Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/218071 |
Resumo: | Cordia verbenacea DC. é uma espécie nativa do Brasil, popularmente utilizada na forma de "garrafadas" para o tratamento contra infecções, úlceras, dores e reumatismos. A erva baleeira consta no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e integra a Relação de Plantas Medicinais de Interesse do SUS. Estudos preliminares de nosso grupo de pesquisa levaram ao isolamento e identificação de substâncias da espécie e a verificação da atividade antioxidante de extratos. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo averiguar a atividade antioxidante dos metabólitos secundários, e, também, a atividade anti-inflamatória de extratos. Além disso, buscou o desenvolvimento de métodos analíticos que atendessem aos Princípios da Química verde. Apesar do disseminado uso da planta, há pouca informação a respeito de sua toxicidade. Sendo assim, o trabalho também buscou avaliar a embriotoxicidade através do estudo com modelo animal alternativo (zebrafish), abarcando, mais uma vez, os princípios da Química Verde. Do ponto de vista do potencial antioxidante, é sabido que o processo de produção de radicais livres é fisiológico tendo importantes funções metabólicas. No entanto, o estresse oxidativo ocasionado quando a produção das espécies reativas de oxigênio exacerba a capacidade antioxidante do organismo, pode comprometer as biomoléculas e influenciar negativamente a homeostase dos sistemas. Por sua vez, a inflamação é uma resposta fisiológica normal do organismo frente a infecções ou lesões teciduais. Porém, o processo inflamatório pode se relacionar com o estresse oxidativo quando da ativação intensa de células do sistema imune, tal como os neutrófilos. Neste estudo, o extrato etanólico ofereceu uma resposta menos antioxidante na grande maioria dos ensaios realizados, tendo superado a atividade do extrato hidroetanólico apenas no ensaio com ácido hipocloroso. Com relação às flavonas, apenas a substância 1 atingiu valores de CE50 nos ensaios antioxidantes, porém, a mistura das substâncias 1 e 2 (PPt) obteve atividade superior nas avaliações antioxidantes. Os triterpenos não apresentaram atividade antioxidante nas concentrações avaliadas. Na avaliação anti-inflamatória, a cordialina A ofereceu melhor resposta que a flavona (substância 2), principalmente em COX1, e não atingiu os valores de CI50 em sPLA2. Contudo, os valores de inibição da atividade. Do ponto de vista da Química Verde, foi desenvolvido um método por UPLC-UV e um método OLE (online extraction)-UPLC-UV, para análise direta da droga vegetal. Esses métodos desenvolvidos por UPLC-UV e OLE-UPLC-UV foram avaliados através da métrica Agree como mais verdes do que o método HPLC-UV para análise do extrato hidroetanólico, O método UPLC-UV foi validado e foi determinado o teor de ácido rosmarínico no extrato hidroetanólico, sendo equivalente a 6,1% (m/m). O métodos desenvolvidos tinham como destaque o uso de etanol, a redução do tempo de análise e a ausência de preparo de amostra com o uso do OLE. A escassez de dados sobre a toxicidade estimulou a pesquisa por parte deste trabalho e foi observado que ambos extratos levaram a morte e malformações de embriões, sugerindo um cuidado no manejo de estantes e crianças, apesar do ensaio não descarta a necessidade de avaliação de outras concentrações e em outros modelos de estudo. |
id |
UNSP_26ea1e6bc2af170dcfb246438ef17c58 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unesp.br:11449/218071 |
network_acronym_str |
UNSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNESP |
repository_id_str |
2946 |
spelling |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicionalCordia verbenacea DC.: chemical-biological study related to traditional useantioxidanteanti-inflamatórioVarronia curassavicaCordia verbenaceaflavonastriterpenosCordia verbenacea DC. é uma espécie nativa do Brasil, popularmente utilizada na forma de "garrafadas" para o tratamento contra infecções, úlceras, dores e reumatismos. A erva baleeira consta no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e integra a Relação de Plantas Medicinais de Interesse do SUS. Estudos preliminares de nosso grupo de pesquisa levaram ao isolamento e identificação de substâncias da espécie e a verificação da atividade antioxidante de extratos. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo averiguar a atividade antioxidante dos metabólitos secundários, e, também, a atividade anti-inflamatória de extratos. Além disso, buscou o desenvolvimento de métodos analíticos que atendessem aos Princípios da Química verde. Apesar do disseminado uso da planta, há pouca informação a respeito de sua toxicidade. Sendo assim, o trabalho também buscou avaliar a embriotoxicidade através do estudo com modelo animal alternativo (zebrafish), abarcando, mais uma vez, os princípios da Química Verde. Do ponto de vista do potencial antioxidante, é sabido que o processo de produção de radicais livres é fisiológico tendo importantes funções metabólicas. No entanto, o estresse oxidativo ocasionado quando a produção das espécies reativas de oxigênio exacerba a capacidade antioxidante do organismo, pode comprometer as biomoléculas e influenciar negativamente a homeostase dos sistemas. Por sua vez, a inflamação é uma resposta fisiológica normal do organismo frente a infecções ou lesões teciduais. Porém, o processo inflamatório pode se relacionar com o estresse oxidativo quando da ativação intensa de células do sistema imune, tal como os neutrófilos. Neste estudo, o extrato etanólico ofereceu uma resposta menos antioxidante na grande maioria dos ensaios realizados, tendo superado a atividade do extrato hidroetanólico apenas no ensaio com ácido hipocloroso. Com relação às flavonas, apenas a substância 1 atingiu valores de CE50 nos ensaios antioxidantes, porém, a mistura das substâncias 1 e 2 (PPt) obteve atividade superior nas avaliações antioxidantes. Os triterpenos não apresentaram atividade antioxidante nas concentrações avaliadas. Na avaliação anti-inflamatória, a cordialina A ofereceu melhor resposta que a flavona (substância 2), principalmente em COX1, e não atingiu os valores de CI50 em sPLA2. Contudo, os valores de inibição da atividade. Do ponto de vista da Química Verde, foi desenvolvido um método por UPLC-UV e um método OLE (online extraction)-UPLC-UV, para análise direta da droga vegetal. Esses métodos desenvolvidos por UPLC-UV e OLE-UPLC-UV foram avaliados através da métrica Agree como mais verdes do que o método HPLC-UV para análise do extrato hidroetanólico, O método UPLC-UV foi validado e foi determinado o teor de ácido rosmarínico no extrato hidroetanólico, sendo equivalente a 6,1% (m/m). O métodos desenvolvidos tinham como destaque o uso de etanol, a redução do tempo de análise e a ausência de preparo de amostra com o uso do OLE. A escassez de dados sobre a toxicidade estimulou a pesquisa por parte deste trabalho e foi observado que ambos extratos levaram a morte e malformações de embriões, sugerindo um cuidado no manejo de estantes e crianças, apesar do ensaio não descarta a necessidade de avaliação de outras concentrações e em outros modelos de estudo.Free radical production is a physiological process that has metabolic functions. However, oxidative stress, caused when the production of reactive oxygen species exacerbates the body's antioxidant capacity, can compromise biomolecules and influence systemic homeostasis negatively. In turn, inflammation is a normal physiological response of the body to infections or tissue damage. However, the inflammatory process can be related to oxidative stress when the intense activation of immune system cells occurs, such as neutrophils. This research involves the study of Varronia curassavica Jaqc., a native species of Brazil known as erva-baleeira. The objectives of the study are to evaluate the activities of its secondary metabolites regarding the anti-inflammatory and antioxidant issue, its toxicity, as well as to proceed with the identification of secondary metabolites, including the use of Green Chemistry principles like developing analysis employing the UHPLC-UV and OLEUHPLC-UV (online extraction-liquid chromatography) system for direct analysis of the plant material. From a fraction of the ethanol extract of V. curassavica (fraction 3.2), chromatographic procedures were carried out which resulted in the isolation of 4 purified substances. The ethanol extract obtained lower antioxidant potential in the majority of performed tests. In addition to its greater antioxidant potential, the hydroethanolic extract has lower embryotoxicity in trials with zebrafish. In the evaluation of the anti-inflammatory activity, cordialin A had a better result than subsntace 1 in the inhibition of COX1, COX2 and sPLA2 activity. The developed UHPLC-UV and OLE-UHPLC-UV methods were considered greener than the described HPLC-UV method for the hydroethanolic extract, through the use of Agree tool, highlighting the use of ethanol, the lowest analysis time and the absence of sample pretreatment in the case of the OLE system.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Andre Gonzaga dosUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Moro, Isabela Jacob [UNESP]2022-04-28T14:47:45Z2022-04-28T14:47:45Z2022-03-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21807133004030078P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-24T19:01:28Zoai:repositorio.unesp.br:11449/218071Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T21:34:11.598364Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional Cordia verbenacea DC.: chemical-biological study related to traditional use |
title |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
spellingShingle |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional Moro, Isabela Jacob [UNESP] antioxidante anti-inflamatório Varronia curassavica Cordia verbenacea flavonas triterpenos |
title_short |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
title_full |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
title_fullStr |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
title_full_unstemmed |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
title_sort |
Cordia verbenacea DC.: estudo químico biológico relacionado ao seu uso tradicional |
author |
Moro, Isabela Jacob [UNESP] |
author_facet |
Moro, Isabela Jacob [UNESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Santos, Andre Gonzaga dos Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Moro, Isabela Jacob [UNESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
antioxidante anti-inflamatório Varronia curassavica Cordia verbenacea flavonas triterpenos |
topic |
antioxidante anti-inflamatório Varronia curassavica Cordia verbenacea flavonas triterpenos |
description |
Cordia verbenacea DC. é uma espécie nativa do Brasil, popularmente utilizada na forma de "garrafadas" para o tratamento contra infecções, úlceras, dores e reumatismos. A erva baleeira consta no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e integra a Relação de Plantas Medicinais de Interesse do SUS. Estudos preliminares de nosso grupo de pesquisa levaram ao isolamento e identificação de substâncias da espécie e a verificação da atividade antioxidante de extratos. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo averiguar a atividade antioxidante dos metabólitos secundários, e, também, a atividade anti-inflamatória de extratos. Além disso, buscou o desenvolvimento de métodos analíticos que atendessem aos Princípios da Química verde. Apesar do disseminado uso da planta, há pouca informação a respeito de sua toxicidade. Sendo assim, o trabalho também buscou avaliar a embriotoxicidade através do estudo com modelo animal alternativo (zebrafish), abarcando, mais uma vez, os princípios da Química Verde. Do ponto de vista do potencial antioxidante, é sabido que o processo de produção de radicais livres é fisiológico tendo importantes funções metabólicas. No entanto, o estresse oxidativo ocasionado quando a produção das espécies reativas de oxigênio exacerba a capacidade antioxidante do organismo, pode comprometer as biomoléculas e influenciar negativamente a homeostase dos sistemas. Por sua vez, a inflamação é uma resposta fisiológica normal do organismo frente a infecções ou lesões teciduais. Porém, o processo inflamatório pode se relacionar com o estresse oxidativo quando da ativação intensa de células do sistema imune, tal como os neutrófilos. Neste estudo, o extrato etanólico ofereceu uma resposta menos antioxidante na grande maioria dos ensaios realizados, tendo superado a atividade do extrato hidroetanólico apenas no ensaio com ácido hipocloroso. Com relação às flavonas, apenas a substância 1 atingiu valores de CE50 nos ensaios antioxidantes, porém, a mistura das substâncias 1 e 2 (PPt) obteve atividade superior nas avaliações antioxidantes. Os triterpenos não apresentaram atividade antioxidante nas concentrações avaliadas. Na avaliação anti-inflamatória, a cordialina A ofereceu melhor resposta que a flavona (substância 2), principalmente em COX1, e não atingiu os valores de CI50 em sPLA2. Contudo, os valores de inibição da atividade. Do ponto de vista da Química Verde, foi desenvolvido um método por UPLC-UV e um método OLE (online extraction)-UPLC-UV, para análise direta da droga vegetal. Esses métodos desenvolvidos por UPLC-UV e OLE-UPLC-UV foram avaliados através da métrica Agree como mais verdes do que o método HPLC-UV para análise do extrato hidroetanólico, O método UPLC-UV foi validado e foi determinado o teor de ácido rosmarínico no extrato hidroetanólico, sendo equivalente a 6,1% (m/m). O métodos desenvolvidos tinham como destaque o uso de etanol, a redução do tempo de análise e a ausência de preparo de amostra com o uso do OLE. A escassez de dados sobre a toxicidade estimulou a pesquisa por parte deste trabalho e foi observado que ambos extratos levaram a morte e malformações de embriões, sugerindo um cuidado no manejo de estantes e crianças, apesar do ensaio não descarta a necessidade de avaliação de outras concentrações e em outros modelos de estudo. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-04-28T14:47:45Z 2022-04-28T14:47:45Z 2022-03-29 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11449/218071 33004030078P6 |
url |
http://hdl.handle.net/11449/218071 |
identifier_str_mv |
33004030078P6 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNESP instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNESP |
collection |
Repositório Institucional da UNESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808129336873582592 |