Influência do tempo de jejum e da administração de fluidos perioperatório no tempo de internação e lesão por pressão em pacientes cirúrgicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marquezi, Riciany Alvarenga
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/190785
Resumo: A partir da década de 90, muito se discute sobre estratégias para melhorar a recuperação do paciente após a realização da cirurgia. Dentre elas está a redução do tempo de jejum no pré-operatório, com a administração de líquidos claros e a diminuição da infusão de fluidos no intra e pósoperatório. Essas medidas têm sido aplicadas em vários trabalhos e protocolos mostrando-se segura e influenciando no tempo de internação do paciente e em outras complicações. Portanto, os objetivos desse trabalho foram avaliar se o tempo de jejum e o volume infundido no perioperatório influenciam no tempo de internação e no aparecimento de lesão por pressão(LPP) de pacientes cirúrgicos.Para tanto, foram estudados pacientes submetidos a cirurgias do aparelho digestivo, vascular, ortopédica, uroló- gica e ginecológica. Foram avaliados dados demográficos, clínicos e laboratoriais, escalas de risco cirúrgico, de risco para LPP e risco nutricional. Após a cirurgia o paciente foi avaliado quanto ao aparecimento de LPP pela escala de Avaliação e Classificação da LPP e o tempo de internação. A comparação univariada entre os indivíduos que apresentaram ou não LPP ou que ficaram ou não internados por mais de 5 dias, foi realizada pelo teste t de student, Mann Whitnney para as variáveis numéricas, a depender da normalidade de distribuição. A comparação univariada entre as variáveis categóricas foram realizadas pelo teste de qui-quadrado. A regressão logística múltipla foi utilizada para pesquisar variáveis que influenciam no aparecimento de LPP e no tempo de internação > 5 dias. Os ajustes às equações foram realizados por fatores que sabidamente influenciam nos desfechos, como por exemplo, sexo, idade, gravidade e morbidade (ASA), tipo e risco do procedimento cirúrgico, gravidade pósoperatório (uso de drogas vasoativas) e variáveis que foram significativas na análise univariada (hemoglobina). Nível de significância considerado de 5%. Pacote estatístico utilizado foi SigmaPlot 12.0. Foram avaliados 102 quanto ao tempo de internação e 95 pacientes quanto à LPP. O tempo médio de internação foi de 4,5 +/- 7,8 dias e 12,6% apresentaram lesão por pressão. Sessenta e dois por cento foram classificados como ASA II e 30% como ASA III. Noventa e dois por cento realizaram cirurgias de risco intermediário ou alto. Apenas a hemoglobina baixa associou-se com a lesão por pressão, além das escalas waterlow, nutritional risk screening 2002 e avaliação subjetiva global. Maior tempo de jejum, maior volume infundido e menor hemoglobina associaram-se com maior tempo de internação. Esses dados corroboram a necessidade de revisão de protocolos de jejum e volume infundido. Provavelmente a resistência insulínica, catabolismo induzidos pelo jejum e estresse possam contribuir para esses achados. Escalas de avaliação nutricional podem prever o aparecimento de lesão por pressão. Assim o uso de uma escala pode facilitar e economizar tempo de avaliação e risco e ser útil na prática clínica.
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Portanto, os objetivos desse trabalho foram avaliar se o tempo de jejum e o volume infundido no perioperatório influenciam no tempo de internação e no aparecimento de lesão por pressão(LPP) de pacientes cirúrgicos.Para tanto, foram estudados pacientes submetidos a cirurgias do aparelho digestivo, vascular, ortopédica, uroló- gica e ginecológica. Foram avaliados dados demográficos, clínicos e laboratoriais, escalas de risco cirúrgico, de risco para LPP e risco nutricional. Após a cirurgia o paciente foi avaliado quanto ao aparecimento de LPP pela escala de Avaliação e Classificação da LPP e o tempo de internação. A comparação univariada entre os indivíduos que apresentaram ou não LPP ou que ficaram ou não internados por mais de 5 dias, foi realizada pelo teste t de student, Mann Whitnney para as variáveis numéricas, a depender da normalidade de distribuição. A comparação univariada entre as variáveis categóricas foram realizadas pelo teste de qui-quadrado. A regressão logística múltipla foi utilizada para pesquisar variáveis que influenciam no aparecimento de LPP e no tempo de internação > 5 dias. Os ajustes às equações foram realizados por fatores que sabidamente influenciam nos desfechos, como por exemplo, sexo, idade, gravidade e morbidade (ASA), tipo e risco do procedimento cirúrgico, gravidade pósoperatório (uso de drogas vasoativas) e variáveis que foram significativas na análise univariada (hemoglobina). Nível de significância considerado de 5%. Pacote estatístico utilizado foi SigmaPlot 12.0. Foram avaliados 102 quanto ao tempo de internação e 95 pacientes quanto à LPP. O tempo médio de internação foi de 4,5 +/- 7,8 dias e 12,6% apresentaram lesão por pressão. Sessenta e dois por cento foram classificados como ASA II e 30% como ASA III. Noventa e dois por cento realizaram cirurgias de risco intermediário ou alto. Apenas a hemoglobina baixa associou-se com a lesão por pressão, além das escalas waterlow, nutritional risk screening 2002 e avaliação subjetiva global. Maior tempo de jejum, maior volume infundido e menor hemoglobina associaram-se com maior tempo de internação. Esses dados corroboram a necessidade de revisão de protocolos de jejum e volume infundido. Provavelmente a resistência insulínica, catabolismo induzidos pelo jejum e estresse possam contribuir para esses achados. Escalas de avaliação nutricional podem prever o aparecimento de lesão por pressão. Assim o uso de uma escala pode facilitar e economizar tempo de avaliação e risco e ser útil na prática clínica.Since the 90’s, a lot has been discussed about strategies to improve the recovery of patients after surgery. One of them is the reduction of preoperative fasting time, with the administration of clear liquids and with the decrease of intra and postoperative fluid infusion. As a matter of fact, those measures have been applied in several studies and protocols proving to be safe and influencing hospitalization time and in other complications. Therefore, the objectives of this work were to evaluate if the fasting time and the volume infused in the perioperative, influencing in the hospitalization time and the appearance of pressure injury in surgical patients. Therefore, were studied patients submitted to the following surgeries: digestive, vascular, orthopedic, urological and gynecological. Demographic, clinical and laboratorial data were analyzed, surgical risk scale, risk for pressure injury and nutritional risk. After the surgery, the patient was evaluated for the appearance of pressure injury by the Evaluate Scale and Classification of Pressure injury and hospitalization time. The univariate comparison between the individuals who presented or not the pressure injury time of hospitalization lower than five days or higher than five days was performed by the tstudent test and Mann Whitnney for the numerical variables, depending on the normality of the distribution. The univariate comparison between the categorical variables were made through the qui-square test. The multiple logistic regression was used to search for variables that influence in the appearance of pressure injury and in time of hospitalization higher than five days. Adjustments to the equations were performed by the factors that were know to influence outcomes, such as sex, age, severity and morbidity, type and risk of surgical procedure, postoperative severity (use of vasoactive drugs) and variables that were significant in the univariate comparison (hemoglobin). Significance level considered 5%. Statistical software used was SigmaPlot 12.0. A total of 102 patients were evaluated for time of hospitalization and 95 patients forpressure injury. The mean length of hospital stay was de 4,5 +/- 7,8 days and 12,6% of patients showed pressure injury. Sixty two percent were classified as ASA II and 30% as ASA III. Ninety two percent performed intermediate or high-risk surgeries. Only low hemoglobin was associated withpressure injury, in addition to the waterlow scales, nutritional risk screening 2002 and global subjective assessment. Higher fasting time, higher infused volume and lower hemoglobin were associated with longer hospital stay. These data corroborate the need for review of protocols for fasting and volume infused. Insulin resistance, catabolism induced by fasting and stress may contribute to these findings. Nutritional assessment scales may predict the onset ofpressure injury. Thus the use of a scale can facilitate and save time for evaluation and risk and can be useful in clinical practice.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Gaiolla, Paula Schimidt Azevedo [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Marquezi, Riciany Alvarenga2019-10-21T17:41:23Z2019-10-21T17:41:23Z2019-07-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19078500092619333004064020P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T17:18:12Zoai:repositorio.unesp.br:11449/190785Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T17:18:12Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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