Clima urbano, risco climático e vulnerabilidade socioespacial mediados pela produção do espaço urbano em cidades paulistas (São Carlos, Marília e Presidente Prudente)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rampazzo, Camila Riboli
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/182355
Resumo: A pesquisa pautou-se em uma abordagem geográfica associada ao clima urbano, baseado no Sistema do Clima Urbano (S.C.U.) e na produção do espaço geográfico, subsidiados pela perspectiva analítica da Geografia do Clima. Diante do acúmulo do custo ambiental como consequência das transformações decorrentes do acelerado e concentrado processo de urbanização e crescimento das cidades, estes trouxeram mudanças agressivas nas condições do ambiente natural, quais sejam ameaças naturais e/ou causadas pela ação humana. Dentre estes impactos, o clima urbano é efetivamente um fenômeno resultante desse processo ao modificar sobremaneira o ritmo de interrelação no sistema superfície-atmosfera (SSA). Tendo como recorte territorial de investigação as cidades paulistas de São Carlos, Marília e Presidente Prudente, esta pesquisa visou identificar como o clima urbano se constitui numa atmosfera particular em lugares com níveis de vulnerabilidade socioespacial e riscos distintos. A hipótese principal da tese foi a de que os diferentes níveis de criticidade e exposição aos riscos identificados são aplicáveis aos diferentes graus de tecnificação empregados nos diferentes territórios, ou seja, que o clima urbano passa a ser relativo e seletivo. O objetivo foi relacionar a configuração dos climas urbanos a partir da geração das ilhas de calor urbanas (ICU) à dimensão histórica de produção dos espaços urbanos. Identificando, para isso, o contexto espacial onde o perigo é produzido e a relatividade de exposição àquelas ameaças climáticas e os níveis de vulnerabilidade, admitindo a natureza desigual, seletiva e as diferenciações socioespaciais de cada contexto de produção do espaço urbano das três cidades. Neste sentido, os impactos das ilhas de calor urbanas não foram entendidos somente como um elemento da natureza, mas, incorporados na cidade como expressão da forma e conteúdo do fenômeno urbano. Assim como as cidades, estes impactos foram entendidos como uma produção social. A pesquisa foi desenvolvida pela aferição dos seguintes objetivos específicos: análise da estrutura geoambiental e urbana das cidades; identificação dos climas urbanos a partir dos eventos termodinâmicos de superfície (imagens de satélite termais e NDVI) e atmosféricos via modelagem geoestatística; elaboração do Social Vulnerability Index (SoVI®); dimensionamento da influência do clima e da dinâmica histórica da produção dos espaços na vulnerabilidade e nos riscos; qualificação da natureza dos impactos de acordo com a exposição aos riscos, os locais de ocorrência e as populações vulneráveis. Os resultados comprovam não somente a existência de climas urbanos, a partir da modelagem das ilhas de calor, com intensidade superior a 4°C sob condições atmosféricas estáveis, como, que há uma correspondência entre os níveis de vulnerabilidade e os espaços desigualmente construídos na configuração dos impactos climáticos em cada cidade. As três cidades apresentam essas características, especificamente qualificadas e em níveis diferentes, contudo, de acordo com cada processo de urbanização, morfologia urbana, condicionantes geoambientais, estrutura da desigualdade, os fatores e os níveis da vulnerabilidade socioespacial essas características promovem a relatividade de exposição aos impactos mediados pelo modo de apropriação da natureza historicamente engendrado. Situações muitas vezes agravadas ou reiteradas frente às situações de risco em áreas ambientalmente susceptíveis, e fatores como a inadequação de domicílios, precariedades construtivas e na qualidade do ambiente construído. Assim, com base nesses pressupostos considera-se possível encaminhar os impasses teóricos deste problema para os desafios da prática no nível dos condicionantes que passam a mediar como instrumentos de diferenciação socioespacial, de desigualdade, de vulnerabilidade socioespacial e de configuração do clima urbano como construção social.
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Diante do acúmulo do custo ambiental como consequência das transformações decorrentes do acelerado e concentrado processo de urbanização e crescimento das cidades, estes trouxeram mudanças agressivas nas condições do ambiente natural, quais sejam ameaças naturais e/ou causadas pela ação humana. Dentre estes impactos, o clima urbano é efetivamente um fenômeno resultante desse processo ao modificar sobremaneira o ritmo de interrelação no sistema superfície-atmosfera (SSA). Tendo como recorte territorial de investigação as cidades paulistas de São Carlos, Marília e Presidente Prudente, esta pesquisa visou identificar como o clima urbano se constitui numa atmosfera particular em lugares com níveis de vulnerabilidade socioespacial e riscos distintos. A hipótese principal da tese foi a de que os diferentes níveis de criticidade e exposição aos riscos identificados são aplicáveis aos diferentes graus de tecnificação empregados nos diferentes territórios, ou seja, que o clima urbano passa a ser relativo e seletivo. O objetivo foi relacionar a configuração dos climas urbanos a partir da geração das ilhas de calor urbanas (ICU) à dimensão histórica de produção dos espaços urbanos. Identificando, para isso, o contexto espacial onde o perigo é produzido e a relatividade de exposição àquelas ameaças climáticas e os níveis de vulnerabilidade, admitindo a natureza desigual, seletiva e as diferenciações socioespaciais de cada contexto de produção do espaço urbano das três cidades. Neste sentido, os impactos das ilhas de calor urbanas não foram entendidos somente como um elemento da natureza, mas, incorporados na cidade como expressão da forma e conteúdo do fenômeno urbano. Assim como as cidades, estes impactos foram entendidos como uma produção social. A pesquisa foi desenvolvida pela aferição dos seguintes objetivos específicos: análise da estrutura geoambiental e urbana das cidades; identificação dos climas urbanos a partir dos eventos termodinâmicos de superfície (imagens de satélite termais e NDVI) e atmosféricos via modelagem geoestatística; elaboração do Social Vulnerability Index (SoVI®); dimensionamento da influência do clima e da dinâmica histórica da produção dos espaços na vulnerabilidade e nos riscos; qualificação da natureza dos impactos de acordo com a exposição aos riscos, os locais de ocorrência e as populações vulneráveis. Os resultados comprovam não somente a existência de climas urbanos, a partir da modelagem das ilhas de calor, com intensidade superior a 4°C sob condições atmosféricas estáveis, como, que há uma correspondência entre os níveis de vulnerabilidade e os espaços desigualmente construídos na configuração dos impactos climáticos em cada cidade. As três cidades apresentam essas características, especificamente qualificadas e em níveis diferentes, contudo, de acordo com cada processo de urbanização, morfologia urbana, condicionantes geoambientais, estrutura da desigualdade, os fatores e os níveis da vulnerabilidade socioespacial essas características promovem a relatividade de exposição aos impactos mediados pelo modo de apropriação da natureza historicamente engendrado. Situações muitas vezes agravadas ou reiteradas frente às situações de risco em áreas ambientalmente susceptíveis, e fatores como a inadequação de domicílios, precariedades construtivas e na qualidade do ambiente construído. Assim, com base nesses pressupostos considera-se possível encaminhar os impasses teóricos deste problema para os desafios da prática no nível dos condicionantes que passam a mediar como instrumentos de diferenciação socioespacial, de desigualdade, de vulnerabilidade socioespacial e de configuração do clima urbano como construção social.The research was based on a geographic approach associated with the urban climate, based on the Urban Climate System (SCU) and the production of geographic space, subsidized by the analytical perspective of Climate Geography. In the face of the accumulation of environmental costs as a consequence of the transformations resulting from the accelerated and concentrated process of urbanization and urban growth, aggressive changes in the conditions of the natural environment, what are the threats, natural and /or caused by human action. Among these impacts, the urban climate is effectively a phenomenon resulting from this summation process, since it greatly modifies the interrelationship rhythm in the surface-atmosphere system (SSA). The city of São Carlos, Marília and Presidente Prudente, as a territorial and research cut, aimed to identify how the urban climate constitutes a particular atmosphere in places with different levels of socio-spatial vulnerability and risks. The main hypothesis of this thesis was that the different levels of criticality and exposure to the risks identified are applicable to the different degrees of technification employed in these different territories, that is, that the urban climate becomes relative and selective. The objective was to relate the configuration of urban climates from the generation of urban heat islands (ICU) to the historical dimension of production of these spaces. Seeking to identify, for this, the spatial context of these cities mentioned above; where the hazard is produced and its relativity of exposure to climatic threats and their levels of vulnerability and their unequal and selective nature and socio-spatial differentiations of each context of production of these urban spaces. In this sense, the impacts of the urban heat islands were not only understood as an element of nature, but incorporated into the city as an expression of the form and content of the urban phenomenon. As the cities, these impacts were understood as a social production. The research was developed by the following specific objectives: analysis of the geoenvironmental and urban structure of the cities; identification of urban climates from thermodynamic surface events (thermal satellite images and NDVI) and atmospheric via geostatistical modeling; elaboration of vulnerability index to natural disasters (SoVI®); dimension of the influence of climate and the historical dynamics of the production of spaces in vulnerability and its risks; qualification of the nature of the impacts according to the exposure to the risks, the places of occurrence and which are the vulnerable populations. The results indicate not only the existence of urban climates, but that, from the modeling of the urban heat islands, with an intensity higher than 4°C under stable atmospheric conditions, there is a correspondence between the levels of vulnerability and the unequally constructed spaces in the configuration of the urban climatic impacts in each of the cities urban climate. The three cities present these characteristics, specifically qualified and at different levels, however, according to each urbanization process, urban morphology, geoenvironmental conditioning, structure of inequality, factors and levels of socio-spatial vulnerability, these characteristics promote the relativity of exposure to impacts, given the selectivity in the socio-spatial dynamics, mediated by the mode of appropriation of the historically engendered nature. Situations that are often aggravated or repeated in the face of risky situations in environmentally susceptible areas, due to the inadequacy of homes, constructive precariousness and the quality of the built environment. Thus, based on these assumptions, it will be considered possible to address the theoretical impasses of this given problem to the challenges of practice at the level of the constraints; which will come to mediate as instruments of socio-spatial differentiation, inequality, socio-spatial vulnerability and urban climate configuration as a social construction.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2015/15444-7Universidade Estadual Paulista (Unesp)Sant'Anna Neto, João Lima [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rampazzo, Camila Riboli2019-06-19T19:28:23Z2019-06-19T19:28:23Z2019-04-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18235500091783233004129042P3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-20T15:25:37Zoai:repositorio.unesp.br:11449/182355Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T13:34:37.426942Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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description A pesquisa pautou-se em uma abordagem geográfica associada ao clima urbano, baseado no Sistema do Clima Urbano (S.C.U.) e na produção do espaço geográfico, subsidiados pela perspectiva analítica da Geografia do Clima. Diante do acúmulo do custo ambiental como consequência das transformações decorrentes do acelerado e concentrado processo de urbanização e crescimento das cidades, estes trouxeram mudanças agressivas nas condições do ambiente natural, quais sejam ameaças naturais e/ou causadas pela ação humana. Dentre estes impactos, o clima urbano é efetivamente um fenômeno resultante desse processo ao modificar sobremaneira o ritmo de interrelação no sistema superfície-atmosfera (SSA). Tendo como recorte territorial de investigação as cidades paulistas de São Carlos, Marília e Presidente Prudente, esta pesquisa visou identificar como o clima urbano se constitui numa atmosfera particular em lugares com níveis de vulnerabilidade socioespacial e riscos distintos. A hipótese principal da tese foi a de que os diferentes níveis de criticidade e exposição aos riscos identificados são aplicáveis aos diferentes graus de tecnificação empregados nos diferentes territórios, ou seja, que o clima urbano passa a ser relativo e seletivo. O objetivo foi relacionar a configuração dos climas urbanos a partir da geração das ilhas de calor urbanas (ICU) à dimensão histórica de produção dos espaços urbanos. Identificando, para isso, o contexto espacial onde o perigo é produzido e a relatividade de exposição àquelas ameaças climáticas e os níveis de vulnerabilidade, admitindo a natureza desigual, seletiva e as diferenciações socioespaciais de cada contexto de produção do espaço urbano das três cidades. Neste sentido, os impactos das ilhas de calor urbanas não foram entendidos somente como um elemento da natureza, mas, incorporados na cidade como expressão da forma e conteúdo do fenômeno urbano. Assim como as cidades, estes impactos foram entendidos como uma produção social. A pesquisa foi desenvolvida pela aferição dos seguintes objetivos específicos: análise da estrutura geoambiental e urbana das cidades; identificação dos climas urbanos a partir dos eventos termodinâmicos de superfície (imagens de satélite termais e NDVI) e atmosféricos via modelagem geoestatística; elaboração do Social Vulnerability Index (SoVI®); dimensionamento da influência do clima e da dinâmica histórica da produção dos espaços na vulnerabilidade e nos riscos; qualificação da natureza dos impactos de acordo com a exposição aos riscos, os locais de ocorrência e as populações vulneráveis. Os resultados comprovam não somente a existência de climas urbanos, a partir da modelagem das ilhas de calor, com intensidade superior a 4°C sob condições atmosféricas estáveis, como, que há uma correspondência entre os níveis de vulnerabilidade e os espaços desigualmente construídos na configuração dos impactos climáticos em cada cidade. As três cidades apresentam essas características, especificamente qualificadas e em níveis diferentes, contudo, de acordo com cada processo de urbanização, morfologia urbana, condicionantes geoambientais, estrutura da desigualdade, os fatores e os níveis da vulnerabilidade socioespacial essas características promovem a relatividade de exposição aos impactos mediados pelo modo de apropriação da natureza historicamente engendrado. Situações muitas vezes agravadas ou reiteradas frente às situações de risco em áreas ambientalmente susceptíveis, e fatores como a inadequação de domicílios, precariedades construtivas e na qualidade do ambiente construído. Assim, com base nesses pressupostos considera-se possível encaminhar os impasses teóricos deste problema para os desafios da prática no nível dos condicionantes que passam a mediar como instrumentos de diferenciação socioespacial, de desigualdade, de vulnerabilidade socioespacial e de configuração do clima urbano como construção social.
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