Corporeidade negra na escola: significados atribuídos por crianças e professoras

• Autor(a) principal: Attilio, Vitória Fernandes
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/256478
• topic: Corporeidade negra; Ensino fundamental; Relações étnico-raciais; Black corporeity; Elementary education; Ethnic-racial relations

Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os significados atribuídos ao corpo negro na escola, por crianças e professores(as) dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Como objetivos específicos, identificar e analisar as percepções das crianças a respeito de seus corpos, as concepções de professores(as) sobre o corpo negro e as práticas pedagógicas para a educação das relações étnico-raciais. O referencial teórico pautou-se em estudos que compreendem o corpo como fonte de significados culturais e sociais e que sinalizam para as implicações das práticas pedagógicas antirracistas em busca de uma formação humana e social, democrática e plural. Os procedimentos metodológicos incluíram a abordagem qualitativa, com pesquisa de campo com alunos(as) e professores(as) de uma turma dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública do interior paulista. As técnicas de coleta de dados foram a observação de campo e entrevistas semiestruturadas. Verificou-se, por meio de revisão sistemática da literatura, que apesar da temática étnico-racial ter apresentado crescimento com o passar dos anos, em nível de graduação e pós-graduação, os currículos escolares ainda não a priorizam. Constatam-se marcas evidentes do mito da democracia racial e do colorismo nos discursos das crianças e professoras, com a disseminação recorrente da premissa de que todas as pessoas são iguais, anulando a existência de práticas racistas e discriminatórias, concepção que nada resolve os problemas de discriminação racial no ambiente escolar. E apesar das professoras terem reconhecido a presença da temática no currículo, relataram que ainda falta conhecimento para elaborar práticas pedagógicas para a educação das relações étnico-raciais, o que faz com que ações sejam desenvolvidas de forma isolada e, geralmente, quando há algum conflito. Por isso, para romper com os valores eurocêntricos e promover a valorização do corpo negro é necessário que a temática seja priorizada a longo prazo, durante todo o ano letivo, fator que fará com que a escola seja vista como um ambiente acolhedor, que pertence a todas as crianças e jovens.