Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: uma revisão de literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peniche Nunes, Thais da Silva
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Gutemberg, Ana Carolina Bliggs, Armando, Carolina Brandão, Pinto, Fabiana Fernandes, e Lemos, Maithê de Carvalho, Passos, Joanir Pereira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
Texto Completo: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1697
Resumo: Introdução   Os resíduos de serviços de saúde (RSS) têm merecido destaque nas discussões de saúde nos últimos anos, devido ao aumento do número de estabelecimentos de saúde e de patologias adquiridas por acidentes de trabalho. Estes resíduos merecem a devida atenção na medida em que seu impacto na saúde pública e no meio ambiente é altamente destrutível, podendo levar a fontes potenciais de doenças e infecções bem como toxicidade, radioatividade entre outros.1 Portanto, sob o risco de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e aumento da infecção hospitalar gerada pelo incorreto manejo dos RSS, o pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve ser capacitado na ocasião de sua admissão e mantido sob educação continuada para as atividades de manejo de resíduos, incluindo a sua responsabilidade com higiene pessoal, dos materiais e dos ambientes.2 Neste sentido, a Enfermagem lida diariamente com os resíduos ao realizar procedimentos em sua prática profissional, o que faz com que estes profissionais fiquem expostos aos riscos que podem advir dos resíduos.   Objetivos             Identificar a relação do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde com a saúde do trabalhador, mediante revisão de literatura e discutir as implicações do gerenciamento de resíduos para a enfermagem.   Métodos   Revisão de literatura, com características qualitativas e descritivo-analíticas. O levantamento bibliográfico ocorreu mediante a consulta nos bancos de dados virtuais (LILACS, SciELO e BDENF) , tendo como referência os descritores: Enfermagem, Resíduos de Serviços de Saúde, Gerenciamento de Resíduos e Resíduos Sólidos. A seleção de textos se deu a partir da adequação aos seguintes critérios: relevância para o estudo em questão e ano de publicação de 2000 a 2011. Na seleção das produções bibliográficas foram observados os critérios de inclusão: que possuíssem acesso a texto completo, serem em forma de artigo, dissertação ou tese e em língua portuguesa. Para este estudo foram analisadas 9 produções bibliográficas.   Resultados   Entre os principais pontos trazidos pelos autores, fica evidente a relação do gerenciamento com a saúde do trabalhador e ainda a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o correto gerenciamento dos resíduos mantendo-os sempre atualizados, quanto às normas e rotinas do serviço, assim como das medidas de biossegurança. A questão da segregação dos resíduos infectantes requer maior atenção no sentido de minimizar gastos na saúde além dos cuidados com infecções e impacto no ambiente. Isto porque a troca de materiais reutilizáveis por materiais descartáveis faz com que o volume de resíduos gerados aumente consideravelmente, o que aponta a importância da etapa da redução, que implica em uma mudança no padrão de consumo.3 Além disso, considerando a complexidade dos materiais utilizados, a intensa demanda da assistência ao paciente e a existência de diversas classificações de resíduos provoca um equívoco na segregação, ou seja, os profissionais que atuam na assistência não sabem separar adequadamente os diferentes resíduos manipulados diariamente.3 Desta forma, apresentou-se a importância dada do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) por parte dos profissionais no atendimento ao cliente e na manipulação dos resíduos, bem como a necessidade de ênfase no uso de luvas e a lavagem das mãos.2 Portanto, é de extrema importância que se adote medidas preventivas, o que justifica a importância do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares, que tem papel decisório nas políticas que estabelecem critérios de seleção e utilização dos métodos de proteção, inclusive no auxílio ao Programa de Gerenciamento de Resíduos.4 É necessário e recomendável que trabalhadores da área de saúde estejam sempre atualizados, quanto às normas e rotinas do serviço, assim como das medidas de biossegurança. São múltiplas as atividades com potencial de risco ao trabalhador, porém, para controlá-las é necessário que esses profissionais tenham uma educação continuada e permanente.5   Conclusão   Os artigos analisados apontam a escassez de pesquisas na área de enfermagem, como também pouco debate no meio acadêmico e no contexto da prática dos profissionais de saúde. Os autores são unânimes em ressaltar a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o correto gerenciamento dos resíduos, pois grande parte dos profissionais não sabe o que são resíduos e não valoriza o correto manuseio dos mesmos na prática hospitalar. A enfermagem é o ponto de partida na gestão dos resíduos dos serviços de saúde, visto que a segregação inicial dos resíduos é em sua maioria realizada por estes profissionais. Desta forma, o lugar ideal para despertar interesse dos profissionais é na sua formação, isto porque é na universidade que se cria espaços para reflexão crítica e discussão de assuntos recorrentes, além de ser o melhor momento para moldar as futuras práticas profissionais.   Referências 1.    Castro NRPS, Castro MCAA, Ribeiro ML, Rissato ML, Oliveira LC. Resíduos de serviços de saúde gerados em unidades de saúde de pequeno porte no município de Jaú-SP: geração e disposição final. Revista UNIARA [periódico na internet]. 2007 [acesso em julho de 2011];(20):157-165. Disponível em: http://www.uniara.com.br/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_12.pdf   2.    MTE, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora no 32, Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005, alterada pela Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de 2008. Dispõem sobre a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, 2005 [lei na internet]. [acesso em julho de 2011] Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3226A41101323B5152AF4497/nr_32.pdf   3.    Naime R, Ramalho AHP, Naime IS. Avaliação do sistema de gestão dos resíduos sólidos do hospital de clínicas de porto alegre. Revista Espaço para a Saúde [periódico na internet]. 2008 [acesso em julho de 2011];9(1):1-17. Disponível em: http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/   4.    Erdtmann BK. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: biossegurança e controle de infecções hospitalares. Texto & Contexto Enfermagem [periódico na internet]. 2004 [acesso em julho de 2011];13 n.especial:86-93. Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/714/71409810.pdf   5.    Prado MA, Melo DS, Machado KM, Santos SLV, Gir E, Canini SRMS, Pelá NTR. Resíduos potencialmente infectantes em serviços de hemoterapia e as interfaces com as doenças infecciosas. Rev. Bras. Enferm. [periódico na internet]. 2004 [acesso em julho de 2011];57(6):706-711. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n6/a15.pdf  
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A questão da segregação dos resíduos infectantes requer maior atenção no sentido de minimizar gastos na saúde além dos cuidados com infecções e impacto no ambiente. Isto porque a troca de materiais reutilizáveis por materiais descartáveis faz com que o volume de resíduos gerados aumente consideravelmente, o que aponta a importância da etapa da redução, que implica em uma mudança no padrão de consumo.3 Além disso, considerando a complexidade dos materiais utilizados, a intensa demanda da assistência ao paciente e a existência de diversas classificações de resíduos provoca um equívoco na segregação, ou seja, os profissionais que atuam na assistência não sabem separar adequadamente os diferentes resíduos manipulados diariamente.3 Desta forma, apresentou-se a importância dada do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) por parte dos profissionais no atendimento ao cliente e na manipulação dos resíduos, bem como a necessidade de ênfase no uso de luvas e a lavagem das mãos.2 Portanto, é de extrema importância que se adote medidas preventivas, o que justifica a importância do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares, que tem papel decisório nas políticas que estabelecem critérios de seleção e utilização dos métodos de proteção, inclusive no auxílio ao Programa de Gerenciamento de Resíduos.4 É necessário e recomendável que trabalhadores da área de saúde estejam sempre atualizados, quanto às normas e rotinas do serviço, assim como das medidas de biossegurança. 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Desta forma, o lugar ideal para despertar interesse dos profissionais é na sua formação, isto porque é na universidade que se cria espaços para reflexão crítica e discussão de assuntos recorrentes, além de ser o melhor momento para moldar as futuras práticas profissionais.   Referências 1.    Castro NRPS, Castro MCAA, Ribeiro ML, Rissato ML, Oliveira LC. Resíduos de serviços de saúde gerados em unidades de saúde de pequeno porte no município de Jaú-SP: geração e disposição final. Revista UNIARA [periódico na internet]. 2007 [acesso em julho de 2011];(20):157-165. Disponível em: http://www.uniara.com.br/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_12.pdf   2.    MTE, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora no 32, Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005, alterada pela Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de 2008. Dispõem sobre a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, 2005 [lei na internet]. 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Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n6/a15.pdf   Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem2012-05-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionRevisão de literaturaapplication/pdfhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/169710.9789/2175-5361.2012.v0i0.57-60Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; NÚMERO SUPLEMENTAR DO I ENCONTRO PENSANDO EM SAÚDE E TRABALHO; 57-60Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; NÚMERO SUPLEMENTAR DO I ENCONTRO PENSANDO EM SAÚDE E TRABALHO; 57-60Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; NÚMERO SUPLEMENTAR DO I ENCONTRO PENSANDO EM SAÚDE E TRABALHO; 57-602175-53611809-6107reponame:Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Onlineinstname:Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)instacron:UNIRIOporhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1697/pdf_555Copyright (c) 2012 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Onlineinfo:eu-repo/semantics/openAccessPeniche Nunes, Thais da SilvaGutemberg, Ana Carolina BliggsArmando, Carolina BrandãoPinto, Fabiana Fernandese Lemos, Maithê de CarvalhoPassos, Joanir Pereira2024-01-12T14:08:23Zoai:ojs.seer.unirio.br:article/1697Revistahttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/about/contactPUBhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/oaiprofunirio@gmail.com||rev.fundamental@gmail.com2175-53611809-6107opendoar:2024-01-12T14:08:23Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)false
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A questão da segregação dos resíduos infectantes requer maior atenção no sentido de minimizar gastos na saúde além dos cuidados com infecções e impacto no ambiente. Isto porque a troca de materiais reutilizáveis por materiais descartáveis faz com que o volume de resíduos gerados aumente consideravelmente, o que aponta a importância da etapa da redução, que implica em uma mudança no padrão de consumo.3 Além disso, considerando a complexidade dos materiais utilizados, a intensa demanda da assistência ao paciente e a existência de diversas classificações de resíduos provoca um equívoco na segregação, ou seja, os profissionais que atuam na assistência não sabem separar adequadamente os diferentes resíduos manipulados diariamente.3 Desta forma, apresentou-se a importância dada do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) por parte dos profissionais no atendimento ao cliente e na manipulação dos resíduos, bem como a necessidade de ênfase no uso de luvas e a lavagem das mãos.2 Portanto, é de extrema importância que se adote medidas preventivas, o que justifica a importância do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares, que tem papel decisório nas políticas que estabelecem critérios de seleção e utilização dos métodos de proteção, inclusive no auxílio ao Programa de Gerenciamento de Resíduos.4 É necessário e recomendável que trabalhadores da área de saúde estejam sempre atualizados, quanto às normas e rotinas do serviço, assim como das medidas de biossegurança. São múltiplas as atividades com potencial de risco ao trabalhador, porém, para controlá-las é necessário que esses profissionais tenham uma educação continuada e permanente.5   Conclusão   Os artigos analisados apontam a escassez de pesquisas na área de enfermagem, como também pouco debate no meio acadêmico e no contexto da prática dos profissionais de saúde. Os autores são unânimes em ressaltar a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o correto gerenciamento dos resíduos, pois grande parte dos profissionais não sabe o que são resíduos e não valoriza o correto manuseio dos mesmos na prática hospitalar. A enfermagem é o ponto de partida na gestão dos resíduos dos serviços de saúde, visto que a segregação inicial dos resíduos é em sua maioria realizada por estes profissionais. Desta forma, o lugar ideal para despertar interesse dos profissionais é na sua formação, isto porque é na universidade que se cria espaços para reflexão crítica e discussão de assuntos recorrentes, além de ser o melhor momento para moldar as futuras práticas profissionais.   Referências 1.    Castro NRPS, Castro MCAA, Ribeiro ML, Rissato ML, Oliveira LC. Resíduos de serviços de saúde gerados em unidades de saúde de pequeno porte no município de Jaú-SP: geração e disposição final. Revista UNIARA [periódico na internet]. 2007 [acesso em julho de 2011];(20):157-165. Disponível em: http://www.uniara.com.br/revistauniara/pdf/20/RevUniara20_12.pdf   2.    MTE, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora no 32, Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005, alterada pela Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de 2008. Dispõem sobre a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, 2005 [lei na internet]. 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