Práticas centrais de ensino na formação de professores de Ciências: uma revisão de escopo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedroso, João Victor Callera
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252886
http://lattes.cnpq.br/3832499433265100
Resumo: Para enfrentar o velho problema da performance denunciado por Kennedy (1999), foi criado, no contexto estadunidense, o Consórcio das Práticas Centrais, que buscou definir e delimitar Práticas Centrais de ensino para a formação inicial de professores. Diante da gama de trabalhos e da falta de um mapeamento da área do Ensino de Ciências, este trabalho teve como pretensão mapear e analisar como a literatura acadêmico-científica tem abordado e investigado práticas centrais de ensino voltadas para a formação de professores de ciências. Com esse objetivo, traçou-se uma Revisão de Escopo, incluindo trabalhos de 2009, ano de publicação do artigo seminal de Grossman, Hammerness e McDonald (2009), até o ano de 2021. Foram selecionados vinte e dois artigos a partir de cinco bases de dados internacionais. Os resultados apontaram, primeiramente, que a maioria dos trabalhos foi publicada nos Estados Unidos da América e na revista Teaching and Teacher Education, possuindo um crescimento discreto a partir de 2017 até 2019. Observou-se que o contexto institucional de maior frequência de emprego das práticas centrais é o trabalho cooperativo entre “universidade e escola”, em cursos de formação de professores de 2 anos ou mais, principalmente na disciplina de “Instrumentação ou Metodologia de Ensino”. Constatou-se, ainda, que parte significativa dos artigos se refere a investigações no âmbito da formação inicial dos professores. A grande maioria dos participantes dos estudos analisados, seja professores em formação inicial ou professores já formados, atua no Ensino Médio ministrando a matéria de Biologia. No segundo bloco, verificou-se que a maior parcela dos artigos conceitua práticas centrais partindo de definições genéricas e opta por utilizar uma especificação para o ensino de ciências. Foram identificadas vinte e uma práticas centrais para o ensino de ciências, incluídas em três modelos conceituais e algumas citadas isoladamente. Porém, apenas um modelo conceitual adere a uma visão bem delimitada e fundamentada de ensino e aprendizagem. Identificou-se seis principais estratégias utilizadas para o ensino de prática central na formação de professores de ciências, bem como oito processos selecionados por professores formadores para avaliar a utilização dessas práticas centrais, que possuem certas similaridades principalmente no que tange ao trabalho com feedback. Assim, esta pesquisa concluiu que a literatura acadêmico-científica da área se pautou, para prática central, em definições genéricas e com a busca por uma especificação no ensino de ciências. O trabalho majoritariamente utilizado para definir e elencar essas práticas centrais para o ensino de ciências foi o de Windschitl et al. (2012), o qual tem fundamentação explícita em uma perspectiva sociocultural de ensino e aprendizagem. Por fim, averiguou-se que os artigos analisados possuem fundamentações no Quadro Teórico proposto pelo Consórcio das Práticas Centrais, o qual inclui representações, decomposições e aproximações da prática. Esta investigação contribui para a busca e melhoria de referenciais teóricos mais rigorosos que fundamentem a formação de professores de ciências, principalmente no que tange à melhoria da prática de ensino.
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Com esse objetivo, traçou-se uma Revisão de Escopo, incluindo trabalhos de 2009, ano de publicação do artigo seminal de Grossman, Hammerness e McDonald (2009), até o ano de 2021. Foram selecionados vinte e dois artigos a partir de cinco bases de dados internacionais. Os resultados apontaram, primeiramente, que a maioria dos trabalhos foi publicada nos Estados Unidos da América e na revista Teaching and Teacher Education, possuindo um crescimento discreto a partir de 2017 até 2019. Observou-se que o contexto institucional de maior frequência de emprego das práticas centrais é o trabalho cooperativo entre “universidade e escola”, em cursos de formação de professores de 2 anos ou mais, principalmente na disciplina de “Instrumentação ou Metodologia de Ensino”. Constatou-se, ainda, que parte significativa dos artigos se refere a investigações no âmbito da formação inicial dos professores. A grande maioria dos participantes dos estudos analisados, seja professores em formação inicial ou professores já formados, atua no Ensino Médio ministrando a matéria de Biologia. No segundo bloco, verificou-se que a maior parcela dos artigos conceitua práticas centrais partindo de definições genéricas e opta por utilizar uma especificação para o ensino de ciências. Foram identificadas vinte e uma práticas centrais para o ensino de ciências, incluídas em três modelos conceituais e algumas citadas isoladamente. Porém, apenas um modelo conceitual adere a uma visão bem delimitada e fundamentada de ensino e aprendizagem. Identificou-se seis principais estratégias utilizadas para o ensino de prática central na formação de professores de ciências, bem como oito processos selecionados por professores formadores para avaliar a utilização dessas práticas centrais, que possuem certas similaridades principalmente no que tange ao trabalho com feedback. Assim, esta pesquisa concluiu que a literatura acadêmico-científica da área se pautou, para prática central, em definições genéricas e com a busca por uma especificação no ensino de ciências. O trabalho majoritariamente utilizado para definir e elencar essas práticas centrais para o ensino de ciências foi o de Windschitl et al. (2012), o qual tem fundamentação explícita em uma perspectiva sociocultural de ensino e aprendizagem. Por fim, averiguou-se que os artigos analisados possuem fundamentações no Quadro Teórico proposto pelo Consórcio das Práticas Centrais, o qual inclui representações, decomposições e aproximações da prática. Esta investigação contribui para a busca e melhoria de referenciais teóricos mais rigorosos que fundamentem a formação de professores de ciências, principalmente no que tange à melhoria da prática de ensino.To face the old problem of enactment denounced by Kennedy (1999), the Consortium of Core Practices was created in the US context to define and delimit Core Practices of teaching for pre-service teacher education. Given the range of studies and the lack of mapping in the field of science education, the aim of this study was to map and analyze how the academic-scientific literature has approached and investigated core practices for science teacher education. With this focus, a scoping review was carried out, including papers from 2009, the year of publication of the seminal article by Grossman, Hammerness and McDonald (2009), to 2021. Twenty-two articles were selected from five international databases. The results showed, firstly, that most papers were published in the United States of America and in the journal Teaching and Teacher Education, with a slight increase from 2017 to 2019. It was observed that the institutional context in which core practice is most frequently used is cooperative work between “university and school”, in teacher education programs of 2 years or more, mainly in the subject of “Science Methods Course”. It was also found that a significant proportion of the articles refer to research into pre-service teacher education. The vast majority of the participants in the papers analyzed, whether pre-service teachers or in-service teachers, work in secondary schools with the subject of Biology. In the second block, it was identified that most of the articles conceptualize core practice based on a generic definition and chose to use a specification for science education. Twenty-one core practices were identified for science education, included in three conceptual models and some cited in isolation. Nevertheless, only one conceptual model adheres to a deliberate and grounded teaching and learning vision. Six main strategies used to teach core practice in science teacher education were identified, as well as eight processes selected by teacher trainers to evaluate the use of these core practices, which have certain similarities, especially when it comes to working with feedback. Therefore, this research concluded that the academic-scientific literature in this area is based on generic definitions of core practice and there was a search for a specification to science education. The mostly used paper to define and list these core practices for science education was Windschitl et al. (2012), which is explicitly based on a sociocultural perspective of teaching and learning. Finally, it was found that the articles analyzed are based on a theoretical framework proposed by the Core Practice Consortium, which includes representations, decompositions, and approximations of practice. This research contributes to the search for and improvement of more rigorous theoretical reference that underpin the education of science teachers, specially about improving teaching practice.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bego, Amadeu Moura [UNESP]Pedroso, João Victor Callera2024-01-19T17:30:12Z2024-01-19T17:30:12Z2023-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPEDROSO, J. V. C. Práticas centrais de ensino na formação de professores de Ciências: uma revisão de escopo. 2023. Dissertação (Mestrado em Química) – Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2023.https://hdl.handle.net/11449/252886http://lattes.cnpq.br/38324994332651000000-0002-3353-7504porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-20T06:18:43Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252886Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-20T06:18:43Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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