Entre literatura e cultura, o jogo de vozes femininas em "A Casa das sete mulheres", de Leticia Wierzchowski

• Autor(a) principal: Teixeira, Francine Silva Nunes
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/2943
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES; Literatura gaúcha; Estudos culturais; Teorias feministas; Literatura gaucha; Estudios culturales; Teorías feministas

Como apontam as teorias feministas, uma das marcas da literatura escrita por mulheres ao longo dos tempos tem sido a ausência de discurso construído pela própria personagem, fazendo do narrador a grande instância enunciativa na obra. Além disso, outra marca é recorrente na literatura das mulheres: a delimitação do espaço da casa como representação do seu mundo. Assim, levando em consideração que a mulher ainda se vê inserida em uma cultura fortemente patriarcal, cujas marcas se evidenciam na produção discursiva de seus sujeitos, este trabalho visa analisar a dicotomia presente na construção psicossocial das personagens Manuela e Mariana na obra A Casa Das Sete Mulheres, de Leticia Wierzchowski, enquanto representações da razão em oposição à paixão; do respeito aos códigos culturais de uma sociedade estancieira, marcadamente machista, em contraposição à paixão e ao instinto. Na sua construção narrativa, a autora intertextualiza história e ficção, valendo-se, como pano de fundo na criação de seu romance, de um fato relevante para a cultura gaúcha: A Revolução Farroupilha. Desde as primeiras páginas, pode-se identificar o deslocamento do espaço da voz feminina de uma posição de subalternidade e silenciamento para, no papel da personagem-narradora, Manuela, assumir força discursiva dominante. Com base nas palavras da escritora, de que é possível protagonizar o sexo feminino na literatura, e a partir de uma abordagem comparativista entre literatura e teorias feministas, pelo prisma dos estudos culturais, este trabalho tem como referenciais teóricos as obras de Tânia Franco Carvalhal (1986), Cecil Jeanine Albert Zinani (2013) e Sandra Nitrini (2010).