(IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bezerra Patriota, Elizabete
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Leite Machado de Amorim, Vilma, Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya, Bomfim de França, Alba Maria, Batista Pereira, Jesana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)
Texto Completo: https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488
Resumo: As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial.
id UNIT-4_a76343fbddf15ac65cb628b2fb45b8ec
oai_identifier_str oai:ojs.emnuvens.com.br:article/11488
network_acronym_str UNIT-4
network_name_str Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)
repository_id_str
spelling (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial.Editora Universitária Tiradentes2023-07-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/1148810.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270Interfaces Científicas - Humanas e Sociais; v. 10 n. 1 (2023): Fluxo Contínuo; 255-2702316-38012316-334810.17564/2316-3801.2023v10n1reponame:Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)instname:Universidade Tiradentes (UNIT)instacron:UNITporhttps://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488/5382Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociaisinfo:eu-repo/semantics/openAccessBezerra Patriota, Elizabete Leite Machado de Amorim, VilmaKaryane Neal de Oliveira Santos, Glaucya Bomfim de França, Alba MariaBatista Pereira, Jesana 2023-10-16T16:28:05Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/11488Revistahttps://periodicos.set.edu.br/humanasPRIhttps://periodicos.set.edu.br/index.php/humanas/oaicrismporto@gmail.com || cfcpinto@gmail.com2316-38012316-3348opendoar:2023-10-16T16:28:05Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) - Universidade Tiradentes (UNIT)false
dc.title.none.fl_str_mv (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
title (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
spellingShingle (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
Bezerra Patriota, Elizabete
title_short (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
title_full (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
title_fullStr (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
title_full_unstemmed (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
title_sort (IN)DIGNIDADE MENSTRUAL: A FACE FEMININA DA POBREZA
author Bezerra Patriota, Elizabete
author_facet Bezerra Patriota, Elizabete
Leite Machado de Amorim, Vilma
Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya
Bomfim de França, Alba Maria
Batista Pereira, Jesana
author_role author
author2 Leite Machado de Amorim, Vilma
Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya
Bomfim de França, Alba Maria
Batista Pereira, Jesana
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Bezerra Patriota, Elizabete
Leite Machado de Amorim, Vilma
Karyane Neal de Oliveira Santos, Glaucya
Bomfim de França, Alba Maria
Batista Pereira, Jesana
description As mulheres são a parcela da população que experimentam os efeitos mais severos da pobreza extrema. Vários fatores incidem para que esse fenômeno ocorra: a falta de oportunidade no difícil acesso à escola, o trabalho precoce e a ausência de informação. Um dos efeitos mais perversos dessa pobreza, que atinge ainda mais as mulheres negras, diz respeito à menstruação. O sangramento mensal que marca a transição da infância para a adolescência, sinalizando que a menina assume a condição de mulher, traz consigo a marca da pobreza extrema, quando essas mulheres não dispõem das condições materiais mínimas de lidar com essa nova realidade. A pobreza menstrual se revela na impossibilidade de adquirir o absorvente para usar durante esse período, considerado supérfluo. Em virtude dessa dificuldade, muitas meninas faltam às aulas nesse período, bem como deixam de interagir socialmente. Para enfrentar tal problemática, muitas mulheres apelam para mecanismos tão aviltantes à condição humana quanto danosos à saúde. Reconhecendo que tal situação constitui-se grave violação dos direitos humanos das mulheres, a Organização das Nações Unidas criou o Dia da Dignidade Menstrual, com vistas a suscitar a discussão e o enfrentamento a essas questões que dizem respeito não apenas ao acesso a absorventes higiênicos, mas também a banheiros, água potável e à educação menstrual, processo que inclui conhecimentos sobre essa fase da vida das mulheres cercada de preconceitos e tabus. A reflexão, ora apresentada, tem como eixo metodológico a pesquisa documental e como fundamento teórico estudos sobre desigualdades a partir da perspectiva interseccional. Os resultados apontam que a pobreza menstrual constitui-se um problema complexo, multidimensional e transdisciplinar. Há igualmente uma clara interseccionalidade envolvendo questões de gênero e raça. Por tal razão, a busca de alternativas de enfrentamento requer uma atuação em várias frentes, com a participação multissetorial.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-07-06
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488
10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270
url https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488
identifier_str_mv 10.17564/2316-3801.2023v10n1p255-270
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.set.edu.br/humanas/article/view/11488/5382
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociais
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2023 Interfaces Científicas - Humanas e Sociais
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Editora Universitária Tiradentes
publisher.none.fl_str_mv Editora Universitária Tiradentes
dc.source.none.fl_str_mv Interfaces Científicas - Humanas e Sociais; v. 10 n. 1 (2023): Fluxo Contínuo; 255-270
2316-3801
2316-3348
10.17564/2316-3801.2023v10n1
reponame:Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)
instname:Universidade Tiradentes (UNIT)
instacron:UNIT
instname_str Universidade Tiradentes (UNIT)
instacron_str UNIT
institution UNIT
reponame_str Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)
collection Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online)
repository.name.fl_str_mv Interfaces Científicas. Humanas e Sociais (Online) - Universidade Tiradentes (UNIT)
repository.mail.fl_str_mv crismporto@gmail.com || cfcpinto@gmail.com
_version_ 1800220593685004288