Identificação dos vírus causadores de mosaico em cultivares de alface (Lactuca sativa L.) resistentes ao vírus do mosaico da alface nas regiões produtoras do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stangarlin, Olita Salati
Data de Publicação: 1995
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/215674
Resumo: A alface (Lactuca sativa) é uma espécie de domesticação antiga, cujos relatos são encontrados em pinturas de há 4500 A. C. no Egito e na Pérsia. Pertence ao gênero Lactuca, família Asteraceae, que inclui mais de cem espécies. A partir da alface selvagem, sucessivas seleções artificiais conduziram a obtenção de numerosas cultivares mais produtivas, adaptadas a diferentes condições e de melhor qualidade para consumo. A alface é entre as hortaliças folhosas a de maior importância econômica. Em 1990, foram comercializadas no Brasil 60.867 ton. de alface produzidos em 4026 ha (CAMARGO et al., 1993). O Estado de São Paulo participou com 45,6% do total, tendo sido comercializadas no CEAGESP aproximadamente 28.137,38 ton., provenientes das regiões de Ibiúna, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes e Salesópolis (SÃO PAULO, 1991). Como na alface o produto final para consumo são as folhas, estas precisam estar isentas de quaisquer tipos de lesões, tanto causadas por injúrias mecânicas como por doenças foliares. Entre as diferentes doenças, as viroses caracterizam-se como uma das mais importantes, podendo ser transmitidas por agentes vetores ou por sementes. As viroses, além de comprometerem a produção prejudicando o aspecto comercial, são de difícil controle através de produtos químicos que visam eliminar os insetos vetores. Os vírus relatados na literatura como causadores de sintomas de mosaico em alface são: Vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus - LMV), (JAGGER, 1921); Vírus do mosaico do picão (Bidens mosaic virus - BMV), (KITAJWA et al., 1961); Vírus do mosqueado da alface (Lettuce mottle vírus - LMoV), (KITAJIMA et al., 1980); Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic vírus - CMV), (THOMSON & PROCTER, 1966); Vírus do mosqueado do picão (Bidens mottle virus - BiMoV), ( PURCIFULL et al., 1971) e Vírus do mosaico do nabo (Turnip mosaic virus - TuMV), (ZINK & DUFFUS, 1969). O Vírus do vira-cabeça do tomateiro (Brazilian tomato spotted wih virus - TSWV) também é causador de mosaico na espécie, mas geralmente é acompanhado de sintomas necróticos (COSTA & FORSTER, 1942). No Brasil, o vírus do mosaico da alface é o de maior importância, tendo sido relatado pela primeira vez por KRAMER et al. (1945). A resistência ao LMV foi encontrada, na Argentina, na cultivar Gallega de Invierno por von der PALEN & CRNKO (1965). MARROU (1969) demonstrou que plantas de alface da cultivar Gallega de Invierno quando inoculadas com o LMV permitiam a multiplicação do vírus, mas não apresentavam sintomas de mosaico. A herança da tolerância foi determinada como sendo devida a um par de genes recessivos (BANNEROT et al, 1969). Em 1968, o Instituto Agronômico de Campinas (I.A.C.) introduziu a cultivar Gallega de Invierno, utilizando-a como fonte de resistência ao LMV para obtenção das cultivares série Brasil (Brasil-48, Brasil-202, Brasil-221 e Brasil-303). Posteriormente, outras cultivares resistentes ao LMV foram desenvolvidas em outros programas de melhoramento no Brasil. Desses programas resultaram as cultivares Vivi, Regina, Áurea, Vanessa, Karina, Gloria, Elisa e Floresta, resultando na não constatação visual do mosaico da alface nas regiões produtoras. Em 1992, em visitas realizadas nas regiões produtoras de alface de Campinas, Mogi das Cruzes e Sorocaba durante a primavera e o verão, observou-se em torno de 70% de plantas de cultivares de alface resistentes ao LMV com sintomas de mosaico. O objetivo do presente trabalho foi identificar os vírus causadores de mosaico ocorrentes nas amostras de alface coletadas nas regiões produtoras do Estado de São Paulo.
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O Estado de São Paulo participou com 45,6% do total, tendo sido comercializadas no CEAGESP aproximadamente 28.137,38 ton., provenientes das regiões de Ibiúna, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes e Salesópolis (SÃO PAULO, 1991). Como na alface o produto final para consumo são as folhas, estas precisam estar isentas de quaisquer tipos de lesões, tanto causadas por injúrias mecânicas como por doenças foliares. Entre as diferentes doenças, as viroses caracterizam-se como uma das mais importantes, podendo ser transmitidas por agentes vetores ou por sementes. As viroses, além de comprometerem a produção prejudicando o aspecto comercial, são de difícil controle através de produtos químicos que visam eliminar os insetos vetores. Os vírus relatados na literatura como causadores de sintomas de mosaico em alface são: Vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus - LMV), (JAGGER, 1921); Vírus do mosaico do picão (Bidens mosaic virus - BMV), (KITAJWA et al., 1961); Vírus do mosqueado da alface (Lettuce mottle vírus - LMoV), (KITAJIMA et al., 1980); Vírus do mosaico do pepino (Cucumber mosaic vírus - CMV), (THOMSON & PROCTER, 1966); Vírus do mosqueado do picão (Bidens mottle virus - BiMoV), ( PURCIFULL et al., 1971) e Vírus do mosaico do nabo (Turnip mosaic virus - TuMV), (ZINK & DUFFUS, 1969). O Vírus do vira-cabeça do tomateiro (Brazilian tomato spotted wih virus - TSWV) também é causador de mosaico na espécie, mas geralmente é acompanhado de sintomas necróticos (COSTA & FORSTER, 1942). No Brasil, o vírus do mosaico da alface é o de maior importância, tendo sido relatado pela primeira vez por KRAMER et al. (1945). A resistência ao LMV foi encontrada, na Argentina, na cultivar Gallega de Invierno por von der PALEN & CRNKO (1965). MARROU (1969) demonstrou que plantas de alface da cultivar Gallega de Invierno quando inoculadas com o LMV permitiam a multiplicação do vírus, mas não apresentavam sintomas de mosaico. A herança da tolerância foi determinada como sendo devida a um par de genes recessivos (BANNEROT et al, 1969). Em 1968, o Instituto Agronômico de Campinas (I.A.C.) introduziu a cultivar Gallega de Invierno, utilizando-a como fonte de resistência ao LMV para obtenção das cultivares série Brasil (Brasil-48, Brasil-202, Brasil-221 e Brasil-303). Posteriormente, outras cultivares resistentes ao LMV foram desenvolvidas em outros programas de melhoramento no Brasil. Desses programas resultaram as cultivares Vivi, Regina, Áurea, Vanessa, Karina, Gloria, Elisa e Floresta, resultando na não constatação visual do mosaico da alface nas regiões produtoras. Em 1992, em visitas realizadas nas regiões produtoras de alface de Campinas, Mogi das Cruzes e Sorocaba durante a primavera e o verão, observou-se em torno de 70% de plantas de cultivares de alface resistentes ao LMV com sintomas de mosaico. O objetivo do presente trabalho foi identificar os vírus causadores de mosaico ocorrentes nas amostras de alface coletadas nas regiões produtoras do Estado de São Paulo.In 1992, 70% of lettuce grown in the State of São Paulo showed mosaic symptoms. Fifty four samples from resistant and susceptible cultivars were collected in the field and inoculate Babá and White Boston lettuce cultivars in the greenhouse. Symptoms observed in these plants were similar to the symptoms seen in the field. In order to characterize these viruses presents in the samples host range tests, electron microscopy ('LEAF-DIP' and 'MEIAD'), and serology ('ELISA') were performed. Symptoms were observed on Chenopodium quinoa, Gomphrena globosa, Pisum sativum and Zinia elegans. Inoculated plants of Cucurbita pepo cv Caserta, Datura stramonium, Nicotiana glutinosa and Petunia hybrida, did not showed symptoms. Electron microscopy revealed the presence of flexous and / or isometric particles. Serology test showed that most of the isolates from resistant varieties reacted with LMV antiserum. The results of these tests indicate the presence of LMV in most of the samples assayed. Some samples were infected with lettuce mottle virus alone or mixed with LMV. Since thirty eight samples were provided from LMV resistant cultivars, the presence of a new isolate of LMV is possible in which the resistance genes were not effective.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pavan, Marcelo AgenorSilva, Norberto da [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Stangarlin, Olita Salati2022-01-04T12:17:47Z2022-01-04T12:17:47Z1995-07-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21567433004064034P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-05-02T14:54:36Zoai:repositorio.unesp.br:11449/215674Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:12:25.183808Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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