A trajetória da internacionalização dos carnavais do Rio de Janeiro: as escolas de samba, os bailes e as pândegas das ruas (1946-1963)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/144325 |
Resumo: | Os carnavais brincados entre os anos 1946-1963 se depararam com um campo cultural diverso em relação aos projetos culturais existentes. Os primeiros desfiles se deram no rescaldo da Segunda Guerra Mundial e dos discursos de paz a partir dela produzidos. Em seguida, o interesse público no poder aglutinador das escolas de samba promoveu uma divisão de sua entidade representativa. Assim, a partir da União Geral das Escolas de Samba nasceu a Federação Brasileira das Escolas de Samba, única oficializada pelo subsídio financeiro municipal. O estabelecimento de duas entidades representativas marcou substancialmente suas associadas, a cobertura da imprensa periódica e alçou novos protagonistas na cena carnavalesca. Após a reunificação desses desfiles, em 1952, o cenário de crescimento industrial e demográfico promoveu a descentralização dos folguedos de Momo em múltiplos redutos espalhados pela cidade. A multiplicação das possibilidades carnavalescas acompanhou, ao longo da década de 1950, o aumento do mercado consumidor que, por sua vez, inflacionava o preço de ingressos dos bailes, fantasias e adereços carnavalescos. Concomitantemente, as escolas de samba, formadas essencialmente por segmentos populares, dialogaram com setores da classe média promovendo luxuosas inovações alegóricas, plásticas e coreográficas em seus desfiles. Tal processo, aliado ao atendimento a um público diverso e cioso por diversão, direcionou as escolas de samba rumo ao espetáculo, à mercantilização de seus desfiles e à internacionalização dos carnavais brincados no Rio de Janeiro. O início da montagem de arquibancadas e a cobrança de ingresso, em 1963, para acompanhar esses desfiles, antes gratuitos, encerra uma parte da história, sempre complexa, dessas agremiações. A imprensa periódica do período, somada aos relatos dos protagonistas desses agrupamentos, constitui o corpo documental de fontes analisado sob a ótica da História Cultural. |
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A trajetória da internacionalização dos carnavais do Rio de Janeiro: as escolas de samba, os bailes e as pândegas das ruas (1946-1963)The path of internationalization of the carnivals in Rio de Janeiro: samba schools, ballroom dancing and street festivals (1946-1963)Escolas de SambaCarnaval CariocaInternacionalizaçãoEspetáculoImprensaRio de JaneiroSamba SchoolsCarnivalEntertainmentInternationalizationPressOs carnavais brincados entre os anos 1946-1963 se depararam com um campo cultural diverso em relação aos projetos culturais existentes. Os primeiros desfiles se deram no rescaldo da Segunda Guerra Mundial e dos discursos de paz a partir dela produzidos. Em seguida, o interesse público no poder aglutinador das escolas de samba promoveu uma divisão de sua entidade representativa. Assim, a partir da União Geral das Escolas de Samba nasceu a Federação Brasileira das Escolas de Samba, única oficializada pelo subsídio financeiro municipal. O estabelecimento de duas entidades representativas marcou substancialmente suas associadas, a cobertura da imprensa periódica e alçou novos protagonistas na cena carnavalesca. Após a reunificação desses desfiles, em 1952, o cenário de crescimento industrial e demográfico promoveu a descentralização dos folguedos de Momo em múltiplos redutos espalhados pela cidade. A multiplicação das possibilidades carnavalescas acompanhou, ao longo da década de 1950, o aumento do mercado consumidor que, por sua vez, inflacionava o preço de ingressos dos bailes, fantasias e adereços carnavalescos. Concomitantemente, as escolas de samba, formadas essencialmente por segmentos populares, dialogaram com setores da classe média promovendo luxuosas inovações alegóricas, plásticas e coreográficas em seus desfiles. Tal processo, aliado ao atendimento a um público diverso e cioso por diversão, direcionou as escolas de samba rumo ao espetáculo, à mercantilização de seus desfiles e à internacionalização dos carnavais brincados no Rio de Janeiro. O início da montagem de arquibancadas e a cobrança de ingresso, em 1963, para acompanhar esses desfiles, antes gratuitos, encerra uma parte da história, sempre complexa, dessas agremiações. A imprensa periódica do período, somada aos relatos dos protagonistas desses agrupamentos, constitui o corpo documental de fontes analisado sob a ótica da História Cultural.Between the years of 1946-1963, Carnival festivals have faced a more diverse cultural field when compared to the existing cultural projects. The first parades took place in the aftermath of World War II and during the speeches of peace produced by it. Later, growing public interest in the unifying power of the samba schools encouraged a division of their representative body. Therefore, from the General Union of Samba Schools (União Geral das Escolas de Samba), the Brazilian Federation of Samba Schools (Federação Brasileira das Escolas de Samba) was founded and remained as the only one officially included in the agenda of the city´s financial funding. This division marked substantially the associates, the coverage of the periodical press and, additionally, allowed for the emergence of new players in the carnival scenario. In 1952 parades were reunified and, prompted by the industrial and demographic growth, the Momo’s sprees were spread out to multiple sites around the city. Multiplication in Carnival possibilities throughout the 1950s, accompanied by the increase in the consumer market and inflation, increased prices of ballrom’s tickets, costumes and carnival adornments. Concomitantly, the samba schools, essentially structured by popular segments, begin to flirt with sections of the middle class and promoted luxurious allegorical, plastic and choreographic innovations in their performances. In order to meet the demands of a diverse and eager for entertainment audience, the samba schools’ parades have evolved to the show business status with all its commodification. The once free popular festivals, in 1963 now have bleachers and admission charges, which is one of the most controversial parts of the history within these associations. To fulfill the analysis from the perspective of the cultural history the source of this documentary body consists in the periodical press of the period and personal reports of the characters from these very associations.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Zélia Lopes da [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bezerra, Danilo Alves [UNESP]2016-10-06T21:02:34Z2016-10-06T21:02:34Z2016-09-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14432500087373833004048018P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T12:20:41Zoai:repositorio.unesp.br:11449/144325Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:54:03.467571Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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