Sobre o cogito como representação: a relação de si a si na filosofia primeira de Descartes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, Marcos Alexandre
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UNIOESTE
Texto Completo: http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2098
Resumo: The cogito is the statement that expresses the first certainty of Cartesian philosophy. It is the relation of itself to itself, through which the ego becomes conscious of its existence. This research work develops the problem about the statute of cogito, analyzing the possibility of the I think therefore I am , or I am, I exist by Descartes, to be a representation. On the one hand, it seems that there is not a problem in considering the cogito a representation, since in the cogito, the ego has a thought, and all the representation is a thought; on the other hand, consider the cogito as representation is to consider that the thought of the ego about itself occurs in the same way as the thought of the ego about the other things. Therefore, it is necessary to investigate the notion of representation to analyze the possibility of the cogito to be thought in the representative patterns. The representation is a concept connected with the notion of idea, and to represent consists of having ideas, in realizing the presence of something through an idea. Things are represented to the ego because it does not have direct access to these things, which become present through the ideas that represent them. Having in view that in the cogito the object of thought is the own I-thinking, something that has direct access to itself, the cogito cannot be considered a representation. As things become present to the ego through the objective reality of ideas, and the representation is connected with the notion of objective reality reality that Descartes attributes an ontological inferior statute, since it does not express the own reality of one thing, but mere representation to represent means to realize the presence of the reality of something to what the ego does not have direct access. As the cogito expresses its own reality of the thing thought, and what is accessed is a formal reality, the cogito cannot be a representation, since a representation does not concern to the formal reality of something, but merely to the objective reality.
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On the one hand, it seems that there is not a problem in considering the cogito a representation, since in the cogito, the ego has a thought, and all the representation is a thought; on the other hand, consider the cogito as representation is to consider that the thought of the ego about itself occurs in the same way as the thought of the ego about the other things. Therefore, it is necessary to investigate the notion of representation to analyze the possibility of the cogito to be thought in the representative patterns. The representation is a concept connected with the notion of idea, and to represent consists of having ideas, in realizing the presence of something through an idea. Things are represented to the ego because it does not have direct access to these things, which become present through the ideas that represent them. Having in view that in the cogito the object of thought is the own I-thinking, something that has direct access to itself, the cogito cannot be considered a representation. As things become present to the ego through the objective reality of ideas, and the representation is connected with the notion of objective reality reality that Descartes attributes an ontological inferior statute, since it does not express the own reality of one thing, but mere representation to represent means to realize the presence of the reality of something to what the ego does not have direct access. As the cogito expresses its own reality of the thing thought, and what is accessed is a formal reality, the cogito cannot be a representation, since a representation does not concern to the formal reality of something, but merely to the objective reality.O cogito é o enunciado que expressa a primeira certeza da filosofia cartesiana. É a relação de si a si, através da qual o ego se torna consciente de sua existência. O presente trabalho desenvolve o problema sobre o estatuto do cogito, analisando a possibilidade de o penso, logo existo , ou o eu sou, eu existo de Descartes, ser uma representação. Por um lado, parece não haver problema em considerar o cogito uma representação, pois, no cogito, o ego tem um pensamento, e toda a representação é um pensamento; por outro lado, considerar o cogito como representação é considerar que o pensamento do ego sobre si ocorre do mesmo modo como o pensamento do ego sobre as outras coisas. Deste modo, é necessário investigar a noção de representação para analisar a possibilidade de o cogito ser pensado sob os moldes representativos. A representação é um conceito ligado à noção de idéia, e representar consiste em ter idéias, em perceber a presença de algo através de uma idéia. As coisas são representadas ao ego porque ele não tem acesso direto a essas coisas, que se tornam presentes através das idéias que as representam. Tendo em vista que no cogito o objeto de pensamento é o próprio o eu pensante, algo que tem acesso direto a si mesmo, o cogito não pode ser considerado uma representação. Como as coisas se tornam presentes ao ego através da realidade objetiva das idéias, e a representação está ligada a noção de realidade objetiva - realidade esta a qual Descartes atribui um estatuto ontológico inferior , pois não expressa a própria realidade de uma coisa, mas a mera representação representar significa perceber a presença da realidade de algo ao que o ego não tem acesso direto. Como o cogito acessa a própria realidade do objeto de pensamento, concluiu-se que não é uma representação. Como o cogito expressa a própria realidade da coisa pensada, e o que é acessado é uma realidade formal, o cogito não pode ser uma representação, pois a representação não diz respeito à realidade formal de algo, mas meramente à realidade objetiva.Made available in DSpace on 2017-07-10T18:26:20Z (GMT). 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