Análise estrutural e petrográfica de milonitos a SW do Domo de Santana, Santana da Boa Vista, RS

• Autor(a) principal: Gauna, Fernanda Prestes
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
• Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3775
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA; Quartzo-milonito; Microestruturas; Deformação dúctil; Quartz-milonite; Microstructures; Ductile deformation

O município de Santana da Boa Vista é uma região com um relevo único. A mistura de elementos topográficos ─ como serras estreitas e depressões que formam vales de sangas e arroios que deságuam no Rio Camaquã ─ é que dão sentido ao termo ―Boa Vista‖ do nome do município. O conjunto desses elementos formam um contexto geológico que é alvo de muitas controvérsias em relação à formação e deformação destas estruturas. Dentro deste contexto, o presente trabalho visa colaborar com novos dados e interpretações estruturais e petrográficas de milonitos que ocorrem no Domo de Santana, na região de Santana da Boa Vista, associadas com rochas do embasamento paleoproterozoico (Complexo Encantadas) e com supracrustais neoproterozoicas (Complexo Metamórfico Porongos). O estudo foi feito com base na análise geológica e estrutural detalhada na região sudoeste do Domo de Santana, próximo a linha de charneira desta antiforme regional, onde ocorrem de quartzo-milonitos, filonitos e granitoides milonitizados. A partir da análise de estereogramas elaborados com dados levantados em campo, observou-se que atitude da foliação milonítica da região mergulha para SW e SE e a lineação de estiramento tem caimento para SW. Em análise petrográfica e microestrutural obteve-se indicadores cinemáticos que indicam movimentação de topo para NE, típico de cavalgamento. Foram observadas também microestruturas de baixa a média temperatura (280-500°C) como mecanismos de recristalização do quartzo e mecanismos rúpteis nos porfiroclastos de feldspato (<500°C). Assim, algumas evidências obtidas nesse trabalho, como a presença de filonitos intercalados em pequena escala com os quartzo-milonitos, ribbons de quartzo e mirmequitas em granitoides félsicos reforçam a hipótese de percolação de fluidos e remobilização de sílica para formar rochas ricas em quartzo. Estes processos estão provavelmente relacionados à segregação de quartzo e feldspato a partir da matriz quartzofeldspática de granitoides milonitizados, gerando quartzo e mica branca, marcando regiões de strain softening.