O ensino dos atos de ler e de escrever: concepções e práticas a partir de consignas e de materiais didáticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisco, Adriana Jesuino
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/235104
Resumo: Este trabalho dissertativo foi desenvolvido junto à linha de pesquisa ―Processos Formativos, Ensino e Aprendizagem‖, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação (Mestrado) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, campus de Presidente Prudente, que teve como objetivo principal a realização de um cotejamento entre o ensino da leitura da língua escrita, que está sendo praticado nos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública de um município do interior paulista, com as principais teorias que têm tratado desta temática nos últimos anos. Para isso, investigamos quais as orientações que constam dos materiais didáticos e como são utilizadas pelos professores quando das atividades de leitura e escrita propostas aos alunos. O problema de pesquisa que estruturou o trabalho investigativo partiu do seguinte questionamento: as orientações dadas pelos professores e pelos materiais didáticos estão mais relacionadas aos atos de fonetização e codificação de textos escritos ou a atos culturais de leitura e escrita? As orientações identificadas nas práticas foram analisadas com base nos postulados teóricos sobre o ensino da leitura e da escrita defendidos por correntes que se opõem: a defendida por Bajard (2021), Foucambert (2008) e Arena (2008), que entende que esse ensino deve estar baseado na vivência de atos sociais de leitura, outra, que tem como base os referenciais da Psicogênese da Língua Escrita, assumidos por Ferreiro e Teberosky (1985), e a representada pelos teóricos Capovilla (2007) e Morais (1996), que tem como premissa que a língua escrita é um código e, por isso, pressupõe que a leitura e a escrita devam ser ensinadas a partir de um processo de codificação e decodificação. A metodologia privilegiada na pesquisa baseou-se no modelo de análise de matriz microgenética e paradigma indiciário. Essa opção metodológica foi motivada pela intenção de realizar a coleta de dados dando atenção aos detalhes, aos recortes de episódios interativos, às relações subjetivas e as condições sociais da situação analisada. Essa investigação se justifica também pelo contexto educacional brasileiro, quando essa problemática ganhou destaque frente à intenção declarada do governo federal de instituir oficialmente o chamado método fônico na alfabetização, que tem como base os pressupostos defendidos por essa segunda corrente teórica. A partir da análise dos dados coletados de forma remota e nos materiais didáticos, foi possível concluir que as concepções presentes nas consignas dos materiais didáticos e no cotidiano das salas de aula mostraram-se frágeis por terem como base a consciência fonológica e o ensino organizado a partir da linguística, priorizando a organização do trabalho pedagógico com a língua descolada das relações humanas, e não nos pressupostos da Filosofia da Linguagem que tem como base as interações de troca verbais, em situações reais de vida, e em enunciados concretos.
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Para isso, investigamos quais as orientações que constam dos materiais didáticos e como são utilizadas pelos professores quando das atividades de leitura e escrita propostas aos alunos. O problema de pesquisa que estruturou o trabalho investigativo partiu do seguinte questionamento: as orientações dadas pelos professores e pelos materiais didáticos estão mais relacionadas aos atos de fonetização e codificação de textos escritos ou a atos culturais de leitura e escrita? As orientações identificadas nas práticas foram analisadas com base nos postulados teóricos sobre o ensino da leitura e da escrita defendidos por correntes que se opõem: a defendida por Bajard (2021), Foucambert (2008) e Arena (2008), que entende que esse ensino deve estar baseado na vivência de atos sociais de leitura, outra, que tem como base os referenciais da Psicogênese da Língua Escrita, assumidos por Ferreiro e Teberosky (1985), e a representada pelos teóricos Capovilla (2007) e Morais (1996), que tem como premissa que a língua escrita é um código e, por isso, pressupõe que a leitura e a escrita devam ser ensinadas a partir de um processo de codificação e decodificação. A metodologia privilegiada na pesquisa baseou-se no modelo de análise de matriz microgenética e paradigma indiciário. Essa opção metodológica foi motivada pela intenção de realizar a coleta de dados dando atenção aos detalhes, aos recortes de episódios interativos, às relações subjetivas e as condições sociais da situação analisada. Essa investigação se justifica também pelo contexto educacional brasileiro, quando essa problemática ganhou destaque frente à intenção declarada do governo federal de instituir oficialmente o chamado método fônico na alfabetização, que tem como base os pressupostos defendidos por essa segunda corrente teórica. A partir da análise dos dados coletados de forma remota e nos materiais didáticos, foi possível concluir que as concepções presentes nas consignas dos materiais didáticos e no cotidiano das salas de aula mostraram-se frágeis por terem como base a consciência fonológica e o ensino organizado a partir da linguística, priorizando a organização do trabalho pedagógico com a língua descolada das relações humanas, e não nos pressupostos da Filosofia da Linguagem que tem como base as interações de troca verbais, em situações reais de vida, e em enunciados concretos.This dissertation was developed within the research line "Formative Processes, Teaching and Learning", in the scope of the Postgraduate Program in Education (Master's Degree) of the College of Sciences and Technology of the Paulista State University, Presidente Prudente campus, whose main objective was to conduct a comparison between the teaching of written language reading, which is being practiced in the early years of a public elementary school in a city in the interior of São Paulo state, with the main theories that have dealt with this theme in recent years. To this end, we investigated which guidelines are contained in the teaching materials and how they are used by the teachers when reading and writing activities are proposed to the students. The research problem that structured the investigative work started with the following question: are the orientations given by teachers and didactic materials more related to the acts of phonetization and codification of written texts or to cultural acts of reading and writing? The orientations identified in the practices were analyzed based on the theoretical postulates on the teaching of reading and writing defended by opposing currents: the one defended by Bajard (2021), Foucambert (2008) and Arena (2008), who understand that this teaching should be based on the experience of social acts of reading, another, which is based on the references of Psychogenesis of Written Language, assumed by Ferreiro and Teberosky (1985), and the one represented by the theorists Capovilla (2007) and Morais (1996), which have the premise that written language is a code and, therefore, assumes that reading and writing should be taught from a process of encoding and decoding. The methodology used in the research was based on the microgenetic matrix analysis model and indicative paradigm. This methodological option was motivated by the intention of collecting data paying attention to details, to the clippings of interactive episodes, to subjective relations, and to the social conditions of the analyzed situation. This investigation is also justified by the Brazilian educational context, when this problem was highlighted by the federal government's declared intention to officially institute the phonic method in literacy, which is based on the assumptions advocated by this second theoretical stream. From the analysis of the data collected remotely and in didactic materials, it was possible to conclude that the conceptions present in the consignments of teaching materials and in the daily routine of the classrooms proved to be fragile because they are based on phonological awareness and the teaching is organized based on linguistics, prioritizing the organization of pedagogical work with language detached from human relations and not on the assumptions of the Philosophy of Language that is based interactions verbal exchanges, in real life situations, and in concrete statements.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Hernandes, Elianeth Dias Kanthack [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Francisco, Adriana Jesuino2022-06-09T16:58:55Z2022-06-09T16:58:55Z2022-04-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23510433004129044P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-20T12:45:22Zoai:repositorio.unesp.br:11449/235104Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T22:45:23.678488Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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