Concepções da sexualidade romana na Inglaterra vitoriana: a leitura sobre Ovídio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Renata Cerqueira [UNESP]
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/103135
Resumo: O século XIX foi caracterizado pela historiografia ocidental como um momento de elaboração e definição de importantes conceitos científicos, pela busca por avanço tecnológico, assim como pelo crescimento literário e cultural. A retomada e a utilização de elementos da cultura greco-romana têm sido presença constante na formação e utilização desses conceitos. Alguns trabalhos populares vitorianos sugeriam que os romanos clássicos deixaram para os ingleses uma civilização que se dirigiu quase que diretamente para o estado moderno inglês. Partindo desse pressuposto, o objetivo deste trabalho é analisar como os vitorianos interpretaram a sexualidade romana, bem como, a conduziram no que diz respeito à construção de uma moral sexual no período, através da leitura das obras de Ovídio, poeta latino do século I d.C. que teve muita repercussão em seu momento histórico. Dentre suas obras, a Ars Amatoria se destaca, por pregar a ideia de que o prazer sexual entre homens e mulheres, para ser plenamente satisfatório, deveria ser mútuo, e a relação, livre e espontânea por ambas as partes. No entanto, Ovídio foi uma referência não assumida entre os vitorianos, justamente pelo fato de o século XIX estar marcado por uma necessidade de controle da conduta sexual. Esse controle insere-se no contexto de uma nação que vive um momento de mudanças devido à crescente industrialização e logo ao descontrole populacional desencadeado por fatores sociais, econômicos e imperialistas. A literatura vitoriana se caracteriza em parte pela produção de romances e biografias moralizantes, fato este que excluiria Ovídio do modelo de um herói que deveria ser exaltado.
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