IMPORTÂNCIA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NA MUDANÇA DO PARADIGMA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL PRESTADA AO PORTADOR DE SOFRIMENTO PSÍQUICO
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online |
Texto Completo: | https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1243 |
Resumo: | Introdução O processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil surge em função da necessidade de mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços. Entende-se Reforma psiquiátrica como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que este processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. Objetivo Este estudo tem como objetivo descrever as modificações na assistência de Enfermagem de saúde mental após a reforma psiquiátrica. Descrever a importância dos cuidados enfermagem na melhoria dos usuários do serviço de saúde mental.Metodologia Trata-se de um estudo bibliográfico. Os dados foram coletados em periódicos de Enfermagem de forma manual e através das bases de dados eletrônica BDENF (Bases de dados em Enfermagem) e LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe e Ciências da Saúde) e BIREME. Foram selecionados 5 artigos que relacionavam com a temática do estudo com os objetivos propostos.Resultados A Reforma Psiquiátrica tem como uma das vertentes mais importantes a desinstitucionalização com decorrente desconstrução do manicômio e dos paradigmas que o sustentam. A substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por outras práticas terapêuticas e a cidadania dos usuários do serviço de saúde mental vêm sendo objeto de discussão não só entre os profissionais de saúde, mas também em toda a sociedade. Em relação a discussão desse paradigma, cabe mencionar que o modelo psiquiátrico clássico costumava transformar a loucura em doença e engendrava uma necessidade social por tratamento e assistência, ao distanciar o louco do espaço social e promover a transformação da loucura em objeto do qual o sujeito precisa se distanciar. O hospital psiquiátrico concretiza a exclusão da produção de subjetividades na relação com o diferente, com a diferença, com a loucura. O que está em questão agora é um cenário do projeto de desistitucionalização, de desmontagem e de desconstrução de saberes, práticas e discursos comprometidos com a objetivação da loucura e sua diminuição à doença. Entende-se por desistitucionalização o ato de compreender instituição no sentido dinâmico e complexo das práticas que produzem determinada forma de perceber, entender e relacionar-se a fenômenos históricos e não somente desospitalizar. Quanto a questão da assistência aos portadores de sofrimento psíquico, a atuação do Enfermeiro consiste no enfoque da promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao portador de sofrimento psíquico no enfrentamento das pressões da enfermidade mental e na capacidade de assistência ao paciente, à família e à comunidade. Para o enfermeiro, a realização de suas funções, deve usar a percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada de decisões, planejar a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo terapêutico. Essas atividades fazem parte do processo de cuidado de enfermagem, devendo direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico. Nos serviços substitutivos, a Enfermagem, direciona suas ações de forma diferenciada no tratamento dos portadores de sofrimento psíquico, implicando atitudes de respeito e dignidade para com o usuário, ações voltadas às individualidades do sujeito e participação deste em seu processo de tratamento, ao valorizar e estimular o auto cuidado valorizando a reinserção em grupos sociais e comunitários. Para isso, o profissional deve buscar cenários de produção do acolhimento, isto é, espaços que tornem possível a solidariedade, a afetividade, a compreensão, a autonomia, a ética e a cidadania, enfim, espaços que proporcionem a atenção psicossocial e a reabilitação do indivíduo. O processo de reabilitação seria um processo de reconstrução, um exercício de cidadania e de contratualidade. A construção da cidadania é o ponto fundamental da atenção psicossocial, sendo necessário um vínculo efetivo e contínuo, do profissional com o usuário, bem como deste com o serviço de saúde. Conclusão Portanto, a reforma psiquiátrica contribuiu para a descentralização da assistência, contribuindo para melhoria da qualidade de vida do portador de transtorno psíquico e favorecendo a inclusão social dos usuários ao propiciar trocas sociais, ao favorecer a cidadania e contratualidade. |
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Em relação a discussão desse paradigma, cabe mencionar que o modelo psiquiátrico clássico costumava transformar a loucura em doença e engendrava uma necessidade social por tratamento e assistência, ao distanciar o louco do espaço social e promover a transformação da loucura em objeto do qual o sujeito precisa se distanciar. O hospital psiquiátrico concretiza a exclusão da produção de subjetividades na relação com o diferente, com a diferença, com a loucura. O que está em questão agora é um cenário do projeto de desistitucionalização, de desmontagem e de desconstrução de saberes, práticas e discursos comprometidos com a objetivação da loucura e sua diminuição à doença. Entende-se por desistitucionalização o ato de compreender instituição no sentido dinâmico e complexo das práticas que produzem determinada forma de perceber, entender e relacionar-se a fenômenos históricos e não somente desospitalizar. 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Conclusão Portanto, a reforma psiquiátrica contribuiu para a descentralização da assistência, contribuindo para melhoria da qualidade de vida do portador de transtorno psíquico e favorecendo a inclusão social dos usuários ao propiciar trocas sociais, ao favorecer a cidadania e contratualidade. 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