PERFIL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NA MESORREGIÃO OESTE DO RIO GRANDE DO NORTE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Kalidyjamayra Oliveira Reis de
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Souto, Maria Eduarda Varela Cavalcanti, Aires, Caio Augusto Martins, Fernandes, José Veríssimo, Bezerra, Christiane Medeiros, Nascimento, Ellany Gurgel Cosme do, Santos, Marquiony Marques, Fernandes , Thales Allyrio Araújo de Medeiros
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR (Online)
Texto Completo: https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/10539
Resumo: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) ocorrem com mais frequência em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a exposição maior dos pacientes a procedimentos e dispositivos invasivos, quadro clínico debilitado e sua manipulação pela equipe assistencial exigindo uso elevado de antimicrobianos, o que pode promover um risco de desenvolvimento de resistência bacteriana a estes, cujas consequências podem ser a dificuldade de tratamento, internamento prolongado, risco de óbito e maior custo associado. Tem como objetivo descrever as IRAs relacionando os agentes etiológicos e o tratamento antimicrobiano em uma UTI de um hospital de referência da mesorregião do Rio Grande do Norte. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal de abordagem quantitativa. Foram inseridos 1.682 pacientes internados na UTI geral do hospital estudado entre 2017-2020. Os dados foram coletados a partir de fichas de registro que foram tabuladas e analisadas nos softwares Microsoft Office Excel® e Statistical Package for the Social Sciences utilizando estatística descritiva simples com apresentação de frequências, tendências e dispersão. A análise dos resultados revelou mediana de idade de 57 anos, prevalência do sexo masculino e existência de comorbidades em 57,9% dos casos, especialmente infecção prévia a admissão na UTI. O tempo médio de permanência na UTI foi 11,4 dias e taxa de mortalidade de 52%. Quanto aos dispositivos invasivos, observou-se uso de sonda vesical de demora (96,8%), ventilação mecânica (79,4%) e cateter venoso central (83,7%). Constatou-se 790 IRAS da UTI com crescimento bacteriano em 48,2%. As principais densidades de incidência (DI) de IRAS/1.000 pacientes-dia foram: IPCSL-CVC 1,8; PAV 27 e ITU-AC 22,3. Quanto aos antibióticos, observou-se Lenght of therapy de 872,5/1.000 pacientes-dia, sendo os mais prescritos: vancomicina (N=633), meropenem (N=625), ceftriaxona (N=479), amicacina (N=463) e polimixina B (N=448). Os valores destaques de Days of therapy/1.000 pacientes-dia: meropenem (N=305,7), amicacina (N=260,4), polimixina B (N=256,4), vancomicina (N=229,3) e imipenem (N=165,3). As bactérias mais isoladas nas culturas foram: Acinetobacter spp., Pseudomonas spp. e Klebsiella spp., as quais apresentaram resistência, principalmente, a: ceftazidima (51,5% - 87,3%); cefepima (61,6% - 85,3%); ciprofloxacino (56% - 84,6%) e meropenem (31,7% - 80,3%). Identificou-se não conformidades no tratamento com antibióticos em 455 pacientes, que envolvem principalmente polimixina B, vancomicina, meropenem e ceftriaxona. Conclui-se que há elevados níveis de tempo de permanência na UTI e uso de dispositivos invasivos, assim como DI de IRAS alta com identificação microbiológica de bactérias importantes, especialmente por seu perfil de resistência acentuado com destaque para antibióticos da classe dos carbapenêmicos e cefalosporinas de 3a e 4a geração. Destaca-se também a presença de não conformidades na administração de antibióticos que podem contribuir para a seleção de bactérias multirresistentes.
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