INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues Batista, Maria Ozilene
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Borges, Maria Cristina Leite Araújo, Carvalho, Ocilia Maria Costa, Rodrigues, Ana Maria Maia, Santos, Jaqueline Gomes de Souza
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
Texto Completo: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/767
Resumo: INTRODUÇÃO:A infecção hospitalar representa um grave problema de saúde pública. É definido como aquela adquirida no hospital que se manifesta após 72 horas de internação ou mesmo após a sua alta, desde que se relacione com o período de internamento Mies (2009). Os avanços tecnológicos permitiram o aumento de procedimentos invasivos para a manutenção da vida e favoreceram o surgimento de infecções hospitalares, já que muitos deles interferem e desestruturam a defesa orgânica. Os pacientes submetidos a transplantes hepáticos tornam-se pacientes de risco para aquisição de infecções nosocomiais, pois além de terem se submetido a um procedimento com tempo cirúrgico longo e alvo de diversos procedimentos invasivos, tais como: dispositivos de acesso central, ventilação mecânica e cateter vesical de demora, necessitam de uma terapia imunossupressora potente para evitar a rejeição do órgão transplantado Moreno e Berenguer (2006). OBJETIVO:Analisar o perfil das infecções hospitalares ocorridas nos pacientes submetidos a transplante hepático.METODOLOGIA:Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo. Este tipo de pesquisa envolve a coleta sistemática de informações numérica, normalmente mediante condições de muito controle, além da análise dessa informação, utilizando procedimentos estatísticos Polit; Beck e Hungler (2004). O local do estudo foi em uma unidade de terapia intensiva onde admite pacientes adultos e pediátricos no pós-operatório, instituição hospitalar pública da esfera federal localizada no município de Fortaleza-Ce, referência em transplante de fígado nas regiões Norte e Nordeste. A população do estudo foi composta de 59 pacientes que realizaram transplante de fígado no ano de 2008. A amostra foi constituída por 28 pacientes que foram submetidos a transplante de fígado com diagnóstico de infecção bacteriana hospitalar. Para determinação da amostra foi realizada leitura flutuante dos prontuários complementada e validada pelas fichas de notificação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os dados foram coletados pelas pesquisadoras no mês de abril de 2009, processados, discutidos e analisados minuciosamente de acordo com a literatura pertinente, no intuito de evitar erros, informações confusas ou que possam vir a prejudicar o resultado da pesquisa e apresentados sob forma de gráficos, utilizando a estatística descritiva, permitindo o conhecimento dos principais sítios de infecção, facilitando a criação de estratégias para treinamento da equipe multiprofissional que assiste esta clientela. Os aspectos éticos e legais foram mantidos conforme a Resolução 196/96 que rege a legislação de pesquisas em seres humanos BRASIL (1996).RESULTADOS:Em 59 prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático analisados, no período do estudo, foram encontrados 28 (47,5%) pacientes que desenvolveram infecção bacteriana hospitalar nas seguintes topografias: Pneumonia associada à ventilação mecânica (17,8%); Infecção de sítio cirúrgico órgão ou cavidade (17,8%); celulite (3,5%); Infecção do trato urinário associado à sonda vesical de demora (21,4%); Pneumonia não associada à ventilação mecânica (10,7%); Cateter vascular (10,7%), outros (18,1%), distribuídos em casos de sepse, diarréia hospitalar. Daí então, percebemos que a topografia onde ocorreu o maior número de infecções bacterianas hospitalares, foi o trato urinário. A infecção do trato urinário após transplante de fígado associado ao uso de drogas imunossupressoras é considerada um fator importante para o desenvolvimento de multiresistência antimicrobiana Wagenlehner e Naber  (2000). Foi encontrado em um mesmo paciente vários agentes microbianos, onde evidenciamos: Pseudomonas aeruginosa (14%), Escherichia coli (21%) , Staphilococus aureus (17,8%), Klebsiella pneumoniae (21%), Enterobacter cloacae (3,5%). Nas culturas isoladas, os microorganismos mais frequentes foram às bactérias Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, totalizando (42%) das causas de infecção hospitalar. Não foram isolados os microorganismos em (48%) dos pacientes, diagnosticados como sepse clínica, pneumonia clínica, celulite, diarréia hospitalar e infecção de sítio cirúrgico.CONCLUSÕES:Os resultados do estudo evidenciaram a necessidade de programarmos medidas de maior eficácia para prevenir a infecção hospitalar, tendo em vista o número de infecções adquiridas terem sido bem elevado, sendo necessária a implementação de treinamentos constantes para a equipe multiprofissional com o objetivo de reduzirmos o tempo de hospitalização, gastos hospitalares, uso indiscriminado de antibióticos. A prevenção da infecção hospitalar constitui-se um grande desafio para a equipe de saúde, dirigentes das instituições hospitalares e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Através da sensibilização da equipe de saúde quanto às medidas preventivas, elaboração de protocolos multiprofissionais é que garantimos uma assistência integral, humanizada e individualizada focando o restabelecimento do paciente a família e comunidade.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1.  MIES, S. Transplante de fígado. Rev. Assoc. Méd., São Paulo, v.44, nº22, 1988. Disponível em: http:scielo.br. Acesso em 04 de abril de 2009.2.     MORENO, R & BERENGUER, M. Post-liver transplantation medical complications. Annals of hepatology, Valência, v.5, nº 2, april/june 2006, p.77-85.3.     POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.  4.     BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº196/96. Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética. V.4, p.15-25, 1996.5.     WAGENLEHNER, F.M.E. & NABER, K.G. Hospital-acquired urinary tract infections. Journal of Hospital Infection, Straubing, Germany, nº46, 2000, p. 171-181. 
id UNIRIO-2_e9bb3b8394202da51771320b0755722a
oai_identifier_str oai:ojs.seer.unirio.br:article/767
network_acronym_str UNIRIO-2
network_name_str Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
repository_id_str
spelling INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008infecçãobactériastransplante de fígadoINTRODUÇÃO:A infecção hospitalar representa um grave problema de saúde pública. É definido como aquela adquirida no hospital que se manifesta após 72 horas de internação ou mesmo após a sua alta, desde que se relacione com o período de internamento Mies (2009). Os avanços tecnológicos permitiram o aumento de procedimentos invasivos para a manutenção da vida e favoreceram o surgimento de infecções hospitalares, já que muitos deles interferem e desestruturam a defesa orgânica. Os pacientes submetidos a transplantes hepáticos tornam-se pacientes de risco para aquisição de infecções nosocomiais, pois além de terem se submetido a um procedimento com tempo cirúrgico longo e alvo de diversos procedimentos invasivos, tais como: dispositivos de acesso central, ventilação mecânica e cateter vesical de demora, necessitam de uma terapia imunossupressora potente para evitar a rejeição do órgão transplantado Moreno e Berenguer (2006). OBJETIVO:Analisar o perfil das infecções hospitalares ocorridas nos pacientes submetidos a transplante hepático.METODOLOGIA:Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo. Este tipo de pesquisa envolve a coleta sistemática de informações numérica, normalmente mediante condições de muito controle, além da análise dessa informação, utilizando procedimentos estatísticos Polit; Beck e Hungler (2004). O local do estudo foi em uma unidade de terapia intensiva onde admite pacientes adultos e pediátricos no pós-operatório, instituição hospitalar pública da esfera federal localizada no município de Fortaleza-Ce, referência em transplante de fígado nas regiões Norte e Nordeste. A população do estudo foi composta de 59 pacientes que realizaram transplante de fígado no ano de 2008. A amostra foi constituída por 28 pacientes que foram submetidos a transplante de fígado com diagnóstico de infecção bacteriana hospitalar. Para determinação da amostra foi realizada leitura flutuante dos prontuários complementada e validada pelas fichas de notificação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os dados foram coletados pelas pesquisadoras no mês de abril de 2009, processados, discutidos e analisados minuciosamente de acordo com a literatura pertinente, no intuito de evitar erros, informações confusas ou que possam vir a prejudicar o resultado da pesquisa e apresentados sob forma de gráficos, utilizando a estatística descritiva, permitindo o conhecimento dos principais sítios de infecção, facilitando a criação de estratégias para treinamento da equipe multiprofissional que assiste esta clientela. Os aspectos éticos e legais foram mantidos conforme a Resolução 196/96 que rege a legislação de pesquisas em seres humanos BRASIL (1996).RESULTADOS:Em 59 prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático analisados, no período do estudo, foram encontrados 28 (47,5%) pacientes que desenvolveram infecção bacteriana hospitalar nas seguintes topografias: Pneumonia associada à ventilação mecânica (17,8%); Infecção de sítio cirúrgico órgão ou cavidade (17,8%); celulite (3,5%); Infecção do trato urinário associado à sonda vesical de demora (21,4%); Pneumonia não associada à ventilação mecânica (10,7%); Cateter vascular (10,7%), outros (18,1%), distribuídos em casos de sepse, diarréia hospitalar. Daí então, percebemos que a topografia onde ocorreu o maior número de infecções bacterianas hospitalares, foi o trato urinário. A infecção do trato urinário após transplante de fígado associado ao uso de drogas imunossupressoras é considerada um fator importante para o desenvolvimento de multiresistência antimicrobiana Wagenlehner e Naber  (2000). Foi encontrado em um mesmo paciente vários agentes microbianos, onde evidenciamos: Pseudomonas aeruginosa (14%), Escherichia coli (21%) , Staphilococus aureus (17,8%), Klebsiella pneumoniae (21%), Enterobacter cloacae (3,5%). Nas culturas isoladas, os microorganismos mais frequentes foram às bactérias Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, totalizando (42%) das causas de infecção hospitalar. Não foram isolados os microorganismos em (48%) dos pacientes, diagnosticados como sepse clínica, pneumonia clínica, celulite, diarréia hospitalar e infecção de sítio cirúrgico.CONCLUSÕES:Os resultados do estudo evidenciaram a necessidade de programarmos medidas de maior eficácia para prevenir a infecção hospitalar, tendo em vista o número de infecções adquiridas terem sido bem elevado, sendo necessária a implementação de treinamentos constantes para a equipe multiprofissional com o objetivo de reduzirmos o tempo de hospitalização, gastos hospitalares, uso indiscriminado de antibióticos. A prevenção da infecção hospitalar constitui-se um grande desafio para a equipe de saúde, dirigentes das instituições hospitalares e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Através da sensibilização da equipe de saúde quanto às medidas preventivas, elaboração de protocolos multiprofissionais é que garantimos uma assistência integral, humanizada e individualizada focando o restabelecimento do paciente a família e comunidade.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1.  MIES, S. Transplante de fígado. Rev. Assoc. Méd., São Paulo, v.44, nº22, 1988. Disponível em: http:scielo.br. Acesso em 04 de abril de 2009.2.     MORENO, R & BERENGUER, M. Post-liver transplantation medical complications. Annals of hepatology, Valência, v.5, nº 2, april/june 2006, p.77-85.3.     POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.  4.     BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº196/96. Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética. V.4, p.15-25, 1996.5.     WAGENLEHNER, F.M.E. & NABER, K.G. Hospital-acquired urinary tract infections. Journal of Hospital Infection, Straubing, Germany, nº46, 2000, p. 171-181. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem2010-10-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos paresapplication/pdfhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/76710.9789/2175-5361.2010.v0i0.%pRevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIORevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIORevista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO2175-53611809-6107reponame:Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Onlineinstname:Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)instacron:UNIRIOporhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/767/pdf_62Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Onlineinfo:eu-repo/semantics/openAccessRodrigues Batista, Maria OzileneBorges, Maria Cristina Leite AraújoCarvalho, Ocilia Maria CostaRodrigues, Ana Maria MaiaSantos, Jaqueline Gomes de Souza2024-01-12T14:08:10Zoai:ojs.seer.unirio.br:article/767Revistahttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/about/contactPUBhttps://seer.unirio.br/cuidadofundamental/oaiprofunirio@gmail.com||rev.fundamental@gmail.com2175-53611809-6107opendoar:2024-01-12T14:08:10Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)false
dc.title.none.fl_str_mv INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
title INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
spellingShingle INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
Rodrigues Batista, Maria Ozilene
infecção
bactérias
transplante de fígado
title_short INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
title_full INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
title_fullStr INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
title_full_unstemmed INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
title_sort INFECÇÃO BACTERIANA HOSPITALAR EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO EM 2008
author Rodrigues Batista, Maria Ozilene
author_facet Rodrigues Batista, Maria Ozilene
Borges, Maria Cristina Leite Araújo
Carvalho, Ocilia Maria Costa
Rodrigues, Ana Maria Maia
Santos, Jaqueline Gomes de Souza
author_role author
author2 Borges, Maria Cristina Leite Araújo
Carvalho, Ocilia Maria Costa
Rodrigues, Ana Maria Maia
Santos, Jaqueline Gomes de Souza
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigues Batista, Maria Ozilene
Borges, Maria Cristina Leite Araújo
Carvalho, Ocilia Maria Costa
Rodrigues, Ana Maria Maia
Santos, Jaqueline Gomes de Souza
dc.subject.por.fl_str_mv infecção
bactérias
transplante de fígado
topic infecção
bactérias
transplante de fígado
description INTRODUÇÃO:A infecção hospitalar representa um grave problema de saúde pública. É definido como aquela adquirida no hospital que se manifesta após 72 horas de internação ou mesmo após a sua alta, desde que se relacione com o período de internamento Mies (2009). Os avanços tecnológicos permitiram o aumento de procedimentos invasivos para a manutenção da vida e favoreceram o surgimento de infecções hospitalares, já que muitos deles interferem e desestruturam a defesa orgânica. Os pacientes submetidos a transplantes hepáticos tornam-se pacientes de risco para aquisição de infecções nosocomiais, pois além de terem se submetido a um procedimento com tempo cirúrgico longo e alvo de diversos procedimentos invasivos, tais como: dispositivos de acesso central, ventilação mecânica e cateter vesical de demora, necessitam de uma terapia imunossupressora potente para evitar a rejeição do órgão transplantado Moreno e Berenguer (2006). OBJETIVO:Analisar o perfil das infecções hospitalares ocorridas nos pacientes submetidos a transplante hepático.METODOLOGIA:Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo. Este tipo de pesquisa envolve a coleta sistemática de informações numérica, normalmente mediante condições de muito controle, além da análise dessa informação, utilizando procedimentos estatísticos Polit; Beck e Hungler (2004). O local do estudo foi em uma unidade de terapia intensiva onde admite pacientes adultos e pediátricos no pós-operatório, instituição hospitalar pública da esfera federal localizada no município de Fortaleza-Ce, referência em transplante de fígado nas regiões Norte e Nordeste. A população do estudo foi composta de 59 pacientes que realizaram transplante de fígado no ano de 2008. A amostra foi constituída por 28 pacientes que foram submetidos a transplante de fígado com diagnóstico de infecção bacteriana hospitalar. Para determinação da amostra foi realizada leitura flutuante dos prontuários complementada e validada pelas fichas de notificação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os dados foram coletados pelas pesquisadoras no mês de abril de 2009, processados, discutidos e analisados minuciosamente de acordo com a literatura pertinente, no intuito de evitar erros, informações confusas ou que possam vir a prejudicar o resultado da pesquisa e apresentados sob forma de gráficos, utilizando a estatística descritiva, permitindo o conhecimento dos principais sítios de infecção, facilitando a criação de estratégias para treinamento da equipe multiprofissional que assiste esta clientela. Os aspectos éticos e legais foram mantidos conforme a Resolução 196/96 que rege a legislação de pesquisas em seres humanos BRASIL (1996).RESULTADOS:Em 59 prontuários de pacientes submetidos a transplante hepático analisados, no período do estudo, foram encontrados 28 (47,5%) pacientes que desenvolveram infecção bacteriana hospitalar nas seguintes topografias: Pneumonia associada à ventilação mecânica (17,8%); Infecção de sítio cirúrgico órgão ou cavidade (17,8%); celulite (3,5%); Infecção do trato urinário associado à sonda vesical de demora (21,4%); Pneumonia não associada à ventilação mecânica (10,7%); Cateter vascular (10,7%), outros (18,1%), distribuídos em casos de sepse, diarréia hospitalar. Daí então, percebemos que a topografia onde ocorreu o maior número de infecções bacterianas hospitalares, foi o trato urinário. A infecção do trato urinário após transplante de fígado associado ao uso de drogas imunossupressoras é considerada um fator importante para o desenvolvimento de multiresistência antimicrobiana Wagenlehner e Naber  (2000). Foi encontrado em um mesmo paciente vários agentes microbianos, onde evidenciamos: Pseudomonas aeruginosa (14%), Escherichia coli (21%) , Staphilococus aureus (17,8%), Klebsiella pneumoniae (21%), Enterobacter cloacae (3,5%). Nas culturas isoladas, os microorganismos mais frequentes foram às bactérias Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli, totalizando (42%) das causas de infecção hospitalar. Não foram isolados os microorganismos em (48%) dos pacientes, diagnosticados como sepse clínica, pneumonia clínica, celulite, diarréia hospitalar e infecção de sítio cirúrgico.CONCLUSÕES:Os resultados do estudo evidenciaram a necessidade de programarmos medidas de maior eficácia para prevenir a infecção hospitalar, tendo em vista o número de infecções adquiridas terem sido bem elevado, sendo necessária a implementação de treinamentos constantes para a equipe multiprofissional com o objetivo de reduzirmos o tempo de hospitalização, gastos hospitalares, uso indiscriminado de antibióticos. A prevenção da infecção hospitalar constitui-se um grande desafio para a equipe de saúde, dirigentes das instituições hospitalares e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Através da sensibilização da equipe de saúde quanto às medidas preventivas, elaboração de protocolos multiprofissionais é que garantimos uma assistência integral, humanizada e individualizada focando o restabelecimento do paciente a família e comunidade.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1.  MIES, S. Transplante de fígado. Rev. Assoc. Méd., São Paulo, v.44, nº22, 1988. Disponível em: http:scielo.br. Acesso em 04 de abril de 2009.2.     MORENO, R & BERENGUER, M. Post-liver transplantation medical complications. Annals of hepatology, Valência, v.5, nº 2, april/june 2006, p.77-85.3.     POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.  4.     BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº196/96. Sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética. V.4, p.15-25, 1996.5.     WAGENLEHNER, F.M.E. & NABER, K.G. Hospital-acquired urinary tract infections. Journal of Hospital Infection, Straubing, Germany, nº46, 2000, p. 171-181. 
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-10-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Artigo avaliado pelos pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/767
10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%p
url https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/767
identifier_str_mv 10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%p
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/767/pdf_62
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2010 Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO
Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO
Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online; Número Suplementar dos 120 anos da EEAP/UNIRIO
2175-5361
1809-6107
reponame:Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
instname:Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
instacron:UNIRIO
instname_str Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
instacron_str UNIRIO
institution UNIRIO
reponame_str Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
collection Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online
repository.name.fl_str_mv Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
repository.mail.fl_str_mv profunirio@gmail.com||rev.fundamental@gmail.com
_version_ 1800218873319915520