O “ROUND” DE ENFERMAGEM COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Priscilla Lopes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
Texto Completo: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1130
Resumo:                                                                                 Priscillla Lopes de Carvalho, Érica Torres, Glauco Barbosa Cardoso, Marilda Andrade, Simone RemboldDescritores: Educação em enfermagem, enfermagem, alunos de enfermagemINTRODUÇÃO O presente estudo propõe novas estratégias educacionais, com base em Paulo Freire, levando os alunos a uma reflexão crítica, de modo que a teoria terá de ser aliada à sua aplicação prática.Durante o ensino clínico, observamos uma grande deficiência por parte dos discentes em aplicar corretamente os conhecimentos acerca da Sistematização da Assistência de Enfermagem na realização dos cuidados integrais aos clientes. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem sendo utilizada em algumas instituições de saúde como uma metodologia assistencial por meio do Processo de Enfermagem (PE), o qual pode ser entendido como a aplicação prática de uma teoria de enfermagem na assistência aos pacientes. Foi desenvolvida primeiramente nos EUA, entre 1959 e 1960. No Brasil foi iniciada na década de 70, principalmente por Wanda Horta (1979), que publicou a obra “O Processo de Enfermagem”, mas somente em 2002 a SAE recebeu apoio legal do COFEN, pela Resolução nº 272, para ser implementada em âmbito nacional nas instituições de saúde brasileiras. Atualmente a resolução de 2002 foi ratificada na resolução 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Embora a SAE venha sendo aplicada durante o ensino teórico-prático, através dos estudos de caso, sua operacionalização tem esbarrado em muitas dificuldades, prevalecendo na prática clínica à organização do cuidado automatizado, centrado em tarefas, em detrimento de uma avaliação que privilegie as necessidades de cada indivíduo.OBJETIVOEstimular a implantação desta metodologia no setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) e em outras instituições de ensino, tendo como estratégia didático-pedagógica a realização de Round de Sistematização da Assistência de Enfermagem.          METODOLOGIATrata-se de um estudo com abordagem qualitativa através de um relato de experiência utilizando como instrumento de registro o diário de campo.O planejamento do “Round” envolveu as seguintes etapas: 1) determinar o objetivo do round, onde e como será realizado; 2) seleção dos pacientes adequados; 3) garantir o consentimento dos pacientes; 4) coletar todos os dados pertinentes aos cuidados de enfermagem ao doente, incluindo avaliações, planos e cuidados; 5) seleção do tempo adequado aos pacientes, enfermaria e organização das demandas; 6) identificar os mais adequados estudantes e funcionários para participarem do round; 7) preparar o conteúdo do ensino e, se necessário, os alunos para o método e a expectativa da experiência (no nosso caso, aulas prévias sobre SAE); 8) Organizar as sessões para avaliar problemas ou preocupações relacionados com a atual ou futura assistência de enfermagem. Os sujeitos serão os alunos do sexto período da graduação em Enfermagem e Licenciatura que estejam cursando a disciplina de DIP no campo prático. Os encontros do “Round” acontecem uma vez por semana, às quartas-feiras e tem duração de uma hora. As turmas acompanhadas foram do 2º semestre de 2008, composta por de 24 alunos que se divididos em grupos e 1º semestre de 2010 com 20 alunos que também foi dividido em grupos para apresentação do estudo de caso.Nessa hora os discentes apresentarão um breve histórico de enfermagem sobre o cliente atendido por eles durante a semana, relatando os problemas de enfermagem e diagnósticos de enfermagem encontrados, listando os resultados esperados e por fim, realizando as prescrições de enfermagem escolhidas como melhores condutas para serem implementadas, finalizando assim o plano terapêutico do cliente. Durante todo tempo os demais discentes, bolsistas e docentes poderão emitir suas opiniões construindo um saber em conjunto, a fim de selecionar realmente o plano mais adequado de cuidados aos clientes. Ao final do ensino teórico-prático, os discentes produzirão em grupo um trabalho científico de Estudo de Caso, onde todos os aspectos da Assistência de Enfermagem prestada pelos mesmos aos clientes da Unidade DIP são compartilhados com os demais colegas, durante a apresentação de um seminário, em sala de aula. Esse seminário deve trazer, além de uma revisão de literatura sobre a patologia do cliente, os fármacos prescritos, exames gerais e laboratoriais, a descrição da utilização do processo de enfermagem durante a assistência prestada, em todas as suas etapas. Ao final do seminário cada discente avalia como o “Round de Enfermagem” o auxiliou durante a assistência, na implementação do plano de cuidados e também na realização do próprio seminário.                                                      Essa avaliação será feita através de relato de experiência, onde as observações serão registradas e organizadas através do “diário de campo” registro de observações. As observações serão baseadas nas questões norteadoras do estudo. O registro de campo aconteceu durante os “Rounds” onde os sujeitos eram avaliados em relação ao desenvolvimento do estudo de caso utilizando o processo de enfermagem com suas respectivas etapas já citadas.RESULTADOSNo percurso deste relato de experiência, foi possível identificar, pelas respostas, questionamentos, prática no campo de estágio e apresentação do estudo de caso, que os acadêmicos compreendem o que é Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) de uma maneira mais flexível e determinante através do “Round” de sistematização da assistência de enfermagem, baseada no diálogo, na teoria freireana, que é interpretada como essência da pedagogia libertadora, e se definindo como a essência do conhecimento.Esse estudo também nos mostra a importância na troca de conhecimentos que é benéfico para o alcance da eficácia na assistência multiprofissional, gerando conhecimento e motivação para a comunidade acadêmica de enfermagem para a implantação futura dos “Rounds’’ de Sistematização da assistência de enfermagem nos campos de estágios de diversas disciplinas não só na Universidade Federal Fluminense (UFF), mas também na Universidade Salgado de Oliveira.No entanto, foi observado que a instituição de ensino e a instituição que serve para o campo de estágio devem preconizar o uso da (SAE), dispor de espaço estrutural e estar de acordo com as pré-determinantes deste espaço citadas na metodologia do presente estudo, além de concordância entre as partes institucionais, incluindo os profissionais do setor e professores das disciplinas. De outra forma, a observação da dinâmica do setor e dos tipos de registros disponibilizados para o acadêmico de enfermagem, enfermeiro, técnicos e equipe multidisciplinar mostrou que na prática encontraremos certa dificuldade na implantação da SAE utilizando como instrumento o processo de enfermagem com a cinco etapas. Enfatizando o momento do planejamento do cuidado, que engloba principalmente as etapas de prescrição, implementação e avaliação/evolução do cliente, vale ressaltar a importância do conhecimento prévio do referencial teórico que o setor/instituição adota assim como as etapas do planejamento do cuidados disponibilizados através dos registros para esclarecimento junto aos acadêmicos de enfermagem nas aulas prévias de SAE no campo teórico afim de um melhor entendimento da disciplina e minimizar os riscos de confusão conceitual sobre aprendizado da mesma.Sendo assim, embora existam dificuldades na implementação da SAE como um instrumento para o processo de trabalho do enfermeiro, acredito que ao utilizá-lo nas instituições de ensino na teoria e na prática, através dos “Rounds” de sistematização da assistência de enfermagem e articulá-lo com as atividades assistenciais do campo de estágio, a formação e prática profissional do enfermeiro ficará melhor caracterizada, ocorrendo melhor compreensão da SAE e servindo de estimulo e exemplo para novas estratégias de ensino. CONCLUSÃOUma oportunidade de trazer essa temática para a discussão dos enfermeiros e dos acadêmicos de enfermagem, pois aborda questões que emergem das vivências dos profissionais no seu ambiente de trabalho relacionadas à prestação dos cuidados diretos e indiretos aos clientes. Propicia discussões de como implantar a (SAE) nos campos de estágio e poder ajudar os profissionais de enfermagem a organizar seus plantões, obter maior resolutividade no atendimento, mensurar os resultados obtidos e com isso observar o alcance do trabalho realizado pelos mesmos e sua equipe.Maior envolvimento de funcionários e estudantes em detalhes específicos da terapêutica de um cliente; o foco na avaliação, problemas de enfermagem e preocupações com cuidado o dos clientes;Permitiu uma forma flexível de aprendizagem, com avaliação dos cuidados de enfermagem e ressaltou a importância dos funcionários e estudantes conhecerem seus pacientes.REFERÊNCIAS1-       LEOPARDI, M. T. Metodologia da pesquisa na saúde. 2. ed. Florianópolis: UFSC/ Pós-Graduação em Enfermagem, 2002, 294 p.  2-       ALFARO-LÉFEVRE, R. Diagnóstico. In: Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 2002, 105-39. CARPENITO, L.J. Compreensão do Processo de Enfermagem: mapeamento dos conceitos e planejamento do cuidado para estudantes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2007. 3-       TANNURE, M. C. ; GONÇALVES, A. M. P. SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem: guia prático. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2008, 143-54. 4-       FIGUEIREDO, A.M ; SOUZA, S.R.G. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses: da redação científica à apresentação do texto final. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2005.  5-       FREIRE, P. Conscientização teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª ed. São Paulo (SP): MoraFREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 2ª ed. São Paulo (SP): Paz e Terra; 1997.6-        FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 29ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra; 1999.7-       HORTA, W. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; 1979.8-       YIN, R.K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
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A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem sendo utilizada em algumas instituições de saúde como uma metodologia assistencial por meio do Processo de Enfermagem (PE), o qual pode ser entendido como a aplicação prática de uma teoria de enfermagem na assistência aos pacientes. Foi desenvolvida primeiramente nos EUA, entre 1959 e 1960. No Brasil foi iniciada na década de 70, principalmente por Wanda Horta (1979), que publicou a obra “O Processo de Enfermagem”, mas somente em 2002 a SAE recebeu apoio legal do COFEN, pela Resolução nº 272, para ser implementada em âmbito nacional nas instituições de saúde brasileiras. Atualmente a resolução de 2002 foi ratificada na resolução 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Embora a SAE venha sendo aplicada durante o ensino teórico-prático, através dos estudos de caso, sua operacionalização tem esbarrado em muitas dificuldades, prevalecendo na prática clínica à organização do cuidado automatizado, centrado em tarefas, em detrimento de uma avaliação que privilegie as necessidades de cada indivíduo.OBJETIVOEstimular a implantação desta metodologia no setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) e em outras instituições de ensino, tendo como estratégia didático-pedagógica a realização de Round de Sistematização da Assistência de Enfermagem.          METODOLOGIATrata-se de um estudo com abordagem qualitativa através de um relato de experiência utilizando como instrumento de registro o diário de campo.O planejamento do “Round” envolveu as seguintes etapas: 1) determinar o objetivo do round, onde e como será realizado; 2) seleção dos pacientes adequados; 3) garantir o consentimento dos pacientes; 4) coletar todos os dados pertinentes aos cuidados de enfermagem ao doente, incluindo avaliações, planos e cuidados; 5) seleção do tempo adequado aos pacientes, enfermaria e organização das demandas; 6) identificar os mais adequados estudantes e funcionários para participarem do round; 7) preparar o conteúdo do ensino e, se necessário, os alunos para o método e a expectativa da experiência (no nosso caso, aulas prévias sobre SAE); 8) Organizar as sessões para avaliar problemas ou preocupações relacionados com a atual ou futura assistência de enfermagem. Os sujeitos serão os alunos do sexto período da graduação em Enfermagem e Licenciatura que estejam cursando a disciplina de DIP no campo prático. Os encontros do “Round” acontecem uma vez por semana, às quartas-feiras e tem duração de uma hora. As turmas acompanhadas foram do 2º semestre de 2008, composta por de 24 alunos que se divididos em grupos e 1º semestre de 2010 com 20 alunos que também foi dividido em grupos para apresentação do estudo de caso.Nessa hora os discentes apresentarão um breve histórico de enfermagem sobre o cliente atendido por eles durante a semana, relatando os problemas de enfermagem e diagnósticos de enfermagem encontrados, listando os resultados esperados e por fim, realizando as prescrições de enfermagem escolhidas como melhores condutas para serem implementadas, finalizando assim o plano terapêutico do cliente. Durante todo tempo os demais discentes, bolsistas e docentes poderão emitir suas opiniões construindo um saber em conjunto, a fim de selecionar realmente o plano mais adequado de cuidados aos clientes. Ao final do ensino teórico-prático, os discentes produzirão em grupo um trabalho científico de Estudo de Caso, onde todos os aspectos da Assistência de Enfermagem prestada pelos mesmos aos clientes da Unidade DIP são compartilhados com os demais colegas, durante a apresentação de um seminário, em sala de aula. Esse seminário deve trazer, além de uma revisão de literatura sobre a patologia do cliente, os fármacos prescritos, exames gerais e laboratoriais, a descrição da utilização do processo de enfermagem durante a assistência prestada, em todas as suas etapas. Ao final do seminário cada discente avalia como o “Round de Enfermagem” o auxiliou durante a assistência, na implementação do plano de cuidados e também na realização do próprio seminário.                                                      Essa avaliação será feita através de relato de experiência, onde as observações serão registradas e organizadas através do “diário de campo” registro de observações. As observações serão baseadas nas questões norteadoras do estudo. O registro de campo aconteceu durante os “Rounds” onde os sujeitos eram avaliados em relação ao desenvolvimento do estudo de caso utilizando o processo de enfermagem com suas respectivas etapas já citadas.RESULTADOSNo percurso deste relato de experiência, foi possível identificar, pelas respostas, questionamentos, prática no campo de estágio e apresentação do estudo de caso, que os acadêmicos compreendem o que é Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) de uma maneira mais flexível e determinante através do “Round” de sistematização da assistência de enfermagem, baseada no diálogo, na teoria freireana, que é interpretada como essência da pedagogia libertadora, e se definindo como a essência do conhecimento.Esse estudo também nos mostra a importância na troca de conhecimentos que é benéfico para o alcance da eficácia na assistência multiprofissional, gerando conhecimento e motivação para a comunidade acadêmica de enfermagem para a implantação futura dos “Rounds’’ de Sistematização da assistência de enfermagem nos campos de estágios de diversas disciplinas não só na Universidade Federal Fluminense (UFF), mas também na Universidade Salgado de Oliveira.No entanto, foi observado que a instituição de ensino e a instituição que serve para o campo de estágio devem preconizar o uso da (SAE), dispor de espaço estrutural e estar de acordo com as pré-determinantes deste espaço citadas na metodologia do presente estudo, além de concordância entre as partes institucionais, incluindo os profissionais do setor e professores das disciplinas. De outra forma, a observação da dinâmica do setor e dos tipos de registros disponibilizados para o acadêmico de enfermagem, enfermeiro, técnicos e equipe multidisciplinar mostrou que na prática encontraremos certa dificuldade na implantação da SAE utilizando como instrumento o processo de enfermagem com a cinco etapas. Enfatizando o momento do planejamento do cuidado, que engloba principalmente as etapas de prescrição, implementação e avaliação/evolução do cliente, vale ressaltar a importância do conhecimento prévio do referencial teórico que o setor/instituição adota assim como as etapas do planejamento do cuidados disponibilizados através dos registros para esclarecimento junto aos acadêmicos de enfermagem nas aulas prévias de SAE no campo teórico afim de um melhor entendimento da disciplina e minimizar os riscos de confusão conceitual sobre aprendizado da mesma.Sendo assim, embora existam dificuldades na implementação da SAE como um instrumento para o processo de trabalho do enfermeiro, acredito que ao utilizá-lo nas instituições de ensino na teoria e na prática, através dos “Rounds” de sistematização da assistência de enfermagem e articulá-lo com as atividades assistenciais do campo de estágio, a formação e prática profissional do enfermeiro ficará melhor caracterizada, ocorrendo melhor compreensão da SAE e servindo de estimulo e exemplo para novas estratégias de ensino. CONCLUSÃOUma oportunidade de trazer essa temática para a discussão dos enfermeiros e dos acadêmicos de enfermagem, pois aborda questões que emergem das vivências dos profissionais no seu ambiente de trabalho relacionadas à prestação dos cuidados diretos e indiretos aos clientes. Propicia discussões de como implantar a (SAE) nos campos de estágio e poder ajudar os profissionais de enfermagem a organizar seus plantões, obter maior resolutividade no atendimento, mensurar os resultados obtidos e com isso observar o alcance do trabalho realizado pelos mesmos e sua equipe.Maior envolvimento de funcionários e estudantes em detalhes específicos da terapêutica de um cliente; o foco na avaliação, problemas de enfermagem e preocupações com cuidado o dos clientes;Permitiu uma forma flexível de aprendizagem, com avaliação dos cuidados de enfermagem e ressaltou a importância dos funcionários e estudantes conhecerem seus pacientes.REFERÊNCIAS1-       LEOPARDI, M. T. Metodologia da pesquisa na saúde. 2. ed. Florianópolis: UFSC/ Pós-Graduação em Enfermagem, 2002, 294 p.  2-       ALFARO-LÉFEVRE, R. Diagnóstico. In: Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 2002, 105-39. CARPENITO, L.J. Compreensão do Processo de Enfermagem: mapeamento dos conceitos e planejamento do cuidado para estudantes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2007. 3-       TANNURE, M. C. ; GONÇALVES, A. M. P. SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem: guia prático. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2008, 143-54. 4-       FIGUEIREDO, A.M ; SOUZA, S.R.G. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses: da redação científica à apresentação do texto final. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2005.  5-       FREIRE, P. Conscientização teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª ed. São Paulo (SP): MoraFREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 2ª ed. 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Foi desenvolvida primeiramente nos EUA, entre 1959 e 1960. No Brasil foi iniciada na década de 70, principalmente por Wanda Horta (1979), que publicou a obra “O Processo de Enfermagem”, mas somente em 2002 a SAE recebeu apoio legal do COFEN, pela Resolução nº 272, para ser implementada em âmbito nacional nas instituições de saúde brasileiras. Atualmente a resolução de 2002 foi ratificada na resolução 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Embora a SAE venha sendo aplicada durante o ensino teórico-prático, através dos estudos de caso, sua operacionalização tem esbarrado em muitas dificuldades, prevalecendo na prática clínica à organização do cuidado automatizado, centrado em tarefas, em detrimento de uma avaliação que privilegie as necessidades de cada indivíduo.OBJETIVOEstimular a implantação desta metodologia no setor de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) e em outras instituições de ensino, tendo como estratégia didático-pedagógica a realização de Round de Sistematização da Assistência de Enfermagem.          METODOLOGIATrata-se de um estudo com abordagem qualitativa através de um relato de experiência utilizando como instrumento de registro o diário de campo.O planejamento do “Round” envolveu as seguintes etapas: 1) determinar o objetivo do round, onde e como será realizado; 2) seleção dos pacientes adequados; 3) garantir o consentimento dos pacientes; 4) coletar todos os dados pertinentes aos cuidados de enfermagem ao doente, incluindo avaliações, planos e cuidados; 5) seleção do tempo adequado aos pacientes, enfermaria e organização das demandas; 6) identificar os mais adequados estudantes e funcionários para participarem do round; 7) preparar o conteúdo do ensino e, se necessário, os alunos para o método e a expectativa da experiência (no nosso caso, aulas prévias sobre SAE); 8) Organizar as sessões para avaliar problemas ou preocupações relacionados com a atual ou futura assistência de enfermagem. Os sujeitos serão os alunos do sexto período da graduação em Enfermagem e Licenciatura que estejam cursando a disciplina de DIP no campo prático. Os encontros do “Round” acontecem uma vez por semana, às quartas-feiras e tem duração de uma hora. As turmas acompanhadas foram do 2º semestre de 2008, composta por de 24 alunos que se divididos em grupos e 1º semestre de 2010 com 20 alunos que também foi dividido em grupos para apresentação do estudo de caso.Nessa hora os discentes apresentarão um breve histórico de enfermagem sobre o cliente atendido por eles durante a semana, relatando os problemas de enfermagem e diagnósticos de enfermagem encontrados, listando os resultados esperados e por fim, realizando as prescrições de enfermagem escolhidas como melhores condutas para serem implementadas, finalizando assim o plano terapêutico do cliente. Durante todo tempo os demais discentes, bolsistas e docentes poderão emitir suas opiniões construindo um saber em conjunto, a fim de selecionar realmente o plano mais adequado de cuidados aos clientes. Ao final do ensino teórico-prático, os discentes produzirão em grupo um trabalho científico de Estudo de Caso, onde todos os aspectos da Assistência de Enfermagem prestada pelos mesmos aos clientes da Unidade DIP são compartilhados com os demais colegas, durante a apresentação de um seminário, em sala de aula. Esse seminário deve trazer, além de uma revisão de literatura sobre a patologia do cliente, os fármacos prescritos, exames gerais e laboratoriais, a descrição da utilização do processo de enfermagem durante a assistência prestada, em todas as suas etapas. Ao final do seminário cada discente avalia como o “Round de Enfermagem” o auxiliou durante a assistência, na implementação do plano de cuidados e também na realização do próprio seminário.                                                      Essa avaliação será feita através de relato de experiência, onde as observações serão registradas e organizadas através do “diário de campo” registro de observações. As observações serão baseadas nas questões norteadoras do estudo. O registro de campo aconteceu durante os “Rounds” onde os sujeitos eram avaliados em relação ao desenvolvimento do estudo de caso utilizando o processo de enfermagem com suas respectivas etapas já citadas.RESULTADOSNo percurso deste relato de experiência, foi possível identificar, pelas respostas, questionamentos, prática no campo de estágio e apresentação do estudo de caso, que os acadêmicos compreendem o que é Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) de uma maneira mais flexível e determinante através do “Round” de sistematização da assistência de enfermagem, baseada no diálogo, na teoria freireana, que é interpretada como essência da pedagogia libertadora, e se definindo como a essência do conhecimento.Esse estudo também nos mostra a importância na troca de conhecimentos que é benéfico para o alcance da eficácia na assistência multiprofissional, gerando conhecimento e motivação para a comunidade acadêmica de enfermagem para a implantação futura dos “Rounds’’ de Sistematização da assistência de enfermagem nos campos de estágios de diversas disciplinas não só na Universidade Federal Fluminense (UFF), mas também na Universidade Salgado de Oliveira.No entanto, foi observado que a instituição de ensino e a instituição que serve para o campo de estágio devem preconizar o uso da (SAE), dispor de espaço estrutural e estar de acordo com as pré-determinantes deste espaço citadas na metodologia do presente estudo, além de concordância entre as partes institucionais, incluindo os profissionais do setor e professores das disciplinas. 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CONCLUSÃOUma oportunidade de trazer essa temática para a discussão dos enfermeiros e dos acadêmicos de enfermagem, pois aborda questões que emergem das vivências dos profissionais no seu ambiente de trabalho relacionadas à prestação dos cuidados diretos e indiretos aos clientes. Propicia discussões de como implantar a (SAE) nos campos de estágio e poder ajudar os profissionais de enfermagem a organizar seus plantões, obter maior resolutividade no atendimento, mensurar os resultados obtidos e com isso observar o alcance do trabalho realizado pelos mesmos e sua equipe.Maior envolvimento de funcionários e estudantes em detalhes específicos da terapêutica de um cliente; o foco na avaliação, problemas de enfermagem e preocupações com cuidado o dos clientes;Permitiu uma forma flexível de aprendizagem, com avaliação dos cuidados de enfermagem e ressaltou a importância dos funcionários e estudantes conhecerem seus pacientes.REFERÊNCIAS1-       LEOPARDI, M. T. Metodologia da pesquisa na saúde. 2. ed. Florianópolis: UFSC/ Pós-Graduação em Enfermagem, 2002, 294 p.  2-       ALFARO-LÉFEVRE, R. Diagnóstico. In: Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 2002, 105-39. CARPENITO, L.J. Compreensão do Processo de Enfermagem: mapeamento dos conceitos e planejamento do cuidado para estudantes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2007. 3-       TANNURE, M. C. ; GONÇALVES, A. M. P. SAE, Sistematização da Assistência de Enfermagem: guia prático. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2008, 143-54. 4-       FIGUEIREDO, A.M ; SOUZA, S.R.G. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses: da redação científica à apresentação do texto final. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2005.  5-       FREIRE, P. Conscientização teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª ed. São Paulo (SP): MoraFREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 2ª ed. 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