Mnemosyne e Pós-utopia no fluxo do rio Lete: a transcriação de Blanco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rivera, Jorgelina [UNESP]
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/213849
Resumo: Neste trabalho de pesquisa objetiva-se estudar a relação entre memória e criação de precursores na obra de Haroldo de Campos em sua etapa pós-utópica. Considerando a pós-utopia como uma poética da agoridade, fortemente marcada pela articulação da poética sincrônica com uma visão de história aberta no sentido benjaminiano de “leitura do passado como relampeja” (Tese IX), fica patente a importância da reconstrução crítica dos precursores como expediente que possibilita a revisão e a reinvenção do cânone, seja pela criação ou pela transcriação. Nesse sentido, caberia avaliar em que medida a memória como categoria de articulação entre pensamento, passado e presente, como rememoração e limiar, mostra-se crucial para a compreensão do processo criativo haroldiano em sua fase pós-utópica, acentuada a partir de 1981 com a publicação de Deus e o diabo no Fausto de Goethe. Um dos livros em que o expediente memorialístico mais se manifesta é A educação dos cinco sentidos (1985), que tem sido menos estudado se comparado proporcionalmente ao restante da obra – e por isso é que o elegemos como parte do corpus da pesquisa. Finalmente, o ponto zênite da tese encontra-se na análise de uma obra traduzida na sua etapa pós-utópica, que é Transblanco (1986). Logo após a construção teórica sobre a importância da memória e a tradução para Haroldo de Campos estabelecemos uma comparação entre a tradução de Haroldo e o original, Blanco (1967), de Octavio Paz. Além de cotejar ambos os textos, conferimos semelhanças na teoria da tradução de ambos os autores e, como fecho, a comparação entre a pós-utopia haroldiana – que abriu o trabalho com a pós-vanguarda do escritor mexicano. A originalidade da pesquisa reside em investigar o papel da memória e sua articulação com a poética sincrônica e com a visão de história mobilizada por Haroldo de Campos; tal originalidade estende-se, ainda, na medida em que essa investigação privilegiará as relações do poeta com o pensamento de Walter Benjamin sobre a história, e não apenas em relação à “Tarefa do Tradutor”, como normalmente a fortuna crítica postula. Além disso, a inclusão das considerações de Henri Bergson sobre a memória e a leitura que dele é feita por Benjamin configuram-se como uma abordagem ainda inédita para a obra de Haroldo de Campos. Destarte, é um estudo da obra haroldiana, de fôlego, que se propõe com a presente pesquisa.
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Nesse sentido, caberia avaliar em que medida a memória como categoria de articulação entre pensamento, passado e presente, como rememoração e limiar, mostra-se crucial para a compreensão do processo criativo haroldiano em sua fase pós-utópica, acentuada a partir de 1981 com a publicação de Deus e o diabo no Fausto de Goethe. Um dos livros em que o expediente memorialístico mais se manifesta é A educação dos cinco sentidos (1985), que tem sido menos estudado se comparado proporcionalmente ao restante da obra – e por isso é que o elegemos como parte do corpus da pesquisa. Finalmente, o ponto zênite da tese encontra-se na análise de uma obra traduzida na sua etapa pós-utópica, que é Transblanco (1986). Logo após a construção teórica sobre a importância da memória e a tradução para Haroldo de Campos estabelecemos uma comparação entre a tradução de Haroldo e o original, Blanco (1967), de Octavio Paz. Além de cotejar ambos os textos, conferimos semelhanças na teoria da tradução de ambos os autores e, como fecho, a comparação entre a pós-utopia haroldiana – que abriu o trabalho com a pós-vanguarda do escritor mexicano. A originalidade da pesquisa reside em investigar o papel da memória e sua articulação com a poética sincrônica e com a visão de história mobilizada por Haroldo de Campos; tal originalidade estende-se, ainda, na medida em que essa investigação privilegiará as relações do poeta com o pensamento de Walter Benjamin sobre a história, e não apenas em relação à “Tarefa do Tradutor”, como normalmente a fortuna crítica postula. Além disso, a inclusão das considerações de Henri Bergson sobre a memória e a leitura que dele é feita por Benjamin configuram-se como uma abordagem ainda inédita para a obra de Haroldo de Campos. Destarte, é um estudo da obra haroldiana, de fôlego, que se propõe com a presente pesquisa.En este trabajo de investigación se objetiva estudiar la relación entre memoria y creación de precursores en la obra de Haroldo de Campos, en su etapa pos-utópica. Considerando la post-utopía como una poética de la ahoridad, fuertemente marcada por la articulación de la poética sincrónica y de una visión de historia abierta, en el sentido benjaminiano de “lectura del pasado como relampaguea” (Tesis IX), se torna evidente la importancia de la reconstrucción crítica de los precursores como expediente que posibilita la revisión y la reinvención del canon, sea por la creación o por la transcriación. En este sentido, cabría evaluar en qué medida la memoria como categoría de articulación entre pensamiento, pasado y presente, como rememoración y umbral, se muestra crucial para la comprensión del proceso creativo haroldiano en su fase post-utópica, acentuada a partir de 1981 con la publicación de Deus e o diabo no Fausto de Goethe. Uno de los libros en que el expediente memorialístico se manifiesta de forma más acentuada es en A educação dos cinco sentidos (1985), que ha sido menos estudiado si se compara proporcionalmente al restante de la obra y por eso es que lo elegimos como parte del corpus. Finalmente, el punto cenit de la tesis se encuentra en el análisis de una obra traducida en su etapa post-utópica, que es Transblanco (1986). Después de la construcción teórica sobre la importancia de la memoria y la traducción para Haroldo de Campos se establece una comparación entre la traducción de Haroldo y el original, Blanco (1967), de Octavio Paz. Además de cotejar ambos textos comprobamos la existencia de semejanzas en la teoría de la traducción de ambos autores y, como cierre, la comparación entre la post-utopía haroldiana, que abrió el trabajo, con la post-vanguardia del escritor mexicano. La originalidad de la investigación reside en investigar el papel de la memoria y su articulación con la poética sincrónica y con la visión de historia movilizada por Haroldo de Campos; dicha originalidad se extiende, además, en la medida en que esta investigación privilegiará las relaciones del poeta con el pensamiento de Walter Benjamin sobre la historia, y no solamente en relación a la “Tarea del Traductor” como normalmente la crítica postula. Asimismo, la inclusión de las consideraciones de Henri Bergson sobre la memoria y la lectura que es hecha sobre él por Benjamin configuran un enfoque aún inédito para la obra de Haroldo de Campos.This research aims to study the relation between memory and the creation of precursors in the postutopia stage of Haroldo de Campos’s work. Considering post-utopia as a poetic of nowness, strongly marked by the articulation of a synchronic poetics and an open view of history, from Benjamin’s perspective of history as “reading the past as flashing” (Thesis IX), the relevance of a critical reconstruction of precursors is made clear, as an activity that allows for the revision and reinvention of the canon, is made clear, whether done through creation or transcreation. Therefore, one should evaluate up to what point memory, as a category of the articulation of past and present thought, as a remembrance and threshold, is crucial to understand Campos’s creative process in its post-utopia stage, more pronounced from 1981 on with the publication of Deus e o Diabo no Fausto de Goethe. One of the books in which a memorialist attempt can be seen the most clearly is A educação dos cinco sentidos (1985), which is seldom studied, when compared to the rest of the poet’s work, which led us to include it as a part of our corpus. Finally, the zenith of this thesis is in the analysis of a work Campos translated in his post-utopia stage, Transblanco (1986). After the theoretical construction about the importance of memory and translation for Haroldo de Campos, we compared Campos’s translation and the original, Blanco (1967), by Octavio Paz. The texts were compared and similarities between the theory of both authors about translations were found, discussion which concluded with a comparison between Campos’s post-utopia, which was discussed in the opening of this work, and Octavio Paz’s postvanguardism. The originality of this research is associated with the investigation of memory and its articulation with synchronous poetics and the perspective about history mobilized by Haroldo de Campos. This originality is even more pronounced as this investigation privileges the relations of the poet with Walter Benjamin’s thoughts on history, and not only as they relate to “The Task of the Translator”, as critics usually postulate. Furthermore, Henri Bergson’s considerations about memory, and their reading by Benjamin, had never been used as an approach to the work of Haroldo de Campos. Consequently, an in-depth study of Campos’s work is what this research proposes.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)88881.131000/2016-01Universidade Estadual Paulista (Unesp)Martha, Diana Junkes BuenoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Rivera, Jorgelina [UNESP]2021-08-04T17:20:15Z2021-08-04T17:20:15Z2021-06-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21384933004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T19:22:03Zoai:repositorio.unesp.br:11449/213849Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:09:42.507194Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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