Expressões Quilombolas: a arte na afirmação da identidade e da memória quilombola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Néspoli, Daniella de Souza Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/204357
Resumo: A memória e a identidade são categorias fundamentais para afirmação da existência humana e da vida social e coletiva, compreendidas como importantes para a preservação de sociedades e de grupos étnicos. Sendo assim, refletir sobre a identidade de comunidades quilombolas no Brasil na contemporaneidade é também um processo de reflexão sobre o passado e o processo histórico de formação e permanência dos povos quilombolas na sociedade brasileira. O acesso à terra e a permanência dessas comunidades nos territórios em que vivem, estão constantemente ameaçados por um processo de modernização e exploração do campo. A história também é um espaço de disputas. Em uma sociedade que tentou silenciar e apagar o protagonismo desses grupos étnicos, é fundamental um olhar crítico que desmistifique e elabore uma nova forma de releitura sobre essas realidades. A arte surge então como um arcabouço teórico e metodológico da construção desse estudo, em que a expressão artística é compreendida como recurso e método importantes dessa pesquisa em um processo de memorização da história de vida dos antepassados quilombolas e afirmação dessa identidade negra, aproximação com a realidade de vida cotidiana dos novos quilombos, que desenvolvem práticas artísticas a partir de uma organização sustentável dos espaços e territórios em que vivem. Em uma conexão próxima e harmoniosa com o ambiente natural em que estão estabelecidos, o respeito pela diversidade faz parte do processo de interação desses grupos com esses ambientes, presentes em várias regiões do Brasil, desde o sertão nordestino, as florestas tropicais no norte e no sudeste, montanhas mineiras, cerrados, cordilheiras e litorais; através desses modos de vida, os quilombolas garantem o sustento de suas comunidades cultivando a terra, desenvolvendo o turismo local e produzindo seus artesanatos, e suas diversas manifestações culturais; ao mesmo tempo que trazem a unidade na tradição histórica da luta quilombola, em que a permanência nesses territórios é a possibilidade da liberdade e da existência- sobrevivência à dominação estrutural e racista, ainda fortemente presentes na sociedade capitalista.
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Em uma sociedade que tentou silenciar e apagar o protagonismo desses grupos étnicos, é fundamental um olhar crítico que desmistifique e elabore uma nova forma de releitura sobre essas realidades. A arte surge então como um arcabouço teórico e metodológico da construção desse estudo, em que a expressão artística é compreendida como recurso e método importantes dessa pesquisa em um processo de memorização da história de vida dos antepassados quilombolas e afirmação dessa identidade negra, aproximação com a realidade de vida cotidiana dos novos quilombos, que desenvolvem práticas artísticas a partir de uma organização sustentável dos espaços e territórios em que vivem. Em uma conexão próxima e harmoniosa com o ambiente natural em que estão estabelecidos, o respeito pela diversidade faz parte do processo de interação desses grupos com esses ambientes, presentes em várias regiões do Brasil, desde o sertão nordestino, as florestas tropicais no norte e no sudeste, montanhas mineiras, cerrados, cordilheiras e litorais; através desses modos de vida, os quilombolas garantem o sustento de suas comunidades cultivando a terra, desenvolvendo o turismo local e produzindo seus artesanatos, e suas diversas manifestações culturais; ao mesmo tempo que trazem a unidade na tradição histórica da luta quilombola, em que a permanência nesses territórios é a possibilidade da liberdade e da existência- sobrevivência à dominação estrutural e racista, ainda fortemente presentes na sociedade capitalista.Memory and identity are fundamental categories for the affirmation of human existence and social and collective life, understood as important for the preservation of societies and ethnic groups. Thus, reflecting on the identity of quilombola communities in Brazil in contemporary times is also a process of reflection on the past and the historical process of formation and permanence of quilombola peoples in Brazilian society. In which access to land and the permanence of these communities in the territories in which they live, are constantly threatened by a process of modernization and exploitation of the countryside. History is also a space of disputes. In a society that has tried to silence and erase the protagonism of these ethnic groups, a critical look is fundamental that demystifies and reelaborates a new form of rereading about these realities. The artistic dimension then emerges as a theoretical and methodological framework of the construction of this study, in which artistic expression is understood as an important resource and method of this research in a process of memorization of the life history of quilombola ancestors and affirmation of this black identity, approximation with the reality of everyday life of the new quilombos, who develop artistic practices from a sustainable organization of the spaces and territories they live. In a close and harmonious connection with the natural environment in which they are established, respect for diversity is part of the process of interaction of these groups with these environments, present in various regions of Brazil, from the northeastern hinterland, the tropical forests in the north and southeast, mining mountains, cerrados, mountain ranges and coastlines; through these ways of life, quilombolas guarantee the support of their communities by cultivating the land, developing local tourism and producing their handicrafts, and their various cultural manifestations; at the same time that they bring unity in the historical tradition of the quilombola struggle, in which the permanence in these territories is the possibility of freedom, and of existence- survival the structural and racist domination, still strongly present in capitalist society.La memoria y la identidad son categorías fundamentales para la afirmación de la existencia humana y la vida social y colectiva, entendida como importante para la preservación de las sociedades y los grupos étnicos. Así, reflexionar sobre la identidad de las comunidades quilombolas en Brasil en los tiempos contemporáneos es también un proceso de reflexión sobre el pasado y el proceso histórico de formación y permanencia de los pueblos quilombola en la sociedad brasileña. En el que el acceso a la tierra y la permanencia de estas comunidades en los territorios en los que viven, se ven constantemente amenazados por un proceso de modernización y explotación del campo. La historia es también un espacio de disputas. En una sociedad que ha tratado de silenciar y borrar el protagonismo de estos grupos étnicos, una mirada crítica es fundamental que desmitifica y reelabora una nueva forma de releer sobre estas realidades. La dimensión artística surge entonces como un marco teórico y metodológico de la construcción de este estudio, en el que la expresión artística se entiende como un recurso y método importante de esta investigación en un proceso de memorización de la historia de la vida de los antepasados quilombola y la afirmación de esta identidad negra, aproximación a la realidad de la vida cotidiana de los nuevos quilombos, que desarrollan prácticas artísticas a partir de una organización sostenible de los espacios y territorios que viven. En una estrecha y armoniosa conexión con el entorno natural en el que se establecen, el respeto por la diversidad es parte del proceso de interacción de estos grupos con estos ambientes, presentes en varias regiones del Brasil, desde el interior noreste, los bosques tropicales en el norte y sureste, montañas mineras, cerrados, cordilleras y costas; a través de estas formas de vida, las quilombolas garantizan el apoyo de sus comunidades cultivando la tierra, desarrollando el turismo local y produciendo sus artesanías, y sus diversas manifestaciones culturales; al mismo tiempo que traen unidad en la tradición histórica de la lucha quilombola, en la que la permanencia en estos territorios es la posibilidad de la libertad, y de la existenciasupervivencia de la dominación estructural y racista, todavía fuertemente presente en la sociedad capitalistaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Fonseca, Dagoberto José [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Néspoli, Daniella de Souza Santos2021-04-13T19:59:28Z2021-04-13T19:59:28Z2021-03-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20435733004072067P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-26T19:37:28Zoai:repositorio.unesp.br:11449/204357Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:19:27.663074Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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