Educação popular: uma experiência em construção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rossi, Ana Paula [UNESP]
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://www.unesp.br/proex/programas/pcct_3congresso.php
http://hdl.handle.net/11449/143563
Resumo: Explanarei sobre o Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) desenvolvido na cidade de Gavião Peixoto, estado de São Paulo, com o financiamento da EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica), tendo a UNESP como mediadora. A prefeitura municipal da cidade promove desde 2004 um programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que atende uma média de cem alunos em cinco salas, contando com professoras concursadas. Iniciamos em março deste ano desenvolvendo atividades nas salas de EJA com as professoras, identificando a temática geradora, para conhecer a população e ampliar o trabalho com o restante dos munícipes. O PEJA tem como fundamento aliar ensino e pesquisa e pretende através do estudo das práticas de educação popular da década de 60 que utilizaram o método Paulo Freire, levantar e reconhecer as práticas culturais relativas a população do município contribuindo para a ampliação do universo cultural desta comunidade e para a construção de sujeitos transformadores da realidade. Observamos que precisávamos auxiliá-los para que tivessem contato com a cultura dita erudita e redescobrissem a cultura popular de maneira autônoma para que ao final do projeto se tornassem agentes, independentes de nossa presença. As aulas são construídas cotidianamente, partindo das indagações dos educandos desenvolvemos aulas sobre direitos humanos, cultura e trabalho, gênero, relações de trabalho, temática indígena, discriminação étnica e racial, poesia, conceitos geográficos, a problemática da terra e propaganda. Cada tema é discutido e apresentado através de filmes, imagens, música, atividades lúdicas, cartazes e confecção de maquete. Com as aulas estamos descobrindo quem são como trabalham e suas relações familiares. A maioria é migrante paranaense que se mudou para o município em busca de trabalho nas fazendas de cana-de-açúcar e laranja. Realizamos na praça da cidade um sarau de poesias, com exposição dos trabalhos realizados por eles, contando com a participação dos educandos do cursinho popular (CUCA), as pessoas participaram e declamaram poesias. Nunca houve atividade como esta na cidade, passaram pela praça cerca de cem pessoas que transitavam conhecendo o que era um sarau. Após quatro meses, observamos uma melhora significativa, estão mais críticos e tiveram avanços no desempenho escolar. Para Freire uma compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra (FREIRE,1982.11).
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