O conhecimento como especificidade da escola republicana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Luana Rodrigues dos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIJUI
Texto Completo: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/6080
Resumo: Conceber a educação como imprescindível ao acolhimento das novas gerações ao mundo preexistente pressupõe buscar um sentido e uma característica irrenunciável a esse processo. Com esse objetivo procurou-se argumentar e explicar por que o aspecto distintivo da escola é a transmissão de saberes construídos ao longo do tempo, dando origem a uma tradição. A teoria condorcetiana baseia-se no princípio de que a escola republicana deve ser responsável pela diminuição das desigualdades, ao menos no tocante ao conhecimento, e que neste espaço não devem existir fatores externos determinantes para o aprendizado, como cor, gênero, raça ou classe social. Deste modo, parte-se em direção a uma argumentação que contemple o sentido da educação escolar e deste modo conceba o conhecimento como indissociável na obtenção deste significado. Os balizadores desta produção são autores que em épocas diferentes fizeram sua contribuição sobre o que compreendiam ser inerente à tarefa escolar. Na primeira parte da escrita apresentam-se as principais teses de Condorcet, nas quais evidencia-se o caráter universal, laico e gratuito de educação defendida por ele, bem como o destaque dado pelo autor aos saberes científicos. Dando prosseguimento, já num segundo capítulo, a preocupação está, ainda que de forma breve, em explicar qual é o tipo e a natureza do conhecimento que deve se fazer presente na escola. Em sequência apresentam-se os escritos de Arendt no tocante à sua abordagem sobre a crise na educação, trazendo entendimentos sobre os temas da autoridade, mundo comum e da diminuição prejudicial das fronteiras entre as esferas pública e privada. Masschelein e Simons tomam a palavra para defender uma escola capaz de oferecer tempo livre e tornar o saber público pela profanação e suspensão. Em Savater, encontra-se a demonstração de que o professor é o representante do conhecimento e por que ele não deve abrir mão deste lugar. O terceiro capítulo estabelece uma teia de relações entre os autores já mencionados e Michel Young. Esta parte da escrita tem uma característica mais direta pelo modo como Young se coloca em sua teoria de defesa de uma escola que ensine o “conhecimento poderoso” e que tenha clareza na distinção entre saberes específicos do contexto do aluno e de fora dele. O esforço deste trabalho é que a escola, enquanto artifício, afirme razões para sua existência, e que estas razões tornem-se públicas produzindo engajamento, principalmente entre aqueles que se ocupam com a educação, pois do contrário estaremos diante da perda da legitimidade seguida do iminente desaparecimento dessa instituição secular.
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