Restrições geocronológicas 40Ar/39Ar na evolução pleistocênica de relevo da região de Itapira, centro-leste de São Paulo

• Autor(a) principal: Santos, Matheus Henrique Silva dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/236052
• topic: Datação absoluta; Evolução geomorfológica; Depósitos minerais supérgenos; Absolute dating; Geomorphological evolution; Supergene mineral deposits

Datações absolutas de processos intempéricos são uma importante ferramenta na busca pela compreensão da evolução do relevo continental. O método geocronológico 40Ar/39Ar, por meio da técnica de aquecimento gradual a laser, permite a análise monocristalina de minerais supérgenos que ocorrem nas complexas assembleias minerais típicas de perfis de intemperismo. A ocorrência de jazimentos lateríticos manganesíferos que hospedam grandes quantidades de minerais supérgenos torna a região da cidade de Itapira - SP um excelente sítio para a realização de estudos com essa temática. Isto posto, o objetivo desta pesquisa consistiu em fornecer informações e interpretações acerca da evolução do relevo da região centro-leste do estado de São Paulo, além de dados adicionais sobre a composição de uma das ocorrências minerais manganesíferas dos arredores de Itapira. Para tanto, além do método geocronológico supracitado, amostras de óxidos de manganês foram caracterizadas por via de microscópio eletrônico de varredura (MEV-EDS), microssonda eletrônica (MSE-WDS) e difratometria de raios X (DRX). A composição das amostras coletadas no corpo manganesífero Morro das Palmeiras foi definida como litioforita + criptomelana + quartzo. A partir do conteúdo de K estimado foi definido que os grãos de criptomelana são passíveis de datação pelo método 40Ar/39Ar. As idades platô obtidas em dois cristais de criptomelana indicam que a precipitação destes ocorreu entre 1,860 ± 0,080 Ma e 0,890 ± 0,030 Ma, durante o Pleistoceno. Essa datação absoluta indica que os óxidos de manganês dos jazimentos de Itapira têm sua história de formação relacionada ao Ciclo de Denudação Paraguaçu. Episódios de intemperismo químico intenso no Brasil durante o Pleistoceno foram constatados anteriormente por meio de datação de minerais lateríticos nos estados de Goiás, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo, as idades obtidas no presente trabalho corroboram a ocorrência destes episódios, e estendem sua área de atuação para a porção centro-leste do estado de São Paulo. Assim sendo, é possível afirmar que no Pleistoceno ocorreram intervalos de clima quente e úmido na porção centro-leste do estado de São Paulo, que favoreceram a formação de minerais supergênicos lateríticos.