Sistema reprodutor masculino e espermiotaxonomia em Dromiidae : existe um só padrão de produção de fluido seminal, empacotamento do espermatozoide e transferência espermática em caranguejos?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bento, Maria Alice Garcia
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/153731
Resumo: A família Dromiidae é considerada basal em Brachyura, incluída na seção Podotremata Guinot, 1977, sendo pouco conhecida do ponto de vista histo-morfológico e ultraestrutural. Na presente dissertação, apresentamos a ultraestrutura dos espermatozoides e os padrões anátomo-histológicos do sistema reprodutor dos dromiídeos que ocorrem no litoral brasileiro. Adicionalmente, o comportamento de cópula e a morfologia da espermateca em Hypoconcha parasitica foram estudados, com o intuito de levantar pistas sobre os mecanismos de fertilização em Dromiidae. As amostras foram processadas segundo as rotinas para histologia e histoquímica, microscopia, eletrônica de transmissão e varredura. As análises ultraestruturais do espermatozoide indicam que não existe um padrão distinto típico para os gametas entre todos os Dromioidea. Adicionalmente, apenas caracteres específicos foram observados, como a presença do flange esférico na zona eletronlúcida anterolateral e a zona acrossomal externa granular em H. parasitica, a ausência da zona acrossomal raiada e a presença de resquícios de flange em Moreiradromia antillensis e diferentes morfologias das câmaras perforatoriais entre todas as espécies estudadas. Apenas quando os caracteres da ultraestrutura dos espermatozoides dos Dromioidea foram comparados com Homolidae, Latreillidae e Raninidae, notaram-se características claras entre estas famílias. A produção do fluido seminal e o empacotamento dos espermatozoides no vaso deferente dos Dromiidae são totalmente distintos dos Eubrachyura. Hypoconcha parasitica, Hypoconcha arcuata, M. antillensis e Dromia erythropus não possuem espermatóforos, mas sim a presença de um cordão espermático interno envolto por secreções, os quais são mais similares aos Astacidae. O comportamento de cópula em H. parasitica é simples, sem corte e as fêmeas copulam em muda e intermuda. O armazenamento do material seminal na espermateca é distinto de Eubrachyura. A organização morfo-histológica da espermateca indica que a liberação dos espermatozoides para a fertilização ocorre por meio de contrações musculares da parede cuticular, com a participação do pleópodo 1 na movimentação dos ovócitos e espermatozoides, auxiliando o contato dos gametas.
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Adicionalmente, o comportamento de cópula e a morfologia da espermateca em Hypoconcha parasitica foram estudados, com o intuito de levantar pistas sobre os mecanismos de fertilização em Dromiidae. As amostras foram processadas segundo as rotinas para histologia e histoquímica, microscopia, eletrônica de transmissão e varredura. As análises ultraestruturais do espermatozoide indicam que não existe um padrão distinto típico para os gametas entre todos os Dromioidea. Adicionalmente, apenas caracteres específicos foram observados, como a presença do flange esférico na zona eletronlúcida anterolateral e a zona acrossomal externa granular em H. parasitica, a ausência da zona acrossomal raiada e a presença de resquícios de flange em Moreiradromia antillensis e diferentes morfologias das câmaras perforatoriais entre todas as espécies estudadas. Apenas quando os caracteres da ultraestrutura dos espermatozoides dos Dromioidea foram comparados com Homolidae, Latreillidae e Raninidae, notaram-se características claras entre estas famílias. A produção do fluido seminal e o empacotamento dos espermatozoides no vaso deferente dos Dromiidae são totalmente distintos dos Eubrachyura. Hypoconcha parasitica, Hypoconcha arcuata, M. antillensis e Dromia erythropus não possuem espermatóforos, mas sim a presença de um cordão espermático interno envolto por secreções, os quais são mais similares aos Astacidae. O comportamento de cópula em H. parasitica é simples, sem corte e as fêmeas copulam em muda e intermuda. O armazenamento do material seminal na espermateca é distinto de Eubrachyura. A organização morfo-histológica da espermateca indica que a liberação dos espermatozoides para a fertilização ocorre por meio de contrações musculares da parede cuticular, com a participação do pleópodo 1 na movimentação dos ovócitos e espermatozoides, auxiliando o contato dos gametas.The Dromiidae family is considered basal within Brachyura, included in the section Podotremata Guinot, 1977 and is poorly known from histo-morphological and ultrastructural point of view. This dissertation shows the sperm ultrastructure and the anatomo-histological patterns of the reproductive system to the Brazilian dromiid species. In addition, we studied the mating behavior and spermathecal morphology in Hypoconcha parasitica to elucidate some points of the fertilization in dromiid crabs. The samples were processed according to the routine for histology and histochemistry and also, to transmission and scanning electron microscopy. There are no distinct ultrastructural characters to sperm ultrastructure among Dromioidea. Additionally, only specific characters were observed for studied Dromiidae as the presence of the spherical flange in the anterolateral eletron-lucid zone and the granular acrosomal outer zone founded in H. parasitica, absence of the acrosome ray zone and presence of the flange remnants in Moreiradromia antillensis. The perforatorial chambers show specific morphology among all species studied. The Dromiidae spermatozoa ultrastructure were not consistent to separate Dromiidae from the other Dromioidea. The ultrastructural differences were only found when compared Dromiodea with other Podotremata as Homolidae, Latreillidae e Raninidae. The seminal fluid production and spermatozoa package in the vas deferens of Dromiidae are totally different from Eubrachyura. In H. parasitica, Hypoconcha arcuata, M. antillensis and Dromia erythropus, the spermatophores are absent, and they show only a long internal spermatic cord surrounded by secretions in vas deferens, which is similar to the species of Astacidae. The mating behavior is simple without courtship and the females copulated in both soft and hard during moulting condition. The storage of seminal material inside the spermatheca is distinct from Eubrachyura. The morpho-histological organization of the spermathecae indicates that the process of sperm release for fertilization occurs through muscular contractions of its wall, and the pleopod 1 may promote the oocytes and spermatozoa movement to ensure the fertilization.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)2016/10394-4Universidade Estadual Paulista (Unesp)Zara, Fernando JoséUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Bento, Maria Alice Garcia2018-04-25T18:09:02Z2018-04-25T18:09:02Z2018-03-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15373100090065733004102049P7porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T12:39:34Zoai:repositorio.unesp.br:11449/153731Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T13:41:23.582023Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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