A síntese monista e dialética em Marxismo e filosofia da linguagem: dupla negação ao idealismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ortega, Fábio Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/217786
Resumo: A mais recente edição de Marxismo e Filosofia da Linguagem no Brasil reconheceu a autoria de Valentin Nikoláievitch Volóchinov. Foi publicada em 2017 e o trabalho de tradução fora realizado por Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo diretamente da edição original em russo, como resultado, possibilitou aos leitores brasileiros a compreenderem a singularidade deste autor diante do seu ocultamento como membro do Círculo de Bakhtin. Nas últimas duas décadas, no cenário internacional, percebe-se um volume significativo de produção científica acerca da investigação do contexto de produção deste livro e sua recepção no ocidente. Desse modo, está posto em debate inúmeras problemáticas cristalizadas entre os adeptos das ideias do suposto Círculo na recepção destas ideias, tais como: problemas de autoria, de traduções de categorias e conceitos, da sua biografia e, dentre eles, o da de filiação teórica de Valentin Volóchinov aos princípios do que ele denomina como o subjetivismo individualista do final do século XIX e início do XX, mais especificamente, do alinhamento deste autor com as ideias de Wilhelm von Humboldt e Karl Vossler. Esta tese teve como objetivo inicial a investigacão desta última hipótese, por conseguinte, a análise dos fundamentos filosóficos dessa corrente do pensamento linguístico, desde o racionalismo e o empirismo do século XVII ao romantismo e idealismo alemão nos séculos XVIII e início do século XIX, que fundamentaram, nesse período, os autores do subjetivismo individualista, porém, eles mostraram-se inadequados para se compreender as fontes teóricas e metodológicas da filosofia da linguagem de Valentin Volóchinov. Abandono esta hipótese porque ao realizar a negação do idealismo em Volóchinov (2017) as presenças de Plekhanov (1963; 1976; 1978) e Bukharin (1970) despontam-se como fundantes do seu pensamento, consequentemente, a influência destes autores tornara-se o objetivo desta pesquisa para se compreender a negação ao idealismo e os fundamentos do monismo dialético de Volóchinov (2017). Trata-se, portanto, da reconstituição das fontes bibliográfica do autor, com a finalidade de penetrar em novas camadas de entendimento desta obra, valendo-se do método monista e dialético de Volóchinov (2017) e de Medviédev (2012) acerca das criações metodológicas, opondo-se à metodologia comparada. O percurso investigativo foi determinado pelo meu objeto, desta maneira, não foi através de uma aplicação metodológica que as possibilidades de análise se apresentaram, mas mediante aos vestígios deixados pelo objeto ao longo da coleta de dados com a confrontação teórica de hipóteses com Grillo (2017), Brandist (2012), Faraco (2009) e Sériot (2015). Logo, esta investigação confrontou a hipótese de que Volóchinov (2017) teria sociologizado as categorias dessa corrente de pensamento, expressa pelos comentadores deste livro, citados acima. Os resultados desta tese mostram o equívoco em rastrear os fundamentos de Volóchinov (2017) no confronto teórico, apresentando pelos comentadores como síntese dialética entre o subjetivismo individualista e o objetivismo abstrato. Portanto, o exame do conjunto da obra do autor sinaliza a centralidade do monismo dialético, da psicologia social e da ideologia de Plekhanov (1963; 1976; 1978) e Bukharin (1970) como conceitos-chaves para compreender o caráter monista e dialético de Valentin Volóchinov.
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Nas últimas duas décadas, no cenário internacional, percebe-se um volume significativo de produção científica acerca da investigação do contexto de produção deste livro e sua recepção no ocidente. Desse modo, está posto em debate inúmeras problemáticas cristalizadas entre os adeptos das ideias do suposto Círculo na recepção destas ideias, tais como: problemas de autoria, de traduções de categorias e conceitos, da sua biografia e, dentre eles, o da de filiação teórica de Valentin Volóchinov aos princípios do que ele denomina como o subjetivismo individualista do final do século XIX e início do XX, mais especificamente, do alinhamento deste autor com as ideias de Wilhelm von Humboldt e Karl Vossler. Esta tese teve como objetivo inicial a investigacão desta última hipótese, por conseguinte, a análise dos fundamentos filosóficos dessa corrente do pensamento linguístico, desde o racionalismo e o empirismo do século XVII ao romantismo e idealismo alemão nos séculos XVIII e início do século XIX, que fundamentaram, nesse período, os autores do subjetivismo individualista, porém, eles mostraram-se inadequados para se compreender as fontes teóricas e metodológicas da filosofia da linguagem de Valentin Volóchinov. Abandono esta hipótese porque ao realizar a negação do idealismo em Volóchinov (2017) as presenças de Plekhanov (1963; 1976; 1978) e Bukharin (1970) despontam-se como fundantes do seu pensamento, consequentemente, a influência destes autores tornara-se o objetivo desta pesquisa para se compreender a negação ao idealismo e os fundamentos do monismo dialético de Volóchinov (2017). Trata-se, portanto, da reconstituição das fontes bibliográfica do autor, com a finalidade de penetrar em novas camadas de entendimento desta obra, valendo-se do método monista e dialético de Volóchinov (2017) e de Medviédev (2012) acerca das criações metodológicas, opondo-se à metodologia comparada. O percurso investigativo foi determinado pelo meu objeto, desta maneira, não foi através de uma aplicação metodológica que as possibilidades de análise se apresentaram, mas mediante aos vestígios deixados pelo objeto ao longo da coleta de dados com a confrontação teórica de hipóteses com Grillo (2017), Brandist (2012), Faraco (2009) e Sériot (2015). Logo, esta investigação confrontou a hipótese de que Volóchinov (2017) teria sociologizado as categorias dessa corrente de pensamento, expressa pelos comentadores deste livro, citados acima. Os resultados desta tese mostram o equívoco em rastrear os fundamentos de Volóchinov (2017) no confronto teórico, apresentando pelos comentadores como síntese dialética entre o subjetivismo individualista e o objetivismo abstrato. Portanto, o exame do conjunto da obra do autor sinaliza a centralidade do monismo dialético, da psicologia social e da ideologia de Plekhanov (1963; 1976; 1978) e Bukharin (1970) como conceitos-chaves para compreender o caráter monista e dialético de Valentin Volóchinov.The most recent edition of Marxism and Philosophy of Language in Brazil acknowledged the authorship of Valentin Nikolaievitch Voloshinov. It was published in 2017 and the translation work was carried out by Sheila Grillo and Ekaterina Vólkova Américo directly from the original Russian edition, as a result, it enabled Brazilian readers to understand the uniqueness of this author in the face of his concealment as a member of the Bakhtin Circle. In the last two decades, on the international scene, there has been a significant volume of scientific production on the investigation of the context of production of this book and its reception in the West. In this way, numerous issues crystallized among the supporters of the ideas of the supposed Circle in the reception of these ideas, such as problems of authorship, of translations of categories and concepts, of his biography and, among them, of the theoretical affiliation of Valentin Voloshinov to the principles of what he calls the individualistic subjectivism of the late 19th and early 20th centuries, more specifically, this author's alignment with the ideas of Wilhelm von Humboldt and Karl Vossler. This thesis had as its initial objective the investigation of this last hypothesis, therefore, the analysis of the philosophical foundations of this current of linguistic thought, from rationalism and empiricism of the 17th century to German romanticism and idealism in the 18th and early 19th centuries, which the authors of individualist subjectivism were the basis in this period, however, they proved to be inadequate to understand the theoretical and methodological sources of Valentin Voloshinov's philosophy of language. I abandon this hypothesis because, when performing the denial of idealism in Voloshinov (2017), the presences of Plekhanov (1963; 1976; 1978) and Bukharin (1970) emerge as founders of his thought, consequently, the influence of these authors became the objective of this research to understand the denial of idealism and the foundations of Voloshinov's dialectical monism (2017). It is, therefore, the reconstitution of the author's bibliographic sources, in order to penetrate new layers of understanding of this work, using the monistic and dialectical method of Voloshinov (2017) and Medvedev (2012) about the methodological creations, opposing the comparative methodology. The investigative path was determined by my object, in this way, it was not through a methodological application that the possibilities of analysis were presented, but through the traces left by the object throughout the data collection with the theoretical confrontation of hypotheses with Grillo (2017). ), Brandist (2012), Faraco (2009) and Sériot (2015). Therefore, this investigation confronted the hypothesis that Voloshinov (2017) would have sociologized the categories of this current of thought, expressed by the commentators of this book mentioned above. The results of this thesis show the mistake in tracking Voloshinov's (2017) foundations in the theoretical confrontation, presented by commentators as a dialectical synthesis between individualist subjectivism and abstract objectivism. Therefore, an examination of the author's work highlights the centrality of dialectical monism, social psychology and the ideology of Plekhanov (1963; 1976; 1978) and Bukharin (1970) as key concepts to understand Valentin Voloshinov's monistic and dialectical character.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Arena, Dagoberto Buim [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ortega, Fábio Silva2022-04-12T12:58:32Z2022-04-12T12:58:32Z2022-02-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfORTEGA, Fábio Silva. A síntese monista e dialética em Marxismo e filosofia da linguagem: dupla negação ao idealismo. 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