Comportamento hemodinâmico e metabólico do choque hemorrágico: estudo experimental no cão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meletti, José Fernando Amaral [UNESP]
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Módolo, Norma Sueli Pinheiro [UNESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942003000500009
http://hdl.handle.net/11449/10982
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Diversos modelos experimentais têm sido utilizados para ilustrar as alterações hemodinâmicas e metabólicas que ocorrem durante o choque hemorrágico. O objetivo da pesquisa é o de observar os comportamentos hemodinâmicos e metabólicos que acontecem em um modelo seqüencial e progressivo de choque hemorrágico no cão, verificando quais índices alteram-se mais precocemente. MÉTODO: O estudo foi realizado em 13 cães sob anestesia venosa total com pentobarbital sódico, em normoventilação e previamente esplenectomizados. Os animais não foram hidratados e a velocidade do sangramento foi ditada pela pressão arterial em que o animal se encontrava. Os atributos estudados foram divididos em hemodinâmicos (freqüência cardíaca - FC, pressão arterial média - PAM, índice de resistência vascular sistêmica - IRVS, índice sistólico - IS, índice cardíaco - IC, índice de choque - I.choque, índice de trabalho sistólico do ventrículo esquerdo - ITSVE, pressão capilar pulmonar - PCP, pressão venosa central - PVC) e metabólicos (saturação venosa mista - SvO2, pressão venosa de oxigênio - PvO2, transporte de oxigênio - DO2, consumo de oxigênio - VO2, extração de oxigênio - TEO2, lactato sérico). A coleta de dados e os atributos foram estudados em 6 momentos distintos, sendo M1, o momento controle e os outros momentos correspondentes a decréscimos gradativos de 10% da volemia calculada para cada animal. RESULTADOS: A hemorragia determinou diminuição significativa da FC somente em M6; queda da PAM, IC, IS e ITSVE a cada momento estudado; discreta alteração da PVC e PCP em cada momento; diminuição da PvO2 e da SvO2 nos momentos estudados; redução do DO2, estabilização do VO2 e elevação da TEO2 nos momentos; o índice de choque apresentou elevação até M3, diminuição em M4 e nova elevação até M6; o IRVS elevou-se até M6, ficou inalterado em M5 e apresentou diminuição significativa em M6; o lactato apresentou elevações a partir de M5 e M6. CONCLUSÕES: Considerou-se que a pressão arterial média, freqüência cardíaca, pressão venosa central e pressão capilar pulmonar não refletem o real estado volêmico dos cães no nosso modelo experimental e que o transporte, consumo e a taxa de extração de oxigênio são parâmetros úteis na determinação da reversibilidade e prognóstico do choque hemorrágico.
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Os atributos estudados foram divididos em hemodinâmicos (freqüência cardíaca - FC, pressão arterial média - PAM, índice de resistência vascular sistêmica - IRVS, índice sistólico - IS, índice cardíaco - IC, índice de choque - I.choque, índice de trabalho sistólico do ventrículo esquerdo - ITSVE, pressão capilar pulmonar - PCP, pressão venosa central - PVC) e metabólicos (saturação venosa mista - SvO2, pressão venosa de oxigênio - PvO2, transporte de oxigênio - DO2, consumo de oxigênio - VO2, extração de oxigênio - TEO2, lactato sérico). A coleta de dados e os atributos foram estudados em 6 momentos distintos, sendo M1, o momento controle e os outros momentos correspondentes a decréscimos gradativos de 10% da volemia calculada para cada animal. RESULTADOS: A hemorragia determinou diminuição significativa da FC somente em M6; queda da PAM, IC, IS e ITSVE a cada momento estudado; discreta alteração da PVC e PCP em cada momento; diminuição da PvO2 e da SvO2 nos momentos estudados; redução do DO2, estabilização do VO2 e elevação da TEO2 nos momentos; o índice de choque apresentou elevação até M3, diminuição em M4 e nova elevação até M6; o IRVS elevou-se até M6, ficou inalterado em M5 e apresentou diminuição significativa em M6; o lactato apresentou elevações a partir de M5 e M6. CONCLUSÕES: Considerou-se que a pressão arterial média, freqüência cardíaca, pressão venosa central e pressão capilar pulmonar não refletem o real estado volêmico dos cães no nosso modelo experimental e que o transporte, consumo e a taxa de extração de oxigênio são parâmetros úteis na determinação da reversibilidade e prognóstico do choque hemorrágico.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Diversos modelos experimentales han sido utilizados para ilustrar las alteraciones hemodinámicas y metabólicas que ocurren durante el choque hemorrágico. El objetivo de la pesquisa es el de observar los comportamientos hemodinámicos y metabólicos que suceden en un modelo de sucesión y progresivo de choque hemorrágico en el can, confirmando cuales son los índices que se alteran más precozmente. MÉTODO: El estudio fue realizado en 13 canes bajo anestesia venosa total con pentobarbital sódico, en normoventilación y previamente esplenectomizados. Los animales no fueron hidratados y la velocidad del sangramiento fue dictada por la presión arterial en que el animal se encontraba. Los atributos estudiados fueron divididos en hemodinámicos (frecuencia cardíaca - FC, presión arterial media - PAM, índice de resistencia vascular sistémica - IRVS, índice sistólico - IS, índice cardíaco - IC, índice de choque - I.choque, índice de trabajo sistólico del ventrículo izquierdo - ITSVE, presión capilar pulmonar - PCP, presión venosa central - PVC) y metabólicos (saturación venosa mista - SvO2, presión venosa de oxígeno - PvO2, transporte de oxígeno - DO2, consumo de oxígeno - VO2, extracción de oxígeno - TEO2, lactato sérico). La colecta de datos y los atributos fueron estudiados en 6 momentos distintos, siendo M, el momento control y los otros momentos correspondientes a decrécimos gradativos de 10% de la volemia calculada para cada animal. RESULTADOS: La hemorragia determinó diminución significativa de la FC solamente en M6; caída de la PAM, IC, IS y ITSVE a cada momento estudiado; discreta alteración de la PVC y PCP en cada momento; diminución de la PvO2 y de la SvO2 en los momentos estudiados; reducción del DO2, estabilización del VO2 y elevación de la TEO2 en los momentos; el I. choque presentó elevación hasta M3, caída en M4 y nueva elevación hasta M6; el IRVS se elevó hasta M4, quedó inalterado en M5 y presentó caída significativa en M6; el lactato presentó elevaciones a partir de M5 y M6. CONCLUSIONES: Se consideró que la presión arterial media, frecuencia cardíaca, presión venosa central y presión capilar pulmonar no reflejan el real estado volemico de los canes en nuestro modelo experimental y que el transporte, consumo y la tasa de extracción de oxígeno son parámetros útiles en la determinación de la reversibilidad y pronóstico del choque hemorrágico.BACKGROUND and OBJECTIVES: Different experimental models have been used to illustrate hemodynamic and metabolic changes during hemorrhagic shock. This study aimed at observing hemodynamic and metabolic behaviors during a sequential and progressive model of hemorrhagic shock in dogs to determine which indices are earlier changed. METHODS: The study involved 13 dogs under total intravenous anesthesia with sodium pentobarbital, standard ventilation and previously splenectomized. Animals were not hydrated and bleeding velocity was dictated by animals blood pressure. Evaluated parameters were: hemodynamic (heart rate - HR, mean blood pressure - MBP, systemic vascular resistance index - SVRI, stroke index - SI, cardiac index - CI, shock index - i.Shock, left ventricular stroke work index - LVSWI, pulmonary capillary pressure - PCP, central venous pressure - CVP); and metabolic (mixed venous saturation - SvO2, venous oxygen pressure - PvO2, oxygen transport - O2T, oxygen consumption - VO2, oxygen extraction - TEO2, serum lactate). Results and parameters were evaluated in 6 different moments: M1 - control, and the other moments corresponding to gradual 10% decrease in calculated volume for each animal. RESULTS: Hemorrhage has determined significant heart rate decrease in M6 only; MBP, CI, i.Shock, LVSWI decrease in all studied moments; mild CVP and PCP change in all moments; PVO2 and SVO2 decrease in all moments; O2T decrease, VO2 stabilization and TEO2 increase in all moments; shock index was increased from M1 to M3, was decreased in M4 and again increased until M6; SVRI was increased from M1 to M4, remained unchanged in M5 and has significantly decreased in M6; lactate has increased as from M5 and M6. CONCLUSIONS: Mean blood pressure, heart rate, central venous pressure and pulmonary capillary pressure have not reflected real volume status of dogs in our experimental model, oxygen transport, consumption and extraction rate are useful parameters to determine hemorrhagic shock reversibility and prognosis.Faculdade de Medicina de JundiaíUNESP Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de AnestesiologiaUNESP Faculdade de Medicina de BotucatuUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de AnestesiologiaSociedade Brasileira de AnestesiologiaFaculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Meletti, José Fernando Amaral [UNESP]Módolo, Norma Sueli Pinheiro [UNESP]2014-05-20T13:32:11Z2014-05-20T13:32:11Z2003-09-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article623-632application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942003000500009Revista Brasileira de Anestesiologia. 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