A profilaxia pré-exposição e a qualidade de vida sexual de casais sorodiferentes para o HIV: um estudo de coorte

• Autor(a) principal: Quadros, Rosane Souza
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do Centro Universitário La Salle
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11690/3599
• topic: Profilaxia pré-exposição - HIV; Qualidade de vida; Casais Sorodiferentes

Relações de casais sorodiferentes são cada vez mais frequentes, necessitando de um olhar diferenciado quanto às estratégias de prevenção, como por exemplo, a profilaxia pré-exposição ao vírus HIV (PrEP) e questões relacionadas à vida afetivo-sexual. Objetivos: mensurar o impacto da PrEP na qualidade de vida sexual de casais sorodiferentes para o HIV; identificar as principais mudanças na vida sexual destes casais após 6 meses de uso de PrEP; descrever o perfil do usuário de PrEP e as principais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) rastreadas no momento da indicação da PrEP e após 6 meses; medir a adesão e taxa de soroconversão após 180 dias da profilaxia; medir a taxa de abandono da PrEP. Métodos: foi conduzida uma coorte prospectiva de casais sorodiferentes para o HIV em um Ambulatório de Infectologia da região metropolitana de Porto Alegre. Um questionário de avaliação aos casais sorodiferentes em acompanhamento de PrEP com os domínios fatores de risco e outros fatores associados a infecção pelo vírus HIV e um instrumento de Quociente Sexual (QS), sendo este específico para cada sexo, foram aplicados após a consulta de elegibilidade e no sexto mês de uso da PrEP. Resultados: O desempenho sexual global melhorou após o uso da PrEP na população geral (74,8 + 17,8 vs 78,6 + 15,5; p=0,02). Casais homossexuais melhoraram seu padrão geral de desempenho sexual após 6 meses de uso da PrEP, sendo evidenciado através do quociente sexual e dos discursos da categoria Tranquilidade e Serenidade na relação. Casais heterossexuais modificaram apenas domínios de preliminares e excitação pessoal, sintonia com o parceiro e satisfação que o homem proporciona a sua parceira e controle da ejaculação, este último de forma negativa. Um modelo de regressão linear ajustado para idade, orientação sexual e sorologia, identificou apenas o sexo feminino como variável independente associada a melhora na pontuação (diferença +2,4 (95% CI 1,04-14,4; p=0,025). Conclusão: a PrEP mitigou a transmissão do vírus HIV, aproximou os parceiros, fortaleceu os relacionamentos sexuais e como consequência impactou positivamente na qualidade de vida sexual dos casais sorodiferentes.