identifier_str_mv 10.1590/2236-4633
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
language por
eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357/6901
https://periodicos.unifesp.br/index.php/alm/article/view/1357/6915
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 CEZAR TEIXERA HONORATO
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 CEZAR TEIXERA HONORATO
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv Almanack; No. 21 (2019); 63-97
Almanack; Núm. 21 (2019); 63-97
Almanack; n. 21 (2019); 63-97
2236-4633
reponame:Almanack (Guarulhos)
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Almanack (Guarulhos)
collection Almanack (Guarulhos)
repository.name.fl_str_mv Almanack (Guarulhos) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv almanack@unifesp.br||andremachados@yahoo.com.br
_version_ 1788165847923032064