O feminicídio narrado: cartografia da violência contra a mulher nos relatos do Movimento pela Vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Verso e Reverso (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/article/view/ver.2018.32.80.05 |
Resumo: | O presente trabalho realiza um estudo cartográfico do banner sobre o “caso Nirvana” produzido pelo Movimento Pela Vida (Movida), organização não governamental (ONG) de Belém, PA, que atende familiares de vítimas da violência urbana. Esse banner apresenta um dos casos registrado pelo Movida, o homicídio de Nirvana Evangelista, no dia 5 de julho de 2007. Nirvana foi morta pelo ex-namorado, que, além de tê-la matado, a agredia física e psicologicamente. Compreendemos que o crime se trata de feminicídio, violência contra a mulher. Os banners do Movida são parte de um processo de dar a ver a dor e a existência das vítimas, sendo utilizados em eventos de que a ONG participa, realizando a visibilização dos relatos inscritos no banner. A cartografia aqui acionada tem como objetivo compreender os sentidos que se projetam a partir da narrativa em primeira pessoa inscrita nesse material de divulgação sobre o “caso Nirvana”, fazendo o movimento de ver o que se dá a ver. Partindo de uma postura interpretativista, buscamos esses sentidos que o “banner-relato” aponta na leitura e a compreensão dessa modalidade de violência. Para tanto, utilizamo-nos do método cartográfico para acompanhar os fluxos de produção de subjetividade na concreção do relato, ou seja, na narrativa que se constrói em torno do caso de feminicídio. A partir da teoria sobre midiatização e significação de Verón, consideramos esse “banner-relato” como um fenômeno midiático. Congregamos essas banduas perspectivas, em uma análise interpretativa de textos. Acionamos esses referenciais teórico-metodológicos a fim de podermos compreender e interpretar os fenômenos culturais, a produção subjetiva sobre o “caso Nirvana” e a maneira como o movimento social produz relatos sobre a violência específica que atinge as mulheres.Palavras-chave: cartografia interpretativa, feminicídio, violência contra a mulher. |
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O feminicídio narrado: cartografia da violência contra a mulher nos relatos do Movimento pela VidaThe narrated feminicide: Cartography of violence against women in the reports of the Movement for LifeO presente trabalho realiza um estudo cartográfico do banner sobre o “caso Nirvana” produzido pelo Movimento Pela Vida (Movida), organização não governamental (ONG) de Belém, PA, que atende familiares de vítimas da violência urbana. Esse banner apresenta um dos casos registrado pelo Movida, o homicídio de Nirvana Evangelista, no dia 5 de julho de 2007. Nirvana foi morta pelo ex-namorado, que, além de tê-la matado, a agredia física e psicologicamente. Compreendemos que o crime se trata de feminicídio, violência contra a mulher. Os banners do Movida são parte de um processo de dar a ver a dor e a existência das vítimas, sendo utilizados em eventos de que a ONG participa, realizando a visibilização dos relatos inscritos no banner. A cartografia aqui acionada tem como objetivo compreender os sentidos que se projetam a partir da narrativa em primeira pessoa inscrita nesse material de divulgação sobre o “caso Nirvana”, fazendo o movimento de ver o que se dá a ver. Partindo de uma postura interpretativista, buscamos esses sentidos que o “banner-relato” aponta na leitura e a compreensão dessa modalidade de violência. Para tanto, utilizamo-nos do método cartográfico para acompanhar os fluxos de produção de subjetividade na concreção do relato, ou seja, na narrativa que se constrói em torno do caso de feminicídio. A partir da teoria sobre midiatização e significação de Verón, consideramos esse “banner-relato” como um fenômeno midiático. Congregamos essas banduas perspectivas, em uma análise interpretativa de textos. Acionamos esses referenciais teórico-metodológicos a fim de podermos compreender e interpretar os fenômenos culturais, a produção subjetiva sobre o “caso Nirvana” e a maneira como o movimento social produz relatos sobre a violência específica que atinge as mulheres.Palavras-chave: cartografia interpretativa, feminicídio, violência contra a mulher.This paper presents a cartographic study of the “Nirvana case”, produced by the Movement for Life (Movida), a non-governmental organization in Belém (PA), which serves family members of victims of urban violence. This banner presents one of the cases registered by Movida, the murder of Nirvana Evangelista, on July 5th, in 2007. Nirvana was killed by her ex-boyfriend, who, in addition to killing her, used to physically and psychologically assault her. We understand that the crime is about feminicide, violence against women. The Movida banners are part of a process of showing victims’ pain and existence, being used in events of which the NGO participates, making visible the stories inscribed in the banner. The cartography here aims at understanding the senses that are projected from the narrative in the first person inscribed in the banner on the “Nirvana case”, making the move to see what is given to see. Starting from an interpretative position, we search for these meanings that the “banner-report” indicates in the reading and understanding of this modality of violence. To do so, we use the cartographic method to follow the production flows of subjectivity in the concretion of the narrative, that is, in the narrative that is built around the case of feminicide. From Veron’s theory of mediatization and signification, we consider this “banner-report” as a media phenomenon. We combine these two perspectives in an interpretative analysis of texts. We trigger these theoretical- methodological references in order to understand and interpret cultural phenomena, the subjective production of the Nirvana case, and the way in which the social movement produces reports about the specific violence that affects women.Keywords: interpretive cartography, feminicide, violence against women.Verso e Reverso2018-08-27info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/article/view/ver.2018.32.80.0510.4013/ver.2018.32.80.05Verso e Reverso; v. 32 n. 80 (2018); 142-1531806-6925reponame:Verso e Reverso (Online)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSporhttps://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/article/view/ver.2018.32.80.05/60746343de Mesquita Azevedo, Ana PaulaFerreira Junior, Sergio do Espirito SantoSilva da Costa, Alda Cristinainfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-08-27T17:50:29Zoai:ojs2.revistas.unisinos.br:article/13380Revistahttp://revistas.unisinos.br/index.php/versoereversoPRIhttp://revistas.unisinos.br/index.php/versoereverso/oaiperiodicos@unisinos.br||bmarocco@unisinos.br1806-69250103-1414opendoar:2018-08-27T17:50:29Verso e Reverso (Online) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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