Ação neuroprotetora e potencial antioxidante do extrato hidroalcoólico e frações do cajuizeiro anacardium microcarpum ducke no modelo de drosophila melanogaster

• Autor(a) principal: Müller, Katiane Raquel
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4365
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Antioxidante; Doenças neurodegenerativas; Estresse oxidativo; Compostos fenólicos; Antioxidant; Neurodegenerative diseases; Oxidative stress; Phenolic compounds

A planta Anacardium microcarpum Ducke conhecida popularmente como cajuizeiro, é encontrada em populações naturais de vários ecossistemas do Nordeste do país, principalmente nas áreas de Cerrado. Estudos etnofarmacológicos encontraram atividade adstringente, antidiabética, anti-inflamatória, antirreumática e antiulcerogênica para o gênero Anacardium. Entretanto, há falta de estudos focados no potencial neuroprotetor e antioxidante desta espécie. Este trabalho tem como objetivo avaliar a ação neuroprotetora e o potencial antioxidante in vivo e in vitro do extrato hidroalcoólico e de duas diferentes frações: metanol e acetato de Anacardium microcarpum. Todos os testes foram realizados com moscas adultas de ambos os sexos de 0-4 dias. Para os testes de toxicidade 25 moscas foram tratadas com meio padrão contendo 0, 1 e 10mg/ml de extrato ou frações, durante cinco dias. Para os testes de neuroproteção, seis grupos de 25 moscas foram tratadas durante 72 horas: com solução de 1% de sacarose (controle) ou Paraquat (PQ 5mM) na presença ou ausência de extrato ou frações (1 e 10 mg/ml). No final dos tratamentos foi analisado o número de moscas mortas, as alterações comportamentais, a produção de hidroperóxidos e a atividade de enzimas antioxidantes. Foi avaliado também o efeitos antioxidantes in vitro e a quantificação de compostos fenólicos. Os ensaios de toxicidade demonstraram que o tratamento com extrato e as frações não afetaram a sobrevivência e não apresentaram efeito citotóxico. Por outro lado, o PQ 5mM induziu um aumento de 85 % na mortalidade e déficit locomotor. Este efeito foi totalmente revertido pelo co-tratamento com extrato o hidroalcoólico e a fração metanol. O PQ também induziu o dano oxidativo, sendo revertido ao nível do controle quando co-tratados com extrato hidroalcoólico e a fração metanol. A fração de acetato 10mg/ml aumentou à atividade da GST, SOD e CAT. A fração de metanol 10mg/ml estimulou a atividade de CAT. Enzimas como a CAT e SOD são essenciais para o sistema de defesa intracelular, promovendo a proteção celular contra moléculas reativas potencialmente induzidas. GST é uma enzima de fase II do metabolismo de desintoxicação atuando na excreção de xenobióticos. In vitro, a % de scavenging do radicais ABTS foi semelhante entre os extratos. A fração acetato apresentou maior potencial redutor de Fe3+ e quase três vezes mais níveis de compostos fenólicos. Em conclusão, este estudo demonstrou que o extrato hidroalcoólico e a fração metanol foram antioxidantes mais eficazes in vivo, embora a fração acetato tenha apresentado níveis mais elevados de compostos fenólicos e potencial antioxidante in vitro. Este estudo reflete a presença de compostos neuroprotetores, destacando os efeitos biológicos do cajuizeiro como um potencial agente terapêutico em doenças neurodegenerativas.