Referência e atribuição: nomes próprios em português
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11449/250949 |
Resumo: | De acordo com Lyons (1977), uma visão geralmente aceita sobre nomes próprios é a de que eles têm referência, mas nenhum significado lexical. Na Gramática Discursivo-Funcional, GDF, (Hengeveld; Mackenzie, 2008), essa ideia está na base da concepção de nomes próprios como lexemas do Nível Interpessoal que funcionam como o núcleo lexical dos Subatos de Referência. No Nível Representacional, a entidade é designada por um núcleo ausente, definição que reafirma a ideia de serem os nomes próprios destituídos de significado lexical, tendo por consequência o princípio de não poderem receber modificadores nesse nível. Embora essa concepção seja suficiente para explicar o uso mais prototípico de um nome próprio, isto é, quando evoca um referente inerentemente definido, não modificado e desprovido de qualquer significado lexical, ela não explica uma série de outros usos, como os nomes modificados restritivamente (o Pedro impulsivo), nomes em aposições restritivas (meu amigo João), construções de nomeação (ela se chama Maria) e construções metafóricas (ele é um Einstein). Este trabalho apresenta uma análise dos nomes próprios no português com a o objetivo geral de chegar a uma proposta de identificação mais específica da categoria na GDF, que permita acomodar tanto seu uso como membro prototípico, quanto seus usos como membros mais periféricos, quando um ou mais traços não se aplicam. Para tanto utilizamos uma série de critérios pragmáticos, semânticos e morfossintáticos para a análise de sintagmas nominais nucleados ou modificados por nomes próprios em uma amostra de língua escrita, constituída por textos retirados da revista CartaCapital e complementada por ocorrências do Corpus do Português (Web/Dialects). A aplicação dos critérios forneceu base suficiente para uma proposta de identificação da categoria como uma classe de lexema nominal e uma classe de palavra substantiva, na GDF. Além disso, os nomes próprios foram divididos em três principais subcategorias: i) os referenciais, ii) os metalinguísticos; que incluem os casos de modificação restritiva, aposição restritiva e nomeação, e iii) os contextuais. Para cada um desses subtipos, fornecemos também as representações subjacentes no modelo discursivo-funcional. |
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Referência e atribuição: nomes próprios em portuguêsReference and ascription: proper names in PortugueseNomes própriosReferênciaAtribuiçãoGramática discursivo-funcionalProper namesReferenceAscriptionFunctional discourse grammarDe acordo com Lyons (1977), uma visão geralmente aceita sobre nomes próprios é a de que eles têm referência, mas nenhum significado lexical. Na Gramática Discursivo-Funcional, GDF, (Hengeveld; Mackenzie, 2008), essa ideia está na base da concepção de nomes próprios como lexemas do Nível Interpessoal que funcionam como o núcleo lexical dos Subatos de Referência. No Nível Representacional, a entidade é designada por um núcleo ausente, definição que reafirma a ideia de serem os nomes próprios destituídos de significado lexical, tendo por consequência o princípio de não poderem receber modificadores nesse nível. Embora essa concepção seja suficiente para explicar o uso mais prototípico de um nome próprio, isto é, quando evoca um referente inerentemente definido, não modificado e desprovido de qualquer significado lexical, ela não explica uma série de outros usos, como os nomes modificados restritivamente (o Pedro impulsivo), nomes em aposições restritivas (meu amigo João), construções de nomeação (ela se chama Maria) e construções metafóricas (ele é um Einstein). Este trabalho apresenta uma análise dos nomes próprios no português com a o objetivo geral de chegar a uma proposta de identificação mais específica da categoria na GDF, que permita acomodar tanto seu uso como membro prototípico, quanto seus usos como membros mais periféricos, quando um ou mais traços não se aplicam. Para tanto utilizamos uma série de critérios pragmáticos, semânticos e morfossintáticos para a análise de sintagmas nominais nucleados ou modificados por nomes próprios em uma amostra de língua escrita, constituída por textos retirados da revista CartaCapital e complementada por ocorrências do Corpus do Português (Web/Dialects). A aplicação dos critérios forneceu base suficiente para uma proposta de identificação da categoria como uma classe de lexema nominal e uma classe de palavra substantiva, na GDF. Além disso, os nomes próprios foram divididos em três principais subcategorias: i) os referenciais, ii) os metalinguísticos; que incluem os casos de modificação restritiva, aposição restritiva e nomeação, e iii) os contextuais. Para cada um desses subtipos, fornecemos também as representações subjacentes no modelo discursivo-funcional.According to Lyons (1977), a generally accepted view of proper names is that they have reference but no lexical meaning. In Functional Discourse Grammar, FDG, (Hengeveld; Mackenzie, 2008), this idea underlies the notion of proper names as lexemes from the Interpersonal Level that function as the lexical head of the Subacts of Reference. At the Representational Level, the entity is designated by an absent head. This definition reaffirms the idea that proper names lack lexical meaning, resulting in the principle that they cannot receive modifiers at that level. While this conception is sufficient to explain the most prototypical use of a proper name, i.e., when it is used to evoke an inherently definite referent, unmodified and devoid of any lexical meaning, it does not explain several other uses, such as names restrictively modified (o Pedro impulsivo ‘the impulsive Pedro’), names in close appositions (meu amigo João ‘my friend João’), naming constructions (ela se chama Maria‘she is called Maria’) and metaphorical constructions (ele é um Einstein ‘he is an Einstein’). This dissertation presents an analysis of proper names in Portuguese to propose a more specific identification of the category in the FDG that explains both its use as a prototypical member, and peripheral member of the category when one or more features do not apply. For that, we used a set of pragmatic, semantic and morphosyntactic criteria for the analysis of noun phrases headed or modified by proper names in a sample of written language, consisting of texts taken from the CartaCapital magazine and complemented by data from the Corpus do Português (Web/Dialects). The criteria provided sufficient ground to identify the category as a nominal lexeme and a noun word in FDG. Furthermore, proper names were divided into three main subcategories: i) referential; ii) metalinguistic, which include the cases of restrictive modification, restrictive apposition and naming; and iii) the contextuals. We also provide the underlying representations in the discursive-functional model for each subtype.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)CAPES: Código de Financiamento 001; FAPESP: 2019/13578-7Universidade Estadual Paulista (Unesp)Camacho, Roberto Gomes [UNESP]Serafim, Monielly Cristina Saverio2023-10-10T18:59:07Z2023-10-10T18:59:07Z2023-09-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSERAFIM, Monielly Cristina Saverio. Referência e atribuição: nomes próprios no português, 2023. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas (Ibilce), São José do Rio Preto, 2023.https://hdl.handle.net/11449/250949porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-21T06:11:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/250949Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:33:43.440489Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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