INTERAÇÕES ENTRE DESCONFIANÇA INTERPESSOAL E DESIGUALDADE ECONÔMICA NO BRASIL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Paulo Roberto Grangeiro
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de gestão e desenvolvimento regional
Texto Completo: https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/3244
Resumo: Há correlações positivas estáveis e duradouras entre a desigualdade econômica conforme medida no í­ndice de Gini (medida de desigualdade de renda da população) e o ní­vel de (des)confiança interpessoal medido nas pesquisas do WVS – World Values Survey (medida com uma única pergunta), desde 1995. O Brasil está sempre entre os primeiros nas duas medidas. A desconfiança interpessoal é fator que prejudica o capital social das pessoas, assim como o capital humano da sociedade e, consequentemente, a economia do paí­s. Pesquisadores buscam os determinantes da desconfiança interpessoal, e avaliam fatores como renda, educação, "raça" , etnia e sexo, no entanto, no caso do Brasil, nenhum fator isolado explica os altos ní­veis de desconfiança interpessoal, apontando para um "efeito paí­s" . Nesta pesquisa argumentamos que se trata de um fator de personalidade que, no entanto, não tem base temperamental, mas resulta das experiências pessoais e da aprendizagem social, vividas coletivamente em um ambiente social de desigualdade e violência extremas, favorecendo a ansiedade e as estratégias ilusórias para se lidar com ela. Usamos o Questionário dos 16 Fatores de Personalidade em uma amostra de estudantes brasileiros para demonstrar essa afirmação com a dimensão Desconfiança. Os resultados das análises mostraram que o grupo dos  que conhecem a astrologia dos signos é significativamente mais desconfiado do que o grupo que desconhece, apontando que aqueles se utilizam do conhecimento para tentar prever e se prevenir quanto ao comportamento dos outros. Para a diminuição da desigualdade, portanto, não bastam as intervenções econômicas, exige-se intervenção psicossocial que diminua progressivamente o ní­vel de desconfiança interpessoal.
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