A RELAÇÃO INTERSUBJETIVA NO CUIDAR DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL – COMPETENCIA PARA O CUIDADO EM SAUDE MENTAL.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Gabrielle
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Barcelos, Isabel Cristina Ribeiro Regazzi
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
Texto Completo: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1180
Resumo: INTRODUÇÃO:  De acordo com OLIVEIRA (2005) a relação intersubjetiva enquanto competência para o cuidado de enfermagem em saúde mental pode ser entendida pela filosofia do diálogo como fato antropológico fundamental ao buscar resposta ao seu questionamento sobre o que é o homem. Ao colocá-lo na categoria de “entre” faz com que este seja descoberto quando está na relação essencial. Podemos ainda entender por MOSCOVICI (2008) que a competência interpessoal é a habilidade e lidar de forma efetiva com as relações intersubjetivas, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação, capacidade esta que pode ser desenvolvida. Neste sentido, o processo de cuidar requer do Ser Enfermeiro muito mais do que conhecimentos das normas, técnicas e rotinas; exige deste a aptidão para sentir, perceber, valorizar, conhecer e saber comunicar.No cuidado em saúde mental, a competência da relação intersubjetiva ocorre através da utilização suprema de tecnologia leve conforme a classificação de Merhy, onde esta se caracteriza como um processo de produção da comunicação, das relações, dos vínculos; uma vez que relacionamentos interpessoais, sofrimentos angústias, compaixão, solidariedade, entre outros, afeta o corpo e a mente. OBJETIVO:  Contextualizar a relação intersubjetiva enquanto competência para para cuidado do enfermeiro em saúde mental. METODOLOGIA:  Estudo desenvolvido por dois critérios básicos, que foram propostos e relacionados aos fins descritivos. Por meio da pesquisa documental a coleta de dados e análise do estudo ocorreu a partir de material documentado pelos atores do estudo. Analisados 21 (vinte e um) manuscritos em questão discursiva, elaborados em prova teórica para seleção pública docente na área de enfermagem saúde mental e psiquiátrica, constando do seguinte item: As competências e disponibilidades e as ações individuais para o cuidado ampliado em saúde mental.  Para análise do material foi empregado a analise textual dos registros encontrados nas provas escritas que foram agrupados em unidade significados semelhantes e saturação em categorias. As categorias foram apresentadas utilizando análise de conteúdo. Pesquisa documental é a que se realiza com base em documentos guardados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, atas, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balanços, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeos, disquetes, diários, cartas pessoais etc. (TOBAR, 2001). RESULTADOS:  Os documentos analisados revelaram sub-categorias para a competência destacada como a relação intersubjetiva do cuidado de enfermagem em saúde mental que trazem os aspectos que a constituem diante dos indicativos abaixo.Receber informações do sujeito valorizando corpo, mente e vida social: Esta indicação demonstra a preocupação dos especialistas em atribuir o valor do aspecto bio-psico-social ao sujeito através do processo de comunicação e exigindo, com isso,  do profissional sensibilidade para captar na fala do outro suas necessidades por meio de uma relação pré-estabelecida pela escuta sensível.Outro indicativo para competência do cuidado do enfermeiro em saúde mental que este estudo apresenta está relacionado a: buscar o sujeito (do cuidado) e sua subjetividade, a luz de sua história de vida, identificar os múltiplos aspectos psicossociais, econômicos, biológicos, políticos, culturais, familiares, espirituais e outros relacionados a sua atual condição de vida.O enfermeiro deverá apresentar as competências para que a história de vida e de adoecimento do sujeito de seu cuidado esteja intrinsecamente relacionado com a subjetividade em campos da vida que não somente o cuidado corporal. Outro indicativo para as competências deste cuidado de enfermagem em saude mental relaciona ao: estar atento ao sofrimento psíquico do sujeito, observando suas queixas no que diz respeito ás suas tristezas, dificuldades de adaptação à situação de vida, faixa-etária, doenças e perdas. O profissional através de sua relação de ajuda precisa, junto ao cliente, discutir (principalmente ouvir) a situação de forma tal que esta fique mais clara. Isso requêr ter disponibilidade interna para o exercício da autoconscientização para o trabalho em saúde mental. O relacionamento interpessoal promove mudanças, é provocador e afeta (no sentido de mobilizar afetos também) ambos os lados. O efeito transformador é mútuo. Reforça que o enfermeiro precisa ter a compreensão dinâmica da saúde/doença mental enquanto processo, o que vai possibilitar uma reflexão crítica dos enfermeiros com vistas a se inserir neste modelo de cuidar em saúde mental, que não é pronto e acabado e nem cabe na bandeja contendo. É um processo que precisa ser inventado e reinventado no dia a dia em conjunto com o sujeito que está sendo cuidado, o que implica para o enfermeiro adquirir competência e ter disponibilidade interna de desenvolver ações individuais de cuidado buscando o crescimento do sujeito que sofre psiquicamente.O indicativo referente a: Valorizar idéias trazidas pelos membros da equipe, respeitando e ouvindo cada profissional independente de sua formação. Requer do enfermeiro disponibilidade para o trabalho coletivo e a busca de criar e recriar tecnologias de cuidado em saúde mental que traduza o crescimento do grupo em ações pautadas em múltiplas visões de mundo, que coadune com a proposta e projeto terapêutico de cada sujeito de cuidado. Quando o enfermeiro desperta o seu entendimento a cerca do cuidado ampliado em saude mental ele estará no indicativo da competência de um  cuidado mais amplo em saúde mental, não voltando somente para o sofrimento psíquico do indivíduo, mas outras conseqüências que sua doença pode acarretar naquele momento. Neste contexto, deve-se trabalhar não só a auto-estima e o auto cuidado, mas também sua vida social e relacionamento interpessoal para que o indivíduo possa reestruturar-se pessoal e socialmente. Entender que o cuidado ampliado em saúde mental deve considerar, que ele, quase nunca se estabelece a priori, pois a comunicação e o relacionamento efetivo do enfermeiro com a pessoa em sofrimento psíquico, se estabelecerá a  partir do entendimento da fala e da atitude do paciente. CONCLUSÃO:  Neste estudo documental o contexto em que se apresenta a análise dos manuscritos referentes a questão analisada sobre: as competências e disponibilidades e as ações individuais para o cuidado ampliado em saúde mental, os especialistas entendem que há que se contextualizar a relação intersubjetiva enquanto competência para para cuidado do enfermeiro em saúde mental. E para que esta se estabeleça no campo do cuidado de enfermagem em saude mental, requer que as informações, o corpo, a mente do sujeito (objeto do cuidado) e sua subjetividade estejam intrinsecamente presentes no cuidado cotidiano. A vida social, biografia e os aspectos da vida espiritual, e de relações possam também estar presentes nesta competência, dinamizando as relações de adaptação do cuidado ao sujeito no campo da saude mental.O cuidado de Enfermagem assume uma visão de valorização do ser humano como um todo, não apenas do corpo físico, mas de seus sentimentos e de sua história, atingindo a idéia, impregnada nos discursos acadêmicos, de humanização e holística através da intersubjetividade onde informações são transmitidas pela linguagem escrita, oral ou corporal. Desta forma, a partir da visão de cuidado ampliado na saúde mental ocorre uma nova concepção de comunicação, como um processo, que exige do profissional flexibilidade e respeito às diferenças.Tendo em vista que cada paciente possui comportamentos específicos e diferentes maneiras de pensar e agir, entendemos, por meio deste estudo, a Intersubjetividade no Cuidar como uma maneira de evidenciar a preocupação da Enfermagem com o ser humano em sua complexidade, limitações, potencialidades, necessidades e relações interpessoais; ou seja, uma tecnologia, um instrumento de cuidado centrado na pessoa permitindo através de uma análise o entendimento das experiências de vida do paciente, crescimento pessoal, e o desenvolvimento de habilidades para ajudar no enfrentamento do sofrimento físico ou psíquico.
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Neste sentido, o processo de cuidar requer do Ser Enfermeiro muito mais do que conhecimentos das normas, técnicas e rotinas; exige deste a aptidão para sentir, perceber, valorizar, conhecer e saber comunicar.No cuidado em saúde mental, a competência da relação intersubjetiva ocorre através da utilização suprema de tecnologia leve conforme a classificação de Merhy, onde esta se caracteriza como um processo de produção da comunicação, das relações, dos vínculos; uma vez que relacionamentos interpessoais, sofrimentos angústias, compaixão, solidariedade, entre outros, afeta o corpo e a mente. OBJETIVO:  Contextualizar a relação intersubjetiva enquanto competência para para cuidado do enfermeiro em saúde mental. METODOLOGIA:  Estudo desenvolvido por dois critérios básicos, que foram propostos e relacionados aos fins descritivos. Por meio da pesquisa documental a coleta de dados e análise do estudo ocorreu a partir de material documentado pelos atores do estudo. 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É um processo que precisa ser inventado e reinventado no dia a dia em conjunto com o sujeito que está sendo cuidado, o que implica para o enfermeiro adquirir competência e ter disponibilidade interna de desenvolver ações individuais de cuidado buscando o crescimento do sujeito que sofre psiquicamente.O indicativo referente a: Valorizar idéias trazidas pelos membros da equipe, respeitando e ouvindo cada profissional independente de sua formação. 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Analisados 21 (vinte e um) manuscritos em questão discursiva, elaborados em prova teórica para seleção pública docente na área de enfermagem saúde mental e psiquiátrica, constando do seguinte item: As competências e disponibilidades e as ações individuais para o cuidado ampliado em saúde mental.  Para análise do material foi empregado a analise textual dos registros encontrados nas provas escritas que foram agrupados em unidade significados semelhantes e saturação em categorias. As categorias foram apresentadas utilizando análise de conteúdo. Pesquisa documental é a que se realiza com base em documentos guardados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, atas, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balanços, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeos, disquetes, diários, cartas pessoais etc. (TOBAR, 2001). RESULTADOS:  Os documentos analisados revelaram sub-categorias para a competência destacada como a relação intersubjetiva do cuidado de enfermagem em saúde mental que trazem os aspectos que a constituem diante dos indicativos abaixo.Receber informações do sujeito valorizando corpo, mente e vida social: Esta indicação demonstra a preocupação dos especialistas em atribuir o valor do aspecto bio-psico-social ao sujeito através do processo de comunicação e exigindo, com isso,  do profissional sensibilidade para captar na fala do outro suas necessidades por meio de uma relação pré-estabelecida pela escuta sensível.Outro indicativo para competência do cuidado do enfermeiro em saúde mental que este estudo apresenta está relacionado a: buscar o sujeito (do cuidado) e sua subjetividade, a luz de sua história de vida, identificar os múltiplos aspectos psicossociais, econômicos, biológicos, políticos, culturais, familiares, espirituais e outros relacionados a sua atual condição de vida.O enfermeiro deverá apresentar as competências para que a história de vida e de adoecimento do sujeito de seu cuidado esteja intrinsecamente relacionado com a subjetividade em campos da vida que não somente o cuidado corporal. Outro indicativo para as competências deste cuidado de enfermagem em saude mental relaciona ao: estar atento ao sofrimento psíquico do sujeito, observando suas queixas no que diz respeito ás suas tristezas, dificuldades de adaptação à situação de vida, faixa-etária, doenças e perdas. O profissional através de sua relação de ajuda precisa, junto ao cliente, discutir (principalmente ouvir) a situação de forma tal que esta fique mais clara. Isso requêr ter disponibilidade interna para o exercício da autoconscientização para o trabalho em saúde mental. O relacionamento interpessoal promove mudanças, é provocador e afeta (no sentido de mobilizar afetos também) ambos os lados. O efeito transformador é mútuo. Reforça que o enfermeiro precisa ter a compreensão dinâmica da saúde/doença mental enquanto processo, o que vai possibilitar uma reflexão crítica dos enfermeiros com vistas a se inserir neste modelo de cuidar em saúde mental, que não é pronto e acabado e nem cabe na bandeja contendo. É um processo que precisa ser inventado e reinventado no dia a dia em conjunto com o sujeito que está sendo cuidado, o que implica para o enfermeiro adquirir competência e ter disponibilidade interna de desenvolver ações individuais de cuidado buscando o crescimento do sujeito que sofre psiquicamente.O indicativo referente a: Valorizar idéias trazidas pelos membros da equipe, respeitando e ouvindo cada profissional independente de sua formação. Requer do enfermeiro disponibilidade para o trabalho coletivo e a busca de criar e recriar tecnologias de cuidado em saúde mental que traduza o crescimento do grupo em ações pautadas em múltiplas visões de mundo, que coadune com a proposta e projeto terapêutico de cada sujeito de cuidado. Quando o enfermeiro desperta o seu entendimento a cerca do cuidado ampliado em saude mental ele estará no indicativo da competência de um  cuidado mais amplo em saúde mental, não voltando somente para o sofrimento psíquico do indivíduo, mas outras conseqüências que sua doença pode acarretar naquele momento. Neste contexto, deve-se trabalhar não só a auto-estima e o auto cuidado, mas também sua vida social e relacionamento interpessoal para que o indivíduo possa reestruturar-se pessoal e socialmente. Entender que o cuidado ampliado em saúde mental deve considerar, que ele, quase nunca se estabelece a priori, pois a comunicação e o relacionamento efetivo do enfermeiro com a pessoa em sofrimento psíquico, se estabelecerá a  partir do entendimento da fala e da atitude do paciente. CONCLUSÃO:  Neste estudo documental o contexto em que se apresenta a análise dos manuscritos referentes a questão analisada sobre: as competências e disponibilidades e as ações individuais para o cuidado ampliado em saúde mental, os especialistas entendem que há que se contextualizar a relação intersubjetiva enquanto competência para para cuidado do enfermeiro em saúde mental. E para que esta se estabeleça no campo do cuidado de enfermagem em saude mental, requer que as informações, o corpo, a mente do sujeito (objeto do cuidado) e sua subjetividade estejam intrinsecamente presentes no cuidado cotidiano. A vida social, biografia e os aspectos da vida espiritual, e de relações possam também estar presentes nesta competência, dinamizando as relações de adaptação do cuidado ao sujeito no campo da saude mental.O cuidado de Enfermagem assume uma visão de valorização do ser humano como um todo, não apenas do corpo físico, mas de seus sentimentos e de sua história, atingindo a idéia, impregnada nos discursos acadêmicos, de humanização e holística através da intersubjetividade onde informações são transmitidas pela linguagem escrita, oral ou corporal. Desta forma, a partir da visão de cuidado ampliado na saúde mental ocorre uma nova concepção de comunicação, como um processo, que exige do profissional flexibilidade e respeito às diferenças.Tendo em vista que cada paciente possui comportamentos específicos e diferentes maneiras de pensar e agir, entendemos, por meio deste estudo, a Intersubjetividade no Cuidar como uma maneira de evidenciar a preocupação da Enfermagem com o ser humano em sua complexidade, limitações, potencialidades, necessidades e relações interpessoais; ou seja, uma tecnologia, um instrumento de cuidado centrado na pessoa permitindo através de uma análise o entendimento das experiências de vida do paciente, crescimento pessoal, e o desenvolvimento de habilidades para ajudar no enfrentamento do sofrimento físico ou psíquico.
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