Habitando o patrimônio arquitetônico: os curadores da Vila de Paranapiacaba, Santo André, SP
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/151092 |
Resumo: | A pesquisa em tela trata da paisagem da Vila de Paranapiacaba, que está localizada a aproximadamente 50 km da capital paulista, no Município de Santo André, São Paulo. Paranapiacaba é considerada patrimônio ambiental, histórico, tecnológico e arquitetônico, tendo sua origem ligada à instalação do sistema funicular inglês na região, em meados do século XIX. Trata-se de um conjunto arquitetônico tombado nas instâncias municipal, estadual e federal e indicado para pertencer ao Patrimônio Mundial pela UNESCO. Todas essas características fazem com que a experiência de seu habitar seja peculiar, sobretudo no que concerne às particularidades do tombamento, dos bens imóveis (a casa, o conjunto) e móveis (artefatos), pelos órgãos de proteção que visam à preservação e manutenção do patrimônio cultural. Por essa razão, o trabalho em tela tem como objetivo apresentar a experiência vivida dos moradores junto à paisagem. Acreditamos que a natureza intrínseca do habitar complica-se, ainda mais, quando a casa é “tombada”. Como, então, o fenômeno da paisagem se apresenta nessa circunstância? Esse fenômeno, que amalgama a expressão do patrimônio habitado, eleva exponencialmente a experiência vivida na casa. As ações foram realizadas em colaboração com os moradores, poder público e órgãos de proteção ao patrimônio cultural. Por tratar-se de um complexo sítio histórico, arquitetônico e tecnológico, de contexto ferroviário, com poucas intervenções de trabalhos arqueológicos, muitos dos vestígios materiais estão de posse dos moradores, que realizam, eles próprios, a curadoria de seus achados. Esses objetos jazem espalhados pela vila, seja nos quintais das casas, nos “lixões”, nas ruas e em outras dependências e/ou instalações da SPR (São Paulo Railway). Com o tempo, os moradores passaram a guardar esses objetos em suas casas, incorporando-os ao seu mobiliário doméstico. Sabendo das implicâncias implícitas em tal fenômeno, articulamos os diversos sujeitos sociais envolvidos, procurando, de forma dialógica e transversal, realizar atuações no âmbito da educação patrimonial. As reflexões aqui levantadas dizem respeito aos processos relacionados às ressignificações dos artefatos arqueológicos. Tomamos tal situação como contextual, cuja prática é uma forma de fortalecer identidades, por meio de novas narrativas, que se canalizam na cultura material. |
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Habitando o patrimônio arquitetônico: os curadores da Vila de Paranapiacaba, Santo André, SPDwelling the architectural heritage: the curators of the Vila de Paranapiacaba, Santo André, SPParanapiacabaPaisagemHabitarGeografia humanistaLandscapeDwellingHumanist geographyA pesquisa em tela trata da paisagem da Vila de Paranapiacaba, que está localizada a aproximadamente 50 km da capital paulista, no Município de Santo André, São Paulo. Paranapiacaba é considerada patrimônio ambiental, histórico, tecnológico e arquitetônico, tendo sua origem ligada à instalação do sistema funicular inglês na região, em meados do século XIX. Trata-se de um conjunto arquitetônico tombado nas instâncias municipal, estadual e federal e indicado para pertencer ao Patrimônio Mundial pela UNESCO. Todas essas características fazem com que a experiência de seu habitar seja peculiar, sobretudo no que concerne às particularidades do tombamento, dos bens imóveis (a casa, o conjunto) e móveis (artefatos), pelos órgãos de proteção que visam à preservação e manutenção do patrimônio cultural. Por essa razão, o trabalho em tela tem como objetivo apresentar a experiência vivida dos moradores junto à paisagem. Acreditamos que a natureza intrínseca do habitar complica-se, ainda mais, quando a casa é “tombada”. Como, então, o fenômeno da paisagem se apresenta nessa circunstância? Esse fenômeno, que amalgama a expressão do patrimônio habitado, eleva exponencialmente a experiência vivida na casa. As ações foram realizadas em colaboração com os moradores, poder público e órgãos de proteção ao patrimônio cultural. Por tratar-se de um complexo sítio histórico, arquitetônico e tecnológico, de contexto ferroviário, com poucas intervenções de trabalhos arqueológicos, muitos dos vestígios materiais estão de posse dos moradores, que realizam, eles próprios, a curadoria de seus achados. Esses objetos jazem espalhados pela vila, seja nos quintais das casas, nos “lixões”, nas ruas e em outras dependências e/ou instalações da SPR (São Paulo Railway). Com o tempo, os moradores passaram a guardar esses objetos em suas casas, incorporando-os ao seu mobiliário doméstico. Sabendo das implicâncias implícitas em tal fenômeno, articulamos os diversos sujeitos sociais envolvidos, procurando, de forma dialógica e transversal, realizar atuações no âmbito da educação patrimonial. As reflexões aqui levantadas dizem respeito aos processos relacionados às ressignificações dos artefatos arqueológicos. Tomamos tal situação como contextual, cuja prática é uma forma de fortalecer identidades, por meio de novas narrativas, que se canalizam na cultura material.This work deals with the landscape of the village of Paranapiacaba, which is located approximately 50 km from the city of São Paulo, in the city of Santo André, São Paulo. Paranapiacaba is considered an environmental, historical, technological and architectural patrimony, having its origin linked to the installation of the English funicular system in the region, in the middle of the 19th century. It is an architectural complex registered in the municipal, state and federal instances and indicated to be listed as one of the UNESCO Cultural World Heritage sites. All these characteristics make the experience of its dwelling peculiar, especially concerning the particularities of its heritage listing, its real estate (the house, the set) and its movable property (artifacts), by the protective organs that aim at the preservation and maintenance of the cultural heritage. For this reason, this work aims to present the experience lived by the residents along with the landscape. We believe that the intrinsic nature of dwelling becomes even more complicated when the house is a "heritage listed place." How, then, does the phenomenon of landscape present itself in this circumstance? This phenomenon, which amalgamates the expression of the inhabited patrimony, exponentially increases the experience lived in the house. The actions were carried out in collaboration with residents, public authorities and organs of protection of cultural heritage. As it is a complex historical, architectural and technological site, with a railway context, with few interventions of archaeological works, many of the material remains are in the possession of the residents, who curate their findings by themselves. These objects lie scattered throughout the village, either in the backyards of houses, in the garbage dumps, on the streets and in other facilities of the SPR (São Paulo Railway). Over time, residents began to store these objects in their homes, incorporating them into their home furnishings. Knowing the implications implicit in this phenomenon, we articulated the various social subjects involved, seeking, in a dialogical and transversal way, to perform actions in the area of heritage education. The reflections raised here refer to the processes related to the re-significances of the archaeological artifacts. We take this situation as contextual, whose practice is a way of strengthening identities, through new narratives, which are channeled into the material culture.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 131828/2014-2Universidade Estadual Paulista (Unesp)Faccio, Neide Barrocá [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Passos, Thiago de Moraes dos [UNESP]2017-07-14T16:24:36Z2017-07-14T16:24:36Z2016-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15109200088906333004129042P37557408900241806porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-20T13:35:32Zoai:repositorio.unesp.br:11449/151092Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:10:04.716923Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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