Avaliação da bioatividade do flavonóide crisina em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisível
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIPAMPA |
Texto Completo: | http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/302 |
Resumo: | A relação entre o estresse e a depressão tem sido alvo de intensas pesquisas comportamentais e fisiopatológicas. Dentro deste contexto, estudos postulam que a hipersecreção de cortisol e o desenvolvimento de um quadro de estresse oxidativo são fatores responsáveis pela ocorrência da depressão em indivíduos estressados. Como mecanismo recente de estudo, também está sendo sugerido o papel das neurotrofinas e da enzima Na+,K+-ATPase na fisiopatologia da depressão. Embora vários antidepressivos já estejam disponíveis no mercado, a falta de eficácia na totalidade dos pacientes e a vasta ocorrência de efeitos colaterais adversos constituem uma problemática no tratamento da depressão. Assim, pesquisas têm buscado compostos, principalmente naturais, que possam melhor satisfazer as exigências clínicas sem ocasionar alterações fisiológicas indesejáveis. A crisina é um flavonóide natural abundante no, localmente denominado, maracujá do mato (Passiflora coerulea), e seus efeitos terapêuticos já têm sido explorados em modelos de estresse oxidativo, hiperlipidemia, inflamação, hipertensão e neoplasia, mas seu efeito na depressão ainda é desconhecido. Com isso, objetivou-se neste trabalho analisar o efeito do tratamento oral com o flavonóide crisina por 28 dias em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisível (CUMS), em parâmetros comportamentais, bioquímicos e neurotróficos, comparando com o efeito da fluoxetina (controle positivo). O CUMS aplicado por 28 dias reduziu os níveis de BDNF (Fator neurotrófico derivado do cérebro) e NGF (Fator de crescimento do nervo) e ocasionou a inibição da atividade da enzima Na+,K+-ATPase no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) não só protegeu contra estas mudanças, mas a dose de 20mg/kg ainda elevou o BDNF e o NGF a níveis acima do grupo controle em animais não estressados e em animais submetidos ao CUMS. O CUMS induziu a redução na preferência por sacarose, o aumento no tempo de imobilidade no teste de nado forçado (FST) e o aumento nos níveis plasmáticos de corticosterona. Além do tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) prevenir contra estas alterações nos animais estressados, também se observou o efeito antidepressivo da crisina no FST nos animais não estressados. Os dados acima citados mostram o efeito antidepressivo da crisina em animais não estressados e estressados, de forma equivalente à fluoxetina, sugerindo o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. O protocolo do CUMS reduziu os níveis de tióis não-protéicos (NPSH) e elevou os níveis de espécies reativas (RS) no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. Como possível mecanismo de resposta a estas mudanças, foi verificada a elevação da atividade das enzimas glutationa redutase (GR), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT) no hipocampo e córtex pré-frontal dos camundongos submetidos ao CUMS. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) protegeu frente a estas modificações, mostrando o envolvimento da ação antioxidante no efeito antidepressivo da crisina em animais estressados. Em conclusão, estes dados demonstram o efeito antidepressivo da crisina em parâmetros comportamentais e fisiopatolóficos em animais não estressados e em animais estressados, e sugerem o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. Ainda, este trabalho expõe o maracujá do mato como um importante alvo para o estudo dos produtos naturais no combate à depressão e outras doenças do sistema nervoso central, mostrando a fundamentalidade da investigação da funcionalidade e constituição bioativa desta e outras plantas desta região. |
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Jesse, Cristiano RicardoPrigol, MarinaBorges Filho, Carlos2016-04-08T13:52:06Z2016-04-08T13:52:06Z2014-08-09BORGES FILHO, Carlos. Avaliação da bioatividade do flavonóide crisina em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisível. 114 p. Dissertação (Mestrado em Bioquímica) – Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, 2013.http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/302A relação entre o estresse e a depressão tem sido alvo de intensas pesquisas comportamentais e fisiopatológicas. Dentro deste contexto, estudos postulam que a hipersecreção de cortisol e o desenvolvimento de um quadro de estresse oxidativo são fatores responsáveis pela ocorrência da depressão em indivíduos estressados. Como mecanismo recente de estudo, também está sendo sugerido o papel das neurotrofinas e da enzima Na+,K+-ATPase na fisiopatologia da depressão. Embora vários antidepressivos já estejam disponíveis no mercado, a falta de eficácia na totalidade dos pacientes e a vasta ocorrência de efeitos colaterais adversos constituem uma problemática no tratamento da depressão. Assim, pesquisas têm buscado compostos, principalmente naturais, que possam melhor satisfazer as exigências clínicas sem ocasionar alterações fisiológicas indesejáveis. A crisina é um flavonóide natural abundante no, localmente denominado, maracujá do mato (Passiflora coerulea), e seus efeitos terapêuticos já têm sido explorados em modelos de estresse oxidativo, hiperlipidemia, inflamação, hipertensão e neoplasia, mas seu efeito na depressão ainda é desconhecido. Com isso, objetivou-se neste trabalho analisar o efeito do tratamento oral com o flavonóide crisina por 28 dias em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisível (CUMS), em parâmetros comportamentais, bioquímicos e neurotróficos, comparando com o efeito da fluoxetina (controle positivo). O CUMS aplicado por 28 dias reduziu os níveis de BDNF (Fator neurotrófico derivado do cérebro) e NGF (Fator de crescimento do nervo) e ocasionou a inibição da atividade da enzima Na+,K+-ATPase no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) não só protegeu contra estas mudanças, mas a dose de 20mg/kg ainda elevou o BDNF e o NGF a níveis acima do grupo controle em animais não estressados e em animais submetidos ao CUMS. O CUMS induziu a redução na preferência por sacarose, o aumento no tempo de imobilidade no teste de nado forçado (FST) e o aumento nos níveis plasmáticos de corticosterona. Além do tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) prevenir contra estas alterações nos animais estressados, também se observou o efeito antidepressivo da crisina no FST nos animais não estressados. Os dados acima citados mostram o efeito antidepressivo da crisina em animais não estressados e estressados, de forma equivalente à fluoxetina, sugerindo o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. O protocolo do CUMS reduziu os níveis de tióis não-protéicos (NPSH) e elevou os níveis de espécies reativas (RS) no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. Como possível mecanismo de resposta a estas mudanças, foi verificada a elevação da atividade das enzimas glutationa redutase (GR), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT) no hipocampo e córtex pré-frontal dos camundongos submetidos ao CUMS. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) protegeu frente a estas modificações, mostrando o envolvimento da ação antioxidante no efeito antidepressivo da crisina em animais estressados. Em conclusão, estes dados demonstram o efeito antidepressivo da crisina em parâmetros comportamentais e fisiopatolóficos em animais não estressados e em animais estressados, e sugerem o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. Ainda, este trabalho expõe o maracujá do mato como um importante alvo para o estudo dos produtos naturais no combate à depressão e outras doenças do sistema nervoso central, mostrando a fundamentalidade da investigação da funcionalidade e constituição bioativa desta e outras plantas desta região.The relationship between stress and depression has been subject of the intense behavioral and pathophysiological research. Within this context, studies have postulated that the hypersecretion of cortisol and the development of a framework of oxidative stress are factors responsible for the occurrence of depression in stressed individuals. As a recent study of mechanism, has also been suggested the role of the neurotrophins and of the enzyme Na+,K+-ATPase in the pathophysiology of depression. Although various antidepressants are already available on the market, the lack of efficacy in whole of patients and the wide occurrence of adverse side effects are a problematic in the treatment of depression. Thus, studies have investigated compounds, mainly natural, which can better meet the clinical requirements without causing undesirable physiological changes. Chrysin is a flavonoid abundant in natural, locally called, the bush passionfruit (Passiflora coerulea), and its therapeutic effects have been explored in models of oxidative stress, hyperlipidemia, inflammation, hypertension and cancer, but its effect on depression is still unknown. Thus, this study aimed to analyze the effect of oral treatment with the flavonoid chrysin for 28 days in non-stressed mice and mice subjected to chronic unpredictable mild stress (CUMS) in behavioral, biochemical and neurotrophic parameters, compared with the effect of fluoxetine (positive control). The CUMS applied for 28 days decreased the levels of BDNF and NGF and caused the inhibition of the , Na+,K+-ATPase activity in the hippocampus and prefrontal cortex of mice. Treatment with chrysin (5 or 20mg/kg) not only protected against these changes, but still 20mg/kg increased BDNF and NGF levels above the control group in non-stressed animals and in animals subjected to CUMS. The CUMS induced the reduction in the preference for sucrose, the increase in immobility time in forced swim test (FST) and the increase in plasma corticosterone levels. Besides crysin treatment (5 or 20mg/kg) prevent against these changes in stressed animals, also observed the antidepressant effect of chrysin in the FST in non-stressed animals. The aforementioned data show the effect of antidepressant of crysin in non-stressed and stressed animals, equivalently to fluoxetine, suggesting a possible involvement of NGF and BDNF in the antidepressant effect of chrysin. The protocol CUMS reduced levels of non-protein thiols (NPSH) and raised levels of reactive species (RS) in the hippocampus and prefrontal cortex of mice. As a possible mechanism of response to these changes, we observed the increase in the activity of enzymes glutathione reductase (GR), glutathione peroxidase (GPx) and catalase (CAT) in the hippocampus and prefrontal cortex of mice subjected to CUMS. Treatment with chrysin (5 or 20mg/kg) protected against these changes, showing the involvement of antioxidant action in the antidepressant effect of chrysin in stressed animals. In conclusion, these data demonstrate the antidepressant effect of chrysin on behavioral and pathophysiological parameters in non-stressed and stressed animals, suggesting a possible involvement of BDNF and NGF in the antidepressant effect of chrysin. Still, this work exposes the passion fruit bush as an important target for the study of natural products in the combat of depression and other diseases of the central nervous system, showing the fundamentality of research of functionality and bioactive constitution these and other plants of this region.Universidade Federal do PampaCampus UruguaianaDepressãoNa+K+-ATPaseNeurotrofinasCorticosteronaEstresse oxidativoAvaliação da bioatividade do flavonóide crisina em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisívelEvaluation of the bioactivity of the flavonoid chrysin in mice subjected to chronic unpredictable mild stressinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UNIPAMPAinstname:Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)instacron:UNIPAMPAinfo:eu-repo/semantics/openAccessDepressionNeurotrophinsCorticosteroneOxidative stressORIGINALCarlos Borges Filho.pdfCarlos Borges Filho.pdfapplication/pdf1239455https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/302/1/Carlos%20Borges%20Filho.pdf6ed42bfbe4228eaf1553aaf8e1235c9eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/302/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTCarlos Borges Filho.pdf.txtCarlos Borges Filho.pdf.txtExtracted texttext/plain169837https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/302/3/Carlos%20Borges%20Filho.pdf.txtec1b884c4d46efe1ee8c6ea100d790a9MD53riu/3022021-05-04 15:34:54.497oai:repositorio.unipampa.edu.br:riu/302Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://dspace.unipampa.edu.br:8080/oai/requestsisbi@unipampa.edu.bropendoar:2021-05-04T18:34:54Repositório Institucional da UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)false |
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A relação entre o estresse e a depressão tem sido alvo de intensas pesquisas comportamentais e fisiopatológicas. Dentro deste contexto, estudos postulam que a hipersecreção de cortisol e o desenvolvimento de um quadro de estresse oxidativo são fatores responsáveis pela ocorrência da depressão em indivíduos estressados. Como mecanismo recente de estudo, também está sendo sugerido o papel das neurotrofinas e da enzima Na+,K+-ATPase na fisiopatologia da depressão. Embora vários antidepressivos já estejam disponíveis no mercado, a falta de eficácia na totalidade dos pacientes e a vasta ocorrência de efeitos colaterais adversos constituem uma problemática no tratamento da depressão. Assim, pesquisas têm buscado compostos, principalmente naturais, que possam melhor satisfazer as exigências clínicas sem ocasionar alterações fisiológicas indesejáveis. A crisina é um flavonóide natural abundante no, localmente denominado, maracujá do mato (Passiflora coerulea), e seus efeitos terapêuticos já têm sido explorados em modelos de estresse oxidativo, hiperlipidemia, inflamação, hipertensão e neoplasia, mas seu efeito na depressão ainda é desconhecido. Com isso, objetivou-se neste trabalho analisar o efeito do tratamento oral com o flavonóide crisina por 28 dias em camundongos submetidos ao estresse crônico moderado e imprevisível (CUMS), em parâmetros comportamentais, bioquímicos e neurotróficos, comparando com o efeito da fluoxetina (controle positivo). O CUMS aplicado por 28 dias reduziu os níveis de BDNF (Fator neurotrófico derivado do cérebro) e NGF (Fator de crescimento do nervo) e ocasionou a inibição da atividade da enzima Na+,K+-ATPase no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) não só protegeu contra estas mudanças, mas a dose de 20mg/kg ainda elevou o BDNF e o NGF a níveis acima do grupo controle em animais não estressados e em animais submetidos ao CUMS. O CUMS induziu a redução na preferência por sacarose, o aumento no tempo de imobilidade no teste de nado forçado (FST) e o aumento nos níveis plasmáticos de corticosterona. Além do tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) prevenir contra estas alterações nos animais estressados, também se observou o efeito antidepressivo da crisina no FST nos animais não estressados. Os dados acima citados mostram o efeito antidepressivo da crisina em animais não estressados e estressados, de forma equivalente à fluoxetina, sugerindo o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. O protocolo do CUMS reduziu os níveis de tióis não-protéicos (NPSH) e elevou os níveis de espécies reativas (RS) no hipocampo e córtex pré-frontal de camundongos. Como possível mecanismo de resposta a estas mudanças, foi verificada a elevação da atividade das enzimas glutationa redutase (GR), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT) no hipocampo e córtex pré-frontal dos camundongos submetidos ao CUMS. O tratamento com crisina (5 ou 20mg/kg) protegeu frente a estas modificações, mostrando o envolvimento da ação antioxidante no efeito antidepressivo da crisina em animais estressados. Em conclusão, estes dados demonstram o efeito antidepressivo da crisina em parâmetros comportamentais e fisiopatolóficos em animais não estressados e em animais estressados, e sugerem o possível envolvimento do BDNF e do NGF no efeito antidepressivo da crisina. Ainda, este trabalho expõe o maracujá do mato como um importante alvo para o estudo dos produtos naturais no combate à depressão e outras doenças do sistema nervoso central, mostrando a fundamentalidade da investigação da funcionalidade e constituição bioativa desta e outras plantas desta região. |
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