A vivência de cuidadoras residentes: o trabalho em casas-lares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Blenda Carine Dantas de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/157101
Resumo: Esta tese teve como objetivo geral compreender como as cuidadoras residentes vivenciam seu trabalho em casas-lares, modalidade de acolhimento institucional ofertado em unidades residenciais para crianças e adolescentes excepcionalmente afastados do seu ambiente familiar. A pesquisa de campo foi realizada com cinco cuidadoras residentes atuantes em casas-lares de uma Organização Não-Governamental localizada na região Nordeste do Brasil, cujo corpus foi construído a partir de observações participantes e entrevistas de narrativa de vida, em uma articulação teórica que perpassa a Psicologia Histórico Cultural, a política de acolhimento institucional para crianças e adolescentes, e uma revisão de literatura acerca do trabalho realizado nessas instituições, especialmente em casas-lares. Dado o caráter intermitente de sua jornada de trabalho, com dedicação exclusiva e folga semanal remunerada de 36 horas consecutivas, investigar a vivência de trabalho das cuidadoras implica conhecer sua rotina na casa-lar e em demandas externas, perceber como se denominam e as relações que estabelecem no acolhimento, além de observar como percebem a carga emocional e o conteúdo de seu trabalho. Quanto à análise, foram apresentadas as histórias de vida das participantes, suas motivações para o trabalho e primeiras experiências como cuidadora. Além disso, foram definidos três eixos temáticos para análise: 1. Modos de denominação e reconhecimento de seu papel; 2. A rotina de trabalho das cuidadoras residentes; 3. As interações decorrentes do trabalho e os vínculos entre cuidadoras residentes e crianças e adolescentes acolhidos. Observou-se que elas são comumente denominadas como “tia”, cuja aproximação familiar se sobrepõe ao reconhecimento dessas mulheres como cuidadoras profissionais. Sua rotina lhes demanda física e psicologicamente, ante a alta carga de trabalho, a sobrecarga emocional e sua responsabilidade direta com a proteção integral aos sujeitos acolhidos. Elas identificam o cuidar como atividade principal e o progresso das crianças e adolescentes como sentido do seu trabalho. As cuidadoras ressaltam a necessidade de um suporte técnico e um acompanhamento profissional, porém nem sempre identificam a existência da contrapartida institucional. Para melhoria das condições de trabalho das cuidadoras, se faz necessário ofertar atendimento psicológico individual, além do suporte técnico e da garantia das condições estruturais para realizarem suas funções, o que inclui efetivo trabalho da rede de proteção.
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A pesquisa de campo foi realizada com cinco cuidadoras residentes atuantes em casas-lares de uma Organização Não-Governamental localizada na região Nordeste do Brasil, cujo corpus foi construído a partir de observações participantes e entrevistas de narrativa de vida, em uma articulação teórica que perpassa a Psicologia Histórico Cultural, a política de acolhimento institucional para crianças e adolescentes, e uma revisão de literatura acerca do trabalho realizado nessas instituições, especialmente em casas-lares. Dado o caráter intermitente de sua jornada de trabalho, com dedicação exclusiva e folga semanal remunerada de 36 horas consecutivas, investigar a vivência de trabalho das cuidadoras implica conhecer sua rotina na casa-lar e em demandas externas, perceber como se denominam e as relações que estabelecem no acolhimento, além de observar como percebem a carga emocional e o conteúdo de seu trabalho. Quanto à análise, foram apresentadas as histórias de vida das participantes, suas motivações para o trabalho e primeiras experiências como cuidadora. Além disso, foram definidos três eixos temáticos para análise: 1. Modos de denominação e reconhecimento de seu papel; 2. A rotina de trabalho das cuidadoras residentes; 3. As interações decorrentes do trabalho e os vínculos entre cuidadoras residentes e crianças e adolescentes acolhidos. Observou-se que elas são comumente denominadas como “tia”, cuja aproximação familiar se sobrepõe ao reconhecimento dessas mulheres como cuidadoras profissionais. Sua rotina lhes demanda física e psicologicamente, ante a alta carga de trabalho, a sobrecarga emocional e sua responsabilidade direta com a proteção integral aos sujeitos acolhidos. Elas identificam o cuidar como atividade principal e o progresso das crianças e adolescentes como sentido do seu trabalho. As cuidadoras ressaltam a necessidade de um suporte técnico e um acompanhamento profissional, porém nem sempre identificam a existência da contrapartida institucional. Para melhoria das condições de trabalho das cuidadoras, se faz necessário ofertar atendimento psicológico individual, além do suporte técnico e da garantia das condições estruturais para realizarem suas funções, o que inclui efetivo trabalho da rede de proteção.This thesis had as general objective to understand how resident caregivers experience their work in institutional homes, an institutional host modality offered in residential units for children and adolescents exceptionally removed from their family environment. The field research was carried out with five resident caregivers who work in institutional homes of a Non-Governmental Organization located in the Northeastern region of Brazil. The corpus was constructed from participant observations and life narrative interviews, in a theoretical articulation among the Cultural Historical Psychology, the institutional host policy for children and adolescents, and a literature review about the work done in these institutions, especially in institutional homes. Due to the intermittent nature of their working day, with exclusive dedication and weekly paid leave of 36 consecutive hours, investigating the work experience of caregivers implies knowing their routine in the institutional home and in external demands, to perceive how they are denominated and the relations that they establish in the institutional hosting, besides observing how they perceive the emotional load and the content of their work. Regarding the analysis, the participants' life histories, their motivations for the work and their first experiences as a caregiver were presented. In addition, three thematic axes have been defined for analysis: 1. Ways of naming and recognizing their role; 2. The work routine of resident caregivers; 3. The interactions resulting from work and the links between resident caregivers and children and adolescents. It was observed that they are commonly denominated as "aunt", whose familiar approach overcomes the recognition of these women as professional caregivers. Their routine demands physically and psychologically, due the high workload, the emotional overload and their direct responsibility with the integral protection to the hosted subjects. They identify caring as their main activity and the progress of children and adolescents as the meaning of their work. Caregivers emphasize the need for technical and professional support, but do not always identify the existence of the institutional counterpart. To improve the working conditions of caregivers, it is necessary to offer individual psychological care, in addition to technical support and the guarantee of structural conditions to perform their duties, which includes effective work of the protection network.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP - 2016/09622-2Universidade Estadual Paulista (Unesp)Vasconcelos, Mário Sérgio [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Medeiros, Blenda Carine Dantas de2018-09-24T21:42:22Z2018-09-24T21:42:22Z2018-09-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15710100090817033004048021P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T14:02:54Zoai:repositorio.unesp.br:11449/157101Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:16:58.859221Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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