Condições de risco de parasitismo por Dioctophyme Renale em cães no município de Uruguaiana

• Autor(a) principal: Dill, Susane Werle
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4930
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS; Cães; Dioctofimatose; Parasita; Rim; Saúde Pública; Dogs; Dioctophymatosis; Public Health; Parasite; Parasitologia; Parasitology; Dioctophyme Renale

O presente estudo foi elaborado com objetivo de realizar um levantamento de cães atendidos no setor de Diagnóstico por Imagem do Hospital Universitário Veterinário da Universidade Federal do Pampa e selecionar os pacientes que foram diagnosticados com dioctofimatose. Realizou-se levantamento documental com a análise dos prontuários e coleta de dados dos pacientes atendidos durante os anos de 2015 a 2017. A partir dos prontuários dos animais, foram coletadas informações como: método de diagnóstico, sinais clínicos, localização do(s) parasita(s), idade do paciente, gênero, contato com outros cães, controle parasitário, tipo de alimentação e endereço da residência do animal. O endereço foi evidenciado em mapa do município e avaliado quanto à proximidade do rio Uruguai e áreas de alagamento e também possibilitou o delineamento de quais Estratégias de Saúde da Família abrangiam as áreas infectadas. Foi efetuado estudo observacional descritivo com avaliação dos locais e arredores, buscando caracterizar fatores de risco de exposição ao parasita, como: presença de animais errantes, rios ou canais fluviais nas imediações, lixo em vias públicas, saneamento básico, pavimentação de vias públicas e áreas alagadas. Os dados foram descritos e analisados por distribuição de percentagem. Entre os anos de 2015 e 2017 foi realizada ultrassonografia abdominal em 742 pacientes. Desse montante, em 13 cães foi diagnosticada dioctofimatose, representando 1,75% dos casos atendidos. Em relação ao gênero dos cães, 69% (nove animais) eram machos. Notou-se que 46% (seis animais) se alimentavam com comida caseira e ração de forma alternada, outros 46% (seis animais), somente ração e apenas 8%, ou seja, um paciente recebia unicamente comida caseira. A maioria dos tutores informou que (54%/sete animais) os animais tinham livre acesso a rua, 23% (três animais) permaneciam somente dentro do quintal e 85% (11 animais) conviviam com outros cães. Todos os domicílios observados apresentavam cerca ou muro de proteção e 77% dos animais tinham proprietários. Apenas um animal (10%) reside nas proximidades de um canal de água, 89% dos locais visitados tinham lixo nas vias públicas e 85% apresentavam cães pelas ruas. Notou- se que o município de Uruguaiana tem ambiente e condições favoráveis ao desenvolvimento e manutenção do Dioctophyme renale. O potencial hídrico da região, com presença de áreas alagadas e enchentes em determinadas épocas do ano, a presença de lixo nas ruas, esgoto a céu aberto, associados a hábitos de alimentação e manejo semidomiciliar dos cães contribuem para a ocorrência do parasitismo em bairros distantes das encostas do Rio Uruguai. Estudos epidemiológicos em diferentes regiões e que incluem cães errantes, precisam ser realizados a fim de esclarecer as causas da perpetuação do ciclo do parasita e elucidar a ocorrência desta doença.