O processo de variação nas estruturas de tempo composto e voz passiva: avaliação das formações verbais de duplo particípio

• Autor(a) principal: Rodrigues, Renar Juliana
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/2764
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES; Letras; Tempo composto; Voz passiva; Particípios duplos; Avaliação

Este trabalho trata do fenômeno da variação que ocorre em formações verbais de duplo particípio em estruturas de tempo composto e voz passiva e tem como objetivo observar como é manifestada a avaliação que falantes bageenses fazem diante de construções em que o uso dos particípios duplos apresenta-se em variação. Para isso, foram observadas quais formas de particípio foram melhor avaliadas pelos falantes tendo em vista os fatores linguísticos item lexical e conjugação verbal e os fatores extralinguísticos de escolaridade, gênero, idade e indivíduo. A pesquisa baseia-se na “Sociolinguística Variacionista” ou” Teoria da Variação”, que tem como referência os estudos do linguista Labov. Como parte da fundamentação teórica foram analisadas as dissertações de DA SILVA (2008) e MIARA(2013), cujos resultados foram utilizados para a composição das hipóteses aqui apresentadas. A metodologia empregada provém da avaliação que os falantes fazem na escolha do particípio regular ou o irregular entre os verbos de duplo particípio para a formação de sentenças. Estes dados foram obtidos a partir da aplicação de um teste escrito a uma população composta por 16 falantes bageenses distribuídos entre homens e mulheres, com idades entre 18 e 28 anos e 50 e 60 anos e com níveis de escolaridade de ensino fundamental incompleto (5ª a 7ª série) ou completo e também ensino superior completo ou em andamento. Os dados coletados foram submetidos à análise através do Programa GOLDVARB X, que faz parte do pacote de programas do VARBRUL e fornece dados referentes à porcentagem de aplicação de uma regra variável e ao peso relativo. O que se pode perceber é que na estrutura de tempo composto, no que diz respeito ao grupo de fatores item lexical, o uso do particípio irregular obteve a mesma média de avaliação da forma regular, enquanto que no grupo de fatores escolaridade, o particípio irregular obteve melhor avaliação entre os indivíduos com ensino superior. Na estrutura de voz passiva, a forma de particípio melhor avaliada foi o particípio irregular entre os verbos dispostos no grupo de fatores item lexical e também entre os indivíduos de 50 a 60 anos que correspondiam a elementos do grupo de fatores idade.Com estes dados foi possível chegar a uma perfil dos falantes da cidade de Bagé que consideram como melhor a forma irregular de particípio e também compreender como se constituiu a avaliação dos falantes em relação a determinadas construções linguísticas, tendo em vista o processo de variação, com destaque para as formações verbais de duplo particípio, embora os dados apresentados nos forneçam apenas um indício sinalizado pela avaliação do uso da língua.