Binariedade, masculinidade, seus discursos e estruturas: análise e defesa da não binariedade como uma saída da colonialidade de poder-saber-ser de sexo e gênero
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/242862 |
Resumo: | O trabalho visa traçar de onde surgem as ideais dualistas de gênero, binariedade, sexo e masculinidade (e a consequente cisheteronormatividade a elas associadas); buscando entender como elas são impostas, por quem e para quem. Igualmente, procura compreender a não binariedade como uma saída possível para a colonialidade, seja de poder, saber, ser ou de gênero. A adoção de referenciais que vão desde a conceitualização dessas categorias, a exposição dos distintos discursos hierarquizantes e estruturas histórias coloniais relacionadas ao gênero, sexo, binariedade, não-binariedade etc; a demonstração da importância transcendental da visibilidade e estudo dos questionamentos e experiências LGBTQIAP+; até a indagação que parte de nós mesmos, é a metodologia que nos permitirá enxergar aquilo que se sobrepõe a tudo isso (ou seja, à artificialidade da construção determinista-natural ou biológico-sexual que nos impera). Ao longo do trabalho, permite-se enxergar, primeiro, como a interseção da masculinidade dominante do colonizador europeu com as ideias de superioridade racial e as assimetrias de classe social levaram a idealização de novos sistemas de identificação e hierarquização social que persistem até os dias de hoje. Igualmente, percebe-se também que o sexo é situacional, explicável apenas dentro do contexto de luta sobre gênero e poder – as construções discursivas analisadas durante o trabalho, como consequência de uma revolução epistemológica e sociopolítica, mostram explicitamente como os limites entre masculino e feminino são, basicamente, políticos. Nesse sentido, expõe-se como a binariedade, ao interferir profundamente na subjetividade do sujeito, ajusta e limita os corpos em características engessadas de viver-ser-existir; o que por sua vez dá aos papéis sociais uma dimensão produtora de subjetividades escravizadas pelos próprios meios que as conduzem. Por fim, a voz e luz dadas à algumas das questões e definições que envolvem as múltiplas identidades não-binárias convida-nos a repensar e remodelar as ideias de coerência e falsa normalidade próprias do feminino e do masculino associados ao sexo biológico e a destruir a ideia de corpo marginalizado como um espetáculo. |
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Binariedade, masculinidade, seus discursos e estruturas: análise e defesa da não binariedade como uma saída da colonialidade de poder-saber-ser de sexo e gêneroBinarity, masculinity, their discourses and structures: analysis and defense of non-binarity as a way out of the coloniality of power-knowledge-being of sex and genderGêneroQueerInterseccionalidadeTransexualidadeCisheteoronormatividadeGenderIntersectionalityTranssexualityCisheteoronormativityO trabalho visa traçar de onde surgem as ideais dualistas de gênero, binariedade, sexo e masculinidade (e a consequente cisheteronormatividade a elas associadas); buscando entender como elas são impostas, por quem e para quem. Igualmente, procura compreender a não binariedade como uma saída possível para a colonialidade, seja de poder, saber, ser ou de gênero. A adoção de referenciais que vão desde a conceitualização dessas categorias, a exposição dos distintos discursos hierarquizantes e estruturas histórias coloniais relacionadas ao gênero, sexo, binariedade, não-binariedade etc; a demonstração da importância transcendental da visibilidade e estudo dos questionamentos e experiências LGBTQIAP+; até a indagação que parte de nós mesmos, é a metodologia que nos permitirá enxergar aquilo que se sobrepõe a tudo isso (ou seja, à artificialidade da construção determinista-natural ou biológico-sexual que nos impera). Ao longo do trabalho, permite-se enxergar, primeiro, como a interseção da masculinidade dominante do colonizador europeu com as ideias de superioridade racial e as assimetrias de classe social levaram a idealização de novos sistemas de identificação e hierarquização social que persistem até os dias de hoje. Igualmente, percebe-se também que o sexo é situacional, explicável apenas dentro do contexto de luta sobre gênero e poder – as construções discursivas analisadas durante o trabalho, como consequência de uma revolução epistemológica e sociopolítica, mostram explicitamente como os limites entre masculino e feminino são, basicamente, políticos. Nesse sentido, expõe-se como a binariedade, ao interferir profundamente na subjetividade do sujeito, ajusta e limita os corpos em características engessadas de viver-ser-existir; o que por sua vez dá aos papéis sociais uma dimensão produtora de subjetividades escravizadas pelos próprios meios que as conduzem. Por fim, a voz e luz dadas à algumas das questões e definições que envolvem as múltiplas identidades não-binárias convida-nos a repensar e remodelar as ideias de coerência e falsa normalidade próprias do feminino e do masculino associados ao sexo biológico e a destruir a ideia de corpo marginalizado como um espetáculo.This paper aims to trace where the dualistic ideals of gender, binarity, sex and masculinity (and the consequent cisheteronormativity associated with them) arise from; seeking to understand how they are imposed, by whom and for whom. Likewise, it seeks to understand non-binarity as a possible way out of coloniality, whether of power, knowledge, being or gender. The adoption of references ranging from the conceptualization of these categories, the exposition of the different hierarchical discourses and colonial historical structures related to gender, sex, binarity, non-binarity, etc; the demonstration of the transcendental importance of visibility and study of LGBTQIAP+ questions and experiences; to the inquiry that comes from ourselves, is the methodology that will allow us to see what overlaps all of this (that is, the artificiality of the deterministic-natural or biological-sexual construction that prevails over us). Throughout the work, it is possible to see, first, how the intersection of the dominant masculinity of the European colonizer with the ideas of racial superiority and social class asymmetries led to the idealization of new systems of identification and social hierarchy that persist until today. Likewise, it is also perceived that sex is situational, explainable only within the context of struggle over gender and power – the discursive constructions analyzed during the work, as a consequence of an epistemological and sociopolitical revolution, explicitly show how the boundaries between male and female are, basically, political. In this sense, it is exposed how the binarity, when deeply interfering in the subjectivity of the subject, adjusts and limits our bodies in plastered characteristics of living-being-existing; which in its turn gives to the social roles a dimension that produces subjectivities enslaved by their own means that drive them. Finally, the voice and light given to some of the issues and definitions that involve the multiple non-binary identities invite us to rethink and remodel the ideas of coherence and false normality of the feminine and masculine associated with biological sex and to destroy the idea of the marginalized body as a spectacle.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Passos, Rodrigo Duarte Fernandes dos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Andrade, X Soares de2023-04-05T20:13:58Z2023-04-05T20:13:58Z2023-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfANDRADE, X Soares de. Binariedade, masculinidade, seus discursos e estruturas: análise e defesa da não binariedade como uma saída da colonialidade de poder-saber-ser de sexo e gênero. Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023.http://hdl.handle.net/11449/242862porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-12T15:33:46Zoai:repositorio.unesp.br:11449/242862Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-12T15:33:46Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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