Investigação sobre a atratividade de hospedeiros infectados com Leishmania (Viannia) braziliensis (Kinetoplastida: Trypanosomatidae) para Nyssomyia neivai (Diptera: Psychodidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Flávia Benini da Rocha
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/152945
Resumo: As leishmanioses são zoonoses causadas por protozoários flagelados do gênero Leishmania, transmitidos por insetos hematófagos denominados flebotomíneos. Dentre as espécies de flebotomíneos, Nyssomyia neivai está entre os principais transmissores do agente etiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no estado de São Paulo, sendo incriminado como vetor da LTA também em outras áreas da América do Sul. Para localização dos hospedeiros e realização do repasto sanguíneo, os insetos hematófagos utilizam compostos voláteis emanados pelos mesmos, denominados cairomônios. Embora existam evidências de que a Leishmania possa influenciar a quantidade de sangue ingerida e a frequência de alimentação sanguínea dos flebotomíneos, aumentando a taxa de transmissão, não se sabe ao certo como o parasita pode afetar o comportamento dos insetos frente a hospedeiros infectados. O objetivo deste estudo foi investigar se camundongos BALB/c não infectados e infectados com Leishmania (Viannia) braziliensis apresentam diferença na atratividade para Ny. neivai, e nos voláteis emitidos; além disso, buscou-se avaliar o volume de sangue ingerido por Ny. neivai nos camundongos infectados e não infectados. Para avaliação de uma possível diferença de atratividade dos flebotomíneos frente a hospedeiros infectados ou não, foram realizados três modelos de teste: (a) preferência alimentar dos flebotomíneos quando colocados dois camundongos na mesma gaiola e com auxílio do corante azul de Evans como marcador para ajudar na identificação da fonte de alimentação de cada flebotomíneo; (b) utilizando os camundongos como fonte de odor em túnel de vento e (c) em tubo em Y. Para os testes realizados em gaiolas, as fêmeas alimentadas foram individualizadas em microtubos, maceradas e homogeneizadas para leitura da absorbância a 540 e 620 nm. Tal leitura permitiu estimar o volume de sangue ingerido por cada fêmea, a partir de curvas analíticas de absorbância versus volume de sangue obtidas previamente após realização de ajustes nas diluições. Não houve diferença entre a ingestão de sangue para os dois grupos. Para os testes realizados em túnel de vento, nenhuma fêmea respondeu ao estímulo e para o tubo em Y houve uma resposta de ativação, porém não houve diferença significativa na atratividade dos flebotomíneos para camundongos infectados e não infectados. Para a identificação dos compostos voláteis presentes nos camundongos infectados e não infectados foi utilizada a técnica de microextração em fase sólida, utilizando-se como amostra 100 mg de pelos retirados da região dorsal de cada animal avaliado. Após padronização para seleção da fibra e tempo de extração, as amostras de pelos foram submetidas a uma temperatura de 90ºC em vials de 20 mL lacrados e a extração foi realizada por 30 minutos com fibra revestida por polidimetilsiloxano/divinilbenzeno. Os compostos voláteis emitidos pelos camundongos infectados e não infectados foram analisados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. A partir dos resultados obtidos não houve diferença entre o perfil cromatográfico qualitativo de compostos voláteis dos dois grupos de animais, sendo identificados 38 dos 65 compostos voláteis presentes, com auxílio de bibliotecas de espectros de massas de compostos (NIST 08, NIST 98v101, Wiley MS 229 e FFNSC 1.3) e comparação dos índices de retenção.
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