(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488 |
Resumo: | As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial. |
id |
UNIT-4_a76343fbddf15ac65cb628b2fb45b8ec |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.emnuvens.com.br:article/11488 |
network_acronym_str |
UNIT-4 |
network_name_str |
Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial.Editora Universitária Tiradentes2023-07-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/1148810.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270Interfaces Científicas - Humanas e Sociais; v. 10 n. 1 (2023): Fluxo Contínuo; 255-2702316-38012316-334810.17564/2316-3801.2023v10n1reponame:Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)instname:Universidade Tiradentes (UNIT)instacron:UNITporhttps://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488/5382Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociaisinfo:eu-repo/semantics/openAccessBezerra Patriota, Elizabete Leite Machado de Amorim, VilmaKaryane Neal de Oliveira Santos, Glaucya Bomfim de França, Alba MariaBatista Pereira, Jesana 2023-10-16T16:28:05Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/11488Revistahttps://periodicos.set.edu.br/humanasPRIhttps://periodicos.set.edu.br/index.php/humanas/oaicrismporto@gmail.com || cfcpinto@gmail.com2316-38012316-3348opendoar:2023-10-16T16:28:05Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) - Universidade Tiradentes (UNIT)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
title |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
spellingShingle |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA Bezerra Patriota, Elizabete |
title_short |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
title_full |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
title_fullStr |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
title_full_unstemmed |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
title_sort |
(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA |
author |
Bezerra Patriota, Elizabete |
author_facet |
Bezerra Patriota, Elizabete Leite Machado de Amorim, Vilma Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya Bomfim de França, Alba Maria Batista Pereira, Jesana |
author_role |
author |
author2 |
Leite Machado de Amorim, Vilma Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya Bomfim de França, Alba Maria Batista Pereira, Jesana |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Bezerra Patriota, Elizabete Leite Machado de Amorim, Vilma Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya Bomfim de França, Alba Maria Batista Pereira, Jesana |
description |
As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-07-06 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488 10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270 |
url |
https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488 |
identifier_str_mv |
10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488/5382 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociais info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociais |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Editora Universitária Tiradentes |
publisher.none.fl_str_mv |
Editora Universitária Tiradentes |
dc.source.none.fl_str_mv |
Interfaces Científicas - Humanas e Sociais; v. 10 n. 1 (2023): Fluxo Contínuo; 255-270 2316-3801 2316-3348 10.17564/2316-3801.2023v10n1 reponame:Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) instname:Universidade Tiradentes (UNIT) instacron:UNIT |
instname_str |
Universidade Tiradentes (UNIT) |
instacron_str |
UNIT |
institution |
UNIT |
reponame_str |
Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) |
collection |
Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) - Universidade Tiradentes (UNIT) |
repository.mail.fl_str_mv |
crismporto@gmail.com || cfcpinto@gmail.com |
_version_ |
1800220593685004288 |