Dilemas da ação coletiva: um olhar sociológico para as tensões da experiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Matheus Mazzilli
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Cruz, Thales Speroni Pereira da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Barbarói (Online)
Texto Completo: https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/view/6281
Resumo: O campo de estudos da ação coletiva, sobretudo ao longo das décadas de 1970 e 1980, foi marcado por intensas disputas entre, por um lado, abordagens que enfatizavam a ação “instrumental” dos movimentos sociais em busca pelos recursos escassos controlados pelo Estado e, por outro lado, perspectivas que enfatizavam a ação “ideológica” desses atores em sua busca pela criação de novas percepções culturais que fomentassem sua autonomia frente às demandas do mercado e da tradição. Desde então, podem ser observados esforços de síntese que procuram vincular essas dimensões da ação coletiva. Essas novas perspectivas se caracterizam pela desconstrução de dicotomias e pela afirmação de que diferentes tipos de racionalidades e motivações estão sempre presentes na ação social, destacando que as interações entre Estado e movimentos sociais não implicam, necessariamente, uma perda de autonomia dos atores coletivos contestatórios. No âmbito deste artigo, postula-se que, se esse projeto sintético permite um afastamento em relação às premissas normativas sobre “o que é a política”, é necessário que o arsenal conceitual disponibilizado possibilite a compreensão de que essa é uma questão que está, cotidianamente, em disputa entre atores coletivos contestatórios. Defende-se que a contribuição teórica de François Dubet fornece fundamentos contundentes para a construção de um modelo apropriado para essa tarefa. A partir dessas reflexões, é proposto um deslocamento na abordagem sociológica da ação coletiva, abandonando a tarefa de resolução teórica dos dilemas que são, de fato, empíricos, em direção a uma postura compreensiva sobre o modo como essas tensões são resolvidas pelos atores efetivamente envolvidos em ações coletivas contestatórias.
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