Avaliação dos efeitos da associação dos herbicidas 2,4 – D e picloram sobre parâmetros de toxicidade em Drosophila melanogaster

• Autor(a) principal: Leão, Mayara Bitencourt
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3037
• topic: CNPQ::ENGENHARIAS; Pesticidas; Auxinas; Acetilcolinesterase; Estresse Oxidativo; Pesticides; Auxins; Acetylcholinesterase; Oxidative Stress

Os pesticidas são substâncias amplamente utilizadas na agropecuária e frequentemente são responsáveis por problemas ambientais, intoxicações humanas e de animais. O 2,4-D é um herbicida que apresenta persistência moderada nos solos e potencial de contaminação de águas subterrâneas. O Picloram é o composto ativo de herbicidas reguladores de crescimento que age de maneira similar ao 2,4-D. A mosca da fruta, D. melanogaster, provou ser uma útil ferramenta para avaliar o impacto dos estresses ambientais nas populações, pois possui estruturas que desempenham as funções equivalentes às dos mamíferos, contribuindo assim como modelo para estudos de desenvolvimento, comportamento e doenças humanas. Desta forma, a exposição de D. melanogaster e células de mamíferos à pesticidas pode resultar em alterações bioquímicas similares, indicando que a mosca da fruta pode ser considerada um bom modelo para o estudo toxicológico. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a toxicidade dos herbicidas 2,4 – D e Picloram de maneira associada na mosca da fruta, D. melanogaster. Para a realização deste trabalho, utilizou-se a mistura comercial de 2,4 – D e picloram com as concentrações de 114,76 g/L de picloram e 447,22 g/L de 2,4-D. Para o estudo do desenvolvimento e da sobrevivência, montou-se curvas com diferentes concentrações dos herbicidas paralelos a um grupo controle sem adição de herbicidas. Moscas fêmeas e machos foram analisadas separadamente. Além da sobrevivência, foi analisado o comportamento locomotor (teste de escalada) bem como a atividade da enzima acetilcolinesterase, a produção de espécies reativas de oxigênio, os níveis de tióis total e não proteico e a atividade antioxidante total do composto. Os resultados obtidos demonstram que a exposição de ovos e larvas de D. melanogaster à associação dos herbicidas em estudo não afeta o desenvolvimento dos indivíduos significativamente. A exposição de indivíduos adultos ocasionou mortalidade progressiva de maneira dose-dependente. Quanto ao teste comportamental, a co-exposição aos herbicidas levou a uma redução significativa na locomoção quando comparado ao grupo controle e, assim como na análise da mortalidade, os indivíduos machos foram mais afetados pelos efeitos tóxicos dos herbicidas em estudo. Quanto à avaliação da atividade da enzima acetilcolinesterase, os resultados mostram que a associação destes herbicidas causou um aumento da atividade da enzima em machos de D. melanogaster. Na avaliação dos efeitos sobre os níveis de tióis, enquanto houve uma diminuição nos níveis de tiol não proteico com o aumento da concentração dos herbicidas, os níveis de tiol total não foram afetados de maneira uniforme. A produção de espécies reativas de oxigênio foi diminuída em amostras de cabeças e aumentada em amostras de corpos de D. melanogaster. Na avaliação da atividade antioxidante total do composto,obteve-se que o mesmo possui atividade antioxidante em todas as diluições testadas com uma atividade antioxidante total de 130,7% para a diluição 1/10. A partir da análise dos resultados obtidos, pode-se observar que a associação dos herbicidas 2,4 – D e picloram provavelmente causa efeitos tóxicos em D. melanogaster.