Geografia da resistência camponesa: o assentamento Paulo Vinhas frente à monocultura do eucalipto no município de Conceição da Barra (ES)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Edmauro Santana
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/181767
Resumo: Esta pesquisa teve o objetivo de verificar o processo de resistência da Agricultura Camponesa do Assentamento Paulo Vinhas e suas interfaces com a organização social e espacial na ressignificação da territorialidade e da luta pela terra. Os sujeitos pesquisados são os camponeses assentados que residem ali desde a conquista da terra em 1996 e que vivenciam no cotidiano as contradições entre a agricultura campesina e a convivência com a monocultura do eucalipto no entorno do assentamento. Essas contradições, que se evidenciaram ao longo do processo de demarcação dos lotes, da seleção das famílias e do assentamento, referem-se à organização do espaço agrário e suas metamorfoses, em especial ao sistema de moradia nas agrovilas e o trabalho nos lotes demarcados. A pesquisa busca identificar, analisar e descrever o trabalho na agricultura camponesa realizada pelos assentados e, paralelamente, a predominância dos mesmos no trabalho assalariado em fazendas e empresas de celulose da região. Para a realização do trabalho nos apoiamos na pesquisa de campo com o objetivo de registrar a maior diversidade de aspectos da cultura camponesa, levando em conta, sobretudo, a história oral e cultural calcada em histórias de vida e depoimentos. A abordagem teórico-metodológica se deu a partir da utilização de conceitos e noções relativas à história da cultura e ao modo de vida camponês tais como: território, territorialidade, campesinato e agricultura camponesa. Nesta perspectiva, a pesquisa qualitativa dialoga com: a) a trajetória das famílias assentadas; b) os projetos para a permanência na terra, a produção, a educação; c) o processo/sentimento de pertença. O estudo preconiza, também, a relação entre capital agrário/agrícola (monocultura de eucalipto) e agricultura camponesa (representada pelo Assentamento). Entendemos que se trata de uma pesquisa dialético/pertinente uma vez que vêm contribuir com a “leitura geográfica dos movimentos camponeses” e leva em conta não só a viabilização do assentamento, mas também a sobrevivência da agricultura camponesa. Então podemos dizer que na cena do Assentamento Paulo Vinhas, o território não poderia ser nada mais que o produto dos sujeitos sociais, que criam/recriam modos de vida, cultura e pertencimento resultantes de um diálogo entre os sonhos, os projetos iniciais e a realidade vivenciada cotidianamente.
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spelling Geografia da resistência camponesa: o assentamento Paulo Vinhas frente à monocultura do eucalipto no município de Conceição da Barra (ES)Geography of the peasant resistance: the Paulo Vinhas settlement in front of the eucalyptus monoculture in the municipality of Conceição da Barra (ES)Geografía de la resistencia campesina: el asentamiento Paulo Vinhas frente al monocultivo del eucalipto en el municipio de Conceição da Barra (ES)AssentamentosMovimentos SociaisTerritorialidadesAgricultura CamponesaResistênciaTerritorialidadSettlementSocial MovementsTerritorialitiesPeasant AgricultureResistanceAsentamientosMovimientos SocialesAgricultura campesinaResistenciaEsta pesquisa teve o objetivo de verificar o processo de resistência da Agricultura Camponesa do Assentamento Paulo Vinhas e suas interfaces com a organização social e espacial na ressignificação da territorialidade e da luta pela terra. Os sujeitos pesquisados são os camponeses assentados que residem ali desde a conquista da terra em 1996 e que vivenciam no cotidiano as contradições entre a agricultura campesina e a convivência com a monocultura do eucalipto no entorno do assentamento. Essas contradições, que se evidenciaram ao longo do processo de demarcação dos lotes, da seleção das famílias e do assentamento, referem-se à organização do espaço agrário e suas metamorfoses, em especial ao sistema de moradia nas agrovilas e o trabalho nos lotes demarcados. A pesquisa busca identificar, analisar e descrever o trabalho na agricultura camponesa realizada pelos assentados e, paralelamente, a predominância dos mesmos no trabalho assalariado em fazendas e empresas de celulose da região. Para a realização do trabalho nos apoiamos na pesquisa de campo com o objetivo de registrar a maior diversidade de aspectos da cultura camponesa, levando em conta, sobretudo, a história oral e cultural calcada em histórias de vida e depoimentos. A abordagem teórico-metodológica se deu a partir da utilização de conceitos e noções relativas à história da cultura e ao modo de vida camponês tais como: território, territorialidade, campesinato e agricultura camponesa. Nesta perspectiva, a pesquisa qualitativa dialoga com: a) a trajetória das famílias assentadas; b) os projetos para a permanência na terra, a produção, a educação; c) o processo/sentimento de pertença. O estudo preconiza, também, a relação entre capital agrário/agrícola (monocultura de eucalipto) e agricultura camponesa (representada pelo Assentamento). Entendemos que se trata de uma pesquisa dialético/pertinente uma vez que vêm contribuir com a “leitura geográfica dos movimentos camponeses” e leva em conta não só a viabilização do assentamento, mas também a sobrevivência da agricultura camponesa. Então podemos dizer que na cena do Assentamento Paulo Vinhas, o território não poderia ser nada mais que o produto dos sujeitos sociais, que criam/recriam modos de vida, cultura e pertencimento resultantes de um diálogo entre os sonhos, os projetos iniciais e a realidade vivenciada cotidianamente.This research aims to verify the resistance process of the Peasant Agriculture of the Paulo Vinhas Settlement and its interfaces with the social and spatial organization in the re- signification of territoriality and the struggle for land. The subjects studied are settled peasants who have lived there since the conquest of the land in 1996 and who experience in daily life the contradictions between peasant agriculture and the coexistence with the eucalyptus monoculture surrounding the settlement. These contradictions, evidenced throughout the process of demarcation of the lots, of the selection of families and settlement, refer to the organization of the agrarian space and its metamorphoses, especially to the housing system in Agrovilas and work in the demarcated lots. The research seeks to identify, analyze and describe the work in peasant agriculture carried out by the settlers and, in parallel, the predominance of the same in salaried work in farms and pulp companies in the region. In order to carry out this work, we rely on field research to record the greatest diversity of aspects of peasant culture, taking into account, above all, oral and cultural history, based on life histories and testimonials. The theoretical-methodological approach was based on the use of concepts and notions related to the history of the culture and the way of life of peasants such as: territory, territoriality, peasantry and peasant agriculture. In this perspective, the qualitative research dialogues with: a) the trajectory of settled families; b) projects for permanence on land, production, education; c) the process/feeling of belonging. The study also recommends the relationship between agrarian / agricultural capital (represented by eucalyptus) and peasant agriculture (represented by the Settlement). We understand that this is a dialectic / pertinent research since they contribute to the "geographical reading of the peasant movements", and takes into account not only the viability of settlement, but also the survival of peasant agriculture. So we can say that in the scene of the Paulo Vinhas Settlement, territory could be nothing more than the product of social actors, who create / recreate ways of life, culture and belonging resulting from a dialogue between dreams, Initial projects and the daily reality.Esta investigación verificó el proceso de resistencia de la Agricultura Campesina del Asentamiento Paulo Vinhas y sus interfaces con la organización social y espacial en la resignificación de la territorialidad y de la lucha por la tierra. Los sujetos investigados son los campesinos asentados que residen allí desde la conquista de la tierra en 1996 y que vivencian en el cotidiano las contradicciones entre la agricultura campesina y la convivencia con la monocultura del eucalipto en el entorno del asentamiento. Estas contradicciones, que se evidenciaron a lo largo del proceso de demarcación de los lotes, de la selección de las familias y del asentamiento, se refieren a la organización del espacio agrario y sus metamorfosis, en especial al sistema de vivienda en las agrovilas y el trabajo en los lotes demarcados. La investigación busca identificar, analizar y describir el trabajo en la agricultura campesina realizada por los asentados y, paralelamente, la predominancia de los mismos en el trabajo asalariado en haciendas y empresas de celulosa de la región. Para la realización del trabajo nos apoyamos en la investigación de campo con el objetivo de registrar la mayor diversidad de aspectos de la cultura campesina, teniendo en cuenta, sobre todo, la historia oral y cultural calcada en historias de vida y testimonios. El enfoque teórico metodológico se dio a partir de la utilización de conceptos y nociones relativas a la historia de la cultura y al modo de vida campesinos tales como: territorio, territorialidad, campesinado y agricultura campesina. En esta perspectiva, la investigación cualitativa dialoga con: a) la trayectoria de las familias asentadas; b) los proyectos para la permanencia en la tierra, la producción, la educación; c) el proceso / sentimiento de pertenencia. El estudio preconiza, también, la relación entre capital agrario / agrícola (monocultivo de eucalipto) y agricultura campesina (representada por el Asentamiento). Entendemos que se trata de una investigación dialéctica / pertinente una vez que vienen a contribuir con la "lectura geográfica de los movimientos campesinos" y tiene en cuenta no sólo la viabilidad del asentamiento, sino también la supervivencia de la agricultura campesina. En la escena del Asentamiento Pablo Vinhas, el territorio no podría ser nada más que el producto de los sujetos sociales, que crean / recrean modos de vida, cultura y pertenencia resultantes de un diálogo entre los sueños, los proyectos iniciales y la realidad vivenciada cotidianamente.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Simonetti, Mirian Claudia Lourenção [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pereira, Edmauro Santana2019-04-25T13:41:21Z2019-04-25T13:41:21Z2017-07-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/181767Pereira, Edmauro Santana33004013068P63591466802856296porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-10T06:25:45Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181767Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T22:37:04.867434Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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